Cefaleia hípnica – rara mas pode ocorrer

Nos últimos tempos venho acompanhando o movimento de esclarecimento da população que dor de cabeça pode ser um sintoma ligado a Disfunção Temporomandibular. Acho positiva a divulgação mas creio que para lidar com este sintoma o dentista deve estar preparado.

Por que?

Bem, primeiro porque a cefaleia atribuída única e exclusivamente a uma DTM não é tão comum assim. Os pacientes com DTM que procuram a clínica de Dor Orofacial apresentam comumente cefaleia primária como comorbidade, sobretudo a Migrânea (vulgarmente denominada enxaqueca). Leia o texto Cefaleia e DTM que publiquei aqui!

Nestes casos é importante o diagnóstico diferencial e encaminhar o paciente aos cuidados do neurologista, especialmente, cefaliatras (conheça a Sociedade Brasileira de Cefaleia).

Mas o que também acontece quando divulgamos que somos especialistas em DTM e Dor Orofacial é que aumentam o número de pacientes com outras cefaleias que buscam entender se esta é atribuída a DTM e de profissionais que querem entender mais sobre isso. É de suma importância que o profissional conheça a Classificação Internacional das Cefaleias e os tipos de cefaleia primária e secundária.

Foi assim que auxiliamos no diagnóstico de alguns casos incomuns em nossa clínica, entre eles, o caso de Cefaleia Hípnica atendido no curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial do Bauru Orofacial Pain Group e  recentemente apresentado no III Congresso Brasileiro de Dor Orofacial, onde recebeu Menção Honrosa como trabalho de Relato de  Caso.

(Aproveito para parabenizar todos os alunos e membros do Bauru Orofacial Pain Group que apresentaram seus trabalhos brilhantemente. Para quem quiser ler os trabalhos, clique aqui e acesse os Anais.)

O que trouxe a paciente a clínica?

Ora, ela também achou que poderia ser uma cefaleia atribuída a DTM. A queixa era uma cefaleia cefaleia frontal, bilateral,com eventual presença de náusea. As crises de cefaleia eram recorrentes há 2 meses. A dor ocorria somente durante o sono, o que fazia a paciente levantar,  em pressão, forte e com duração de 1 hora, se repetindo quase todas as noites. A ingestão de antinflamatórios,que resultaram em melhora mas não remissão total da dor. Não havia relato de outros sintomas.

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E apresentava DTM?

Não! Nada em Articulação Temporomandibular (ATM) ou em musculatura que justificasse ou reproduzisse a cefaleia.

E como desconfiamos desta cefaleia?

Pois conhecemos a classificação e logo contatamos o Prof. Dr. José Geraldo Speciali, neurologista e professor senior da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, que nos auxiliou no diagnóstico diferencial. A paciente foi orientada e encaminhada.

E o controle da dor?

A cefaleia neste caso foi controlada através do uso de cafeína antes de dormir.

 

Este não foi o primeiro e creio que não será o último caso em que a cefaleia primária e incomum é confundida com DTM. No último módulo atendemos uma paciente com provável cefaleia por esforço físico, por exemplo e já até publicamos um relato de caso de hemicrania paroxística coexistindo  com DTM.

Peço cuidado a você colega, que pensa em intervir em alguma cefaleia: é preciso conhecer mais.

A Classificação Internacional de Cefaleias é acessível a qualquer profissional e sua leitura e consulta obrigatória aos especialistas em Dor Orofacial.

A cefaleia hípnica está descrita no capítulo 4 no item 4.9 das cefaleias primárias:

4.9 Cefaleia hípnica

Termos previamente utilizados:

Síndrome da cefaleia hípnica, cefaleia do despertador.

Descrição:

Episódios de cefaleia que recorrem frequentemente eapenas durante o sono, levando ao despertar, que duramaté 4 horas, sem sintomas acompanhantes característicose que não se atribuem a outra patologia.

Critérios de diagnóstico:

  1. Episódios de cefaleia recorrente preenchendo os crité-rios de B a E
  2. Só aparece durante o sono e acorda o doente
  3. Ocorre ≥ 10 dias por mês durante> 3 meses
  4. Dura ≥ 15 minutos e até um máximo de 4 horas após o

acordar

  1. Não há sintomas autonómicos cranianos nem agitaçãoD. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3

beta.

Comentários:

A 4.9 Cefaleia hípnica em geral começa depois dos 50 anos, mas pode ocorrer em pessoas mais jovens. A dor égeralmente ligeira a moderada, mas pode ser intensa emcerca de um quinto dos doentes. A dor é bilateral, em cerca de dois terços dos casos. As crises duram habitualmente entre 15 e 180 minutos, mas têm sido descritos casos com maior duração. A maioria dos casos é persistente, com cefaleias diárias ou quase diárias, mas pode ocorrer uma subforma episódica (inferior a 15 dias por mês). Embora se pensasse que a 4.9 Cefaleia hípnica tinha as características da cefaleia tipo tensão, estudos mais recentes mostraram que estes doentes podem ter caraterísticas tipo migranosas e alguns podem ter náuseas durante as crises.

O início da 4.9 Cefaleia hípnica provavelmente não se relaciona com a fase do sono. Um estudo de ressonância magnética mostrou uma redução da substância cinzenta no hipotâlamo em doentes com 4.9 Cefaleia hípnica.

Em vários casos descritos, o lítio, a cafeína, a melatonina e a indometacina foram terapêuticas eficazes. Para uma intervenção eficaz é necessário fazer a distinção entre esta cefaleia e um dos subtipos da 3. Cefaleias Trigêmino-Autonômicas, especialmente 3.1 Cefaleia em salvas. Outras causas de cefaleia, que ocorrem e levam ao despertar, durante a noite, devem ser excluídas, particularmente, a apneia do sono, a hipertensão noturna, a hipoglicemia e a por abuso medicamentoso; a patologia intracraniana deve ser também excluída. Contudo, a presença de apneia do sono não exclui necessariamente o diagnóstico de 4.9 Cefaleia hípnica.

Fonte: Classificação Internacional das Cefaleias, 2013, versão Portuguesa.

A prevalência desta cefaleia é desconhecida. Estima-se que no ambulatório especializado em cefaleias, os casos de cefaleia hípnica seja em torno de 0,07 a 0,35%. A cefaleia acontece durante estritamente durante o sono, entre 2 e 4 horas da manhã. Quando acordam com a cefaleia, o comportamento é levantar e fazer alguma atividade como beber água, ler ou ver TV (diferente da migrânea, onde pacientes buscam repouso, e cefaleia em salvas, onde ficam muito agitados).

A hipótese neurofisiológica mostra que pode haver envolvimento do hipotálamo, uma vez que segue o ritmo circadiano, o que foi demostrado em estudo de imagem onde o hipotálamo posterior apresenta redução em substância cinzenta. Há estudos que mostram estar ligados a fase REM do sono, onde atividade no núcleo dorsal da rafe e locus coerulei foi ligada ao inicio da cefaleia, o que pode ser associado a um distúrbio ligado a modulação de dor. Mas também há estudos relatando que a cefaleia poderia ser associada a fase 2 de sono NREM. Ainda há muita especulação sobre a forma de ocorrência.

Leia mais sobre isso aqui.

Sobre o uso da cafeína  na dor, sugiro a leitura desta revisão gratuita: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/27642573/

É isso! Querendo estudar com a gente, venha fazer especialização em DTM e Dor Orofacial em Bauru. Clique aqui e leia as informações!

Falando nisso…

É importante evitar sobre tratamento. Sempre buscar o diagnóstico correto para as dores apresentadas pelo paciente. Iatrogenias são comuns em clínicas odontológicas quando o diagnóstico não é preciso.

Falando nisso, estarei em Campinas, dia 11/08 para o curso Odontalgias não Odontogênicas. Entre elas falaremos das dores neuropáticas pós procedimentos odontológicos.

Afinal, você já viu um caso de dor no dente cujo diagnóstico foi complicado? Já atendeu pacientes que mesmo após endodontia persistem percebendo dor em dente, mesmo após cicatrização? Já atendeu pacientes que desenvolveram dores após implantodontia, mesmo osseointegrados e com imagem satisfatória?

Este curso de imersão traz casos clínicos que podem surgir na clínica e que além de trazerem dúvidas para os clínicos, infelizmente, caem em iatrogenia!

Venha estudar conosco! Todos os trabalhos citados estarão disponíveis para download.

😷 Odontalgias não Odontogênicas

💡Curso de Imersão

⏰8 horas de duração

📅 11/08/2017

📍Campinas, SP

💻 www.imajon.com.br

📧curso.flavia@imajon.com.br

☎️ (19) 99118 2962 – WhatsApp

Dor de cabeça e DTM

Há duas semanas participei do CORE – Colloquium on Oral Rehabilitation, evento promovido pelo Journal of Oral Rehabilitation em parceria com a Sociedade Brasileira de DTM e Dor Orofacial (SBDOF) com o tema Dor Orofacial.
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Foi uma tremenda experiência! Primeiro pelo formato do evento: artigos em rascunho para leitura prévia, palestras sobre os assuntos e discussão abertas para opiniões e questionamentos de todos. Segundo pela possibilidade de conversar com todos os palestrantes e moderadores: Peter Svensson, Paulo Conti, Malin Ernberg, Thomas List, Ole Ferjerskov e Antônio Sérgio Guimarães. Ao final do evento eles se reuniram novamente e discutiram as mudanças nos artigos que em breve estarão publicados no Journal of Oral Rehabilitation (divulgarei aqui!).
Um dos temas discutidos por lá foi cefaleia e DTM muscular apresentado pelo Prof. Paulo Conti: a relação de comorbidades, quando a cefaleia é secundária a DTM e ainda, se o tratamento deve ser separado.
Entre tudo o que disseram (e foi muita coisa, viu?) a questão sobre o diagnóstico voltou a tona. O método de diagnóstico hoje disponível é baseado em anamnese e exame físico detalhados. Com os resultados em mãos o desafio é saber se estamos diante de cefaleia tipo tensional com dolorimento pericraniano ou cefaleia por DTM? Parece que estas condições estão sobrepostas, não?
Dois pontos chave baseados nas classificações do novo DC/TMD e da Classificação Internacional de Cefaleias (CIC, 2013) para o diagnóstico da cefaleia atribuída a DTM foram observados:
1. A relação temporal entre as condições: observar na história do paciente a ocorrência de ambas. No caso de uma cefaleia pré existente a classificação orienta que ambos diagnósticos sejam realizados. Claro que há problemas neste ponto, especialmente por ser baseado no relato do paciente.
2. Observar se a dor se modifica ou é familiar a função mandibular ou a palpação dos músculos mastigatórios, o que pode indicar a influência da DTM na cefaleia. Este são pontos em comuns dos critérios de diagnóstico do DC/TMD e do CIC. O DC/TMD considera cefaleia por DTM apenas se a dor for localizada na região temporal.
Segue abaixo os critérios, ainda não oficialmente traduzidos para o português (clique na figura para ampliar!):
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O importante disso tudo é lembrar que a DTM pode estar associada a uma cefaleia primária, como migrânea (enxaqueca) e cefaleia tipo tensional como já demonstraram vários estudos. Neste caso são comorbidades onde uma condição pode levar a piora ou perpetuação da dor da outra e não é a causa.
Por outro lado a cefaleia pode ser um sintoma de DTM. Neste caso ambas as classificações são falhas em descrever as características desta cefaleia. Há algum tempo já o meu amigo e membro do Bauru Orofacial Pain Group, Yuri Martins Costa, apresentou sua dissertação de mestrado. Ele realizou uma pesquisa clínica e controlada com o intuito de caracterizar o tipo de cefaleia atribuída a DTM.
A cefaleia secundária a  DTM apresentou as seguintes características: localização frontotemporal e bilateral, com longa duração (mais de 4 horas por dia) e com qualidade de peso ou pressão.
Este foi o primeiro estudo que descreveu as características deste tipo de cefaleia. Mais estudos são necessários.
Os estudos publicados pelo Bauru Orofacial Pain Group originados desta pesquisa:

 

 

Quis passar só um pouquinho do que estudei estes dias! Foi muito bom exercitar o cérebro!

Espero ter deixado um gostinho de quero mais para vocês! Assim que sairem os artigos eu divulgo! 🙂

 

O uso da toxina botulínica nas cefaleias

Olá! Estou de volta depois de um Maio super agitado! Há duas semanas estava no II Congresso Brasileiro de Dor Orofacial e quero aproveitar para agradecer ao carinho de várias pessoas que vieram dizer que lêem o blog!! Obrigada!!! Eu faço este trabalho aqui de divulgação para vocês mesmo! 🙂
Mas vamos ao que interessa: eu acabei assistindo a poucas palestras lá na íntegra. Mas sempre que podia corria para ver a mesa de perguntas aos palestrantes (para mim é sempre o ponto alto do congresso). No sábado pela manhã houve a palestra sobre o uso da Toxina Botulínica nas DTMs e Bruxismo. A palestrante foi minha parceira no Dia do Bruxismo, Profa. Adriana Lira Ortega (conheçam o site do projeto! Em Florianópolis as vagas estão esgotadas! Agora a próxima data é em Belo Horizonte, no dia 27/06!). Também estava no sábado pela manhã a Profa. Thaís Villa, neurologista e cafaliatra.
Assim, com o assunto fresco na memória, surgiu a pergunta a profa. Thaís e era sobre o que ela achava das propagandas de dentistas e cursos para dentistas que utilizariam a toxina botulínica para tratamento das cefaleias.
Não vou conseguir aqui reproduzir fielmente as palavras da Profa. Thaís naquele momento, mas lembro que ela citou que achava intrigante o cirurgião-dentista realizar tratamentos para migrânea e  até para algumas condições que não existem como “migrânea tensional”.
Na hora acessei o Google e dei uma olhada e também fiquei intrigada! Não é que tratamento para “migrânea tensional” é oferecido mesmo?!
E qual o problema disso??
Vem cá, vamos raciocinar.
(ATENÇÃO! Antes de mais nada quero deixar claro que não sou contra o uso odontológico da toxina botulínica quando bem empregado.)
O Conselho Federal de Odontologia prevê o uso terapêutico da toxina botulínica em procedimentos odontológicos. E então tenho perguntas a você, colega dentista:
  1. Você sabe a diferença entre migrânea (enxaqueca), cefaleia tipo tensional e cefaleia por disfunção temporomandibular? Se sabe, diga agora todos os critérios de diagnóstico!
  2.  Você sabe diferenciar uma cefaleia primária de uma cefaleia secundária (causada por algo) que tenham as mesmas características, que podem ser migranosas?
  3. Você sabe o motivo da toxina botulínica ser indicada para o tratamento da migrânea crônica?
  4. E para terminar, você sabe que enxaqueca é sinônimo de migrânea e que não é apenas uma dor de cabeça forte, e sim uma cefaleia primária com fases distintas e fenômenos neurológicos marcantes?
Pois é. Nós Cirurgiões-Dentistas, por mais bem intencionados que somos, não fomos treinados para isso. Não faz parte de nosso escopo. Por que este tipo de anúncio?
Então vou tentar relatar algumas coisas para você entender melhor meu questionamento. Primeiro é indispensável conhecer a condição, o diagnóstico da cefaleia. Para isso, estudamos a Classificação Internacional das Cefaleias, até para aprender a distinguir e poder encaminhar efetivamente ao neurologista, melhor ainda se cefaliatra (há uma lista deles filiados a Sociedade Brasileira de Cefaleia). Uma pesquisa que publicamos há anos atrás mostra por exemplo que o cirurgião dentista pode não estar preparado para reconhecer esta condição! Leia aqui.
Segundo, devemos buscar os estudos que apoiam a terapia.
E aí acontece uma coisa interessante, assim como nas DTMs, o uso da toxina botulínica na cefaleia tipo tensional crônica (CTTC), um tipo de cefaleia primária, (leia suas características na classificação) tem pouca ou modesta eficácia. Isso porque nestes casos, o uso da toxina visa a diminuição da força de contração muscular. Como os estudos mostram, nem sempre reduzir atividade muscular traz benefício para dor (vide aula Bruxismo X DTM). Tanto em 2012, no Journal of American Medicine Association (JAMA) quanto em 2013, na revista Headache, artigos de revisão foram publicados que citaram que o uso da toxina não mostrou resultados satisfatórios nem para migrânea episódica, nem para CTT.
E para  “migrânea tensional”? Isso não existe mas parece que a toxina não seria a melhor indicação para ela. 🙂
MAS…
Aí é que tá, a toxina botulínica tem boa aplicabilidade, segurança e tolerabilidade para o uso em outra condição: a Migrânea Crônica, refratária a outros tratamentos!
E você sabe dizer por que? Por que “relaxa” a musculatura? Hein?
Não, veja bem, para entender o porquê da toxina ser eficiente nesta condição é preciso entender a sua fisiopatologia!
Primeiro entender como é a fisiopatologia da Migrânea (vulgo, enxaqueca). Existem várias fontes de informação sobre isso. Para que este texto não se torne um capítulo de livro, sugiro que assista ao vídeo abaixo, ou veja este material da American Headache Society ou entre no site da Sociedade Brasileira de Cefaleia ou procure bons artigos no Pubmed.
Ainda é preciso entender sobre cronificação da dor, sensibilização periférica e central…
Segundo, a toxina botulínica aplicada neste casos não visa primariamente bloquear a liberação de acetilcolina e com isso a paresia muscular. E sim, visa atuar em neurônios sensitivos aferentes que estão disfuncionados, liberando na periferia neuropeptídeos inflamatórios como Substância P, CGRP, etc. Com isso, há uma redução na sensibilização periférica, o que contribui para reverter o quadro de sensibilização central, o que leva tempo e muitas vezes mais de uma aplicação.
 O trabalho vencedor do prêmio da International Headache Society este ano foi Selective inhibition of meningeal nociceptors by botulinum neurotoxin type A: Therapeutic implications for migraine and other pains!! Nele você poderá ler mais um pouco sobre o que escrevi acima e também nos links abaixo:
Só tratamos aquilo que conhecemos. Não devemos tratar sintomas e sim condições. Diagnóstico é fundamental.
Sobre isso, uma postagem de 5 anos atrás, talvez a minha favorita, ainda atual: Afinal, onde dói?

Rapidinhas: Classificação Internacional de Cefaleias em Português

Estou hoje “dando um trato” nas aulas de dor neuropática e fui atrás da Classificação internacional de Cefaleias, terceira edição, em português (ICHD-3). Ainda não encontrei no Português brasileiro (estou de olho no site da SBCe!)  mas achei no de Portugal.

Acho que já quebra o galho daqueles que não gostam de ler em ou não entendem bem a língua inglesa!

Para baixar basta clicar na figura abaixo!

Super útil!

#ficaadica

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Links

Ok, antes se chamava Links da Semana mas eu nunca consigo cumprir promessas aqui no blog! Ooooo vida corrida!

Vou colocar algumas coisas que me chamaram a atenção nos últimos tempos. A maioria já coloquei no Facebook (curta a página do Por Dentro da Dor Orofacial por lá!)

 

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Sexta feira passada o professor José Geraldo Speciali da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP (na foto à esquerda ao lado do Prof. Paulo Conti) esteve no curso de DTM e Dor Orofacial do IEO-Bauru (mais informações aqui) e ministrou aula sobre cefaleia e dores neuropáticas. Com certeza foi um privilegio de todos nós estarmos lá! O bacana é que no site do professor (www.drspeciali.com.br) há vasto material para profissionais saúde como aulas e artigos para download. #ficaadica

 

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A gente vive reclamando do que a imprensa divulga com relação à dor orofacial, não é? Sempre uma ou outra interpretação errônea. Pois agora vou elogiar! O Globo Repórter de duas semanas atrás trouxe uma reportagem bacana sobre cefaleia e atividade física com participação dos amigos Ariovaldo da Silva Junior, médico neurologista e Betânia Alves, fisioterapeuta. Confiram! Vale a pena!

 

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Ainda no IEO-Bauru, ministrei uma aula para o curso de atualização em DTM e Dor Orofacial sobre neurofisiologia da dor e tem um vídeo que adoro. Para assistir basta clicar aqui. Confira também outros vídeos que postei aqui no blog sobre o assunto!

 

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E o editorial deste mês no site Dor On Line fala sobre dor articular, com destaque para artrite reumatoide (AR), a artrite idiopática juvenil (AIJ), a osteoartrite (OA) e  gota. Muito bom! E para complementar tem não só 1 mas 5 artigos para leitura complementar (faça download, você não irá se arrepender)! Clique aqui para acessar!

 

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E para terminar um artigo sobre a influência das cefaleias primárias no tratamento da Disfunção Temporomandibular. Artigo esse produzido pelo Grupo de Dor Orofacial da FOB-USP, capitaneado pelo professor Paulo Conti e com autores conhecidos de quem já frequenta o blog:  André Porporatti, Yuri Martins Costa, Leonardo Bonjardim e Patrícia Calderon. Boa leitura!

 

 

Site do mês

E não é que neste domingo frio recebi uma excelente notícia?

A querida Dra. Karen Ferreira, neurologista e especialista em Dor de Ribeirão Preto, acaba de lançar um site voltado à informação do paciente com dor crônica!

Uma ótima iniciativa! Faz tanta falta um canal de comunicação entre o profissional e o paciente, com linguagem fácil…

No site há informações sobre os principais tipos de dor crônica, tratamento e dicas para os pacientes.

Recebi a informação de que será constantemente atualizado!

Eu se fosse você guardava este link para indicar para seus pacientes! Fonte garantida de boas informações! 😉

www.viversemdor.com

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Textos ótimos e gratuitos sobre Dor Orofacial

Neste dia frio que tal ler algo sobre dor orofacial?

Separei dois artigos gratuitos que vocês podem fazer download!

O primeiro é um artigo de revisão sobre Dor Orofacial, bem básico, excelente para quem quer entender um pouco mais sobre a área e para o especialista enviar ao colega para explicar o que faz.

O título é Orofacial pain management: current perspectives, e como trata o nome, fala também sobre tratamento para dor orofacial atualmente. Foi publicado na revista Journal of Pain Research (que tem outros artigos gratuitos também, vale conferir!). Para acesso ao artigo, clique na figura abaixo.

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O segundo artigo vem do jornal da IASP (Associação Internacional de Estudo para Dor) e trata sobre a jornada que o paciente enfrenta para o diagnóstico de neuralgia do trigêmeo. Não canso de repetir: precisamos estar atentos no diagnóstico desta condição. Quando o cirurgião dentista não reconhece a neuralgia do trigêmeo, normalmente o paciente sofre com procedimentos invasivos e inadequados (tratamento endodôntico, apicectomia, exodontias) realizados no intuito de tratar a dor. Por favor, nunca inicie um tratamento sem ter certeza do diagnóstico. Vejam que este não é só um problema do Brasil, como o artigo mostra.

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Boa leitura! 🙂

Pain Trek e SleepGenius: aplicativos que estou testando…

Eu adoro tecnologia, isso todo mundo que me acompanha há algum tempo já percebeu. Sou entusiasta de como as novas ferramentas como aplicativos desenvolvidos para smartphones podem seguramente nos auxiliar no diagnóstico, acompanhamento e tratamento de nossos pacientes. Já uso com freqüência o Desencoste (aplicativo desenvolvido para diagnóstico e controle do bruxismo em vigília), já escrevi aqui sobre o app Trigger Points e até sobre diários de dor digitais. Hoje gostaria de citar duas outras ferramentas: Pain Trek e SleepGenius.

O Pain Trek é um aplicativo para o diagnóstico e acompanhamento da cefaleia e dor facial. Foi desenvolvido pela equipe do 3D Lab da Universidade de Michigan, projeto liderado pelo cirurgião dentista Alexandre DaSilva. Alexandre é brasileiro e trabalha na Faculdade de Odontologia da Universidade de Michigan, Estados Unidos, onde dirige um laboratório multidisciplinar, o H.O.P.E. (Headache & Orofacial Pain Effort) que desenvolve pesquisas com técnicas de neuroimagem. Para saber mais sobre o H.O.P.E clique aqui.
Conheci  o Pain Trek durante o congresso da IASP em 2012 pelo Thiago Nascimento (meu colega da época de mestrado e que agora é pesquisador no H.O.P.E.). Na ocasião, o aplicativo ainda não estava disponível para download, mas agora está e melhor, gratuito e em português porém somente para sistema iOS.
Na tela inicial do aplicativo, o paciente pode indicar onde dói e qual a intensidade (leve, moderada e severa). Em uma segunda tela pode indicar a qualidade da dor, impacto sobre sua vida diária, sinais e sintomas (incluindo alguns para enxaqueca) e fatores desencadeantes.
O paciente pode utilizar como diário de dor. Após algum tempo é possível realizar uma análise da intensidade, localização e características da dor, o que é uma função bem atrativa.
Eu vou começar a testar com mais afinco este mês. Mas uma coisa percebi: acho que este app funciona melhor na tela do iPad do que do iPhone.
Aqui o link para  um vídeo que traz um panorama geral de suas funções: http://youtu.be/CP8tvz2nmpY
Já o SleepGenius eu descobri por um acaso visitando a lojinha de aplicativos no meu celular. É um aplicativo destinado a dormir melhor e também faz uma análise de seu sono. Já existem vários outros aplicativos semelhantes, mas este reúne várias funções e parece ter uma interface agradável. Está disponível para sistemas iOS, Android e até para os relógios da Samsung.
Segundo os desenvolvedores, este aplicativo foi testado pela NASA para fazer com que os astronautas dormissem melhor (mas não vi nada oficial da própria NASA ainda, rs).
O aplicativo apresenta algumas funções. A primeira é um sistema de relaxamento para ser utilizado 15 minutos antes de dormir. Dormir no mesmo horário todos os dias é estimulado pelo programa. A segunda função é um alarme que promete acordá-lo em um novo ritmo. São sons emitidos durante 5 minutos antes do horário estipulado para acordar. Há também dentro do aplicativo um programa de relaxamento que pode ser programado de acordo com os minutos que você deseja, um sistema direcionado para as sonecas (será o que mais vou usar, certeza), e por fim faz também uma análise da qualidade do seu sono.
Vamos testar?
Segue o vídeo do aplicativo:

 

Falando nisso...

O Braincast dedicou uma edição de seu programa aos aplicativos de produtividade que utilizam e gostam. Imperdível. Link aqui: http://www.brainstorm9.com.br/48824/braincast9/braincast-108-aplicativos-e-hacks-de-produtividade/
Para todas as dicas boas (mas que na verdade são ótimas) do Braincast: http://qualeaboadobraincast.tumblr.com
Até a próxima. Vou testar o SleepGenius (rs)!

 

Novo guia da AAAOP

Neste ano de 2013 a Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP) publicou  a quinta edição de seu guia de avaliação, diagnóstico e tratamento para dor orofacial.

Este ano acho que foi um dos com mais mudanças com relação à classificação das Disfunções Temporomandibulares (DTM).

Como o próprio site da AAOP destaca, esta nova edição incluiu várias atualizações, adoptou os critérios do DC/TMD como a espinha dorsal para classificar DTM, e tem agora um capítulo dedicado à dor e sono. Quando disponível, literatura baseada em evidências foi incluída para fornecer métodos de diagnóstico e opções de tratamento cientificamente válidos e eficazes.

A classificação de DTM incluiu o que será utilizado para as condições mais comuns como no DC/TMD e ainda uma taxonomia expandida.

TMDs encompass a group of musculoskeletal and neuromuscular conditions that involve the TMJs, the masticatory muscles, and all associated tissues.

O livro contém 12 capítulos:

  • Introduction to Orofacial Pain
  • General Assessment of the Orofacial Pain Patient
  • Diagnostic Classification of Orofacial Pain
  • Vascular and Nonvascular Intracranial Disorders
  • Primary Headache Disorders
  • Intraoral Pain Disorders
  • Temporomandibular disorders
  • Cervicogenic Mechanisms of Orofacial Pain and Headaches
  • Extracranial Causes of Orofacial Pain and Headaches
  • Sleep and Orofacial Pain
  • Axis II Biobehavioral Considerations

Ainda não há tradução para o Português brasileiro (o que deve sair em breve). Mas o colega José Luiz Peixoto ministrou recentemente uma aula no Rio de Janeiro e enviou para meu email uma tradução livre que fez para esta aula.

AVISO: ESTA NÃO É A TRADUÇÃO OFICIAL PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO.

Mas mesmo assim, acho que muitos de vocês poderiam entender melhor desta forma. Vejam vocês que como já escrevi aqui várias vezes, a DTM é um conjunto com vários subtipos. Cabe ao profissional conhecer todos os tipos e também condições que mimetizam a mesma para que possa ser realizado o correto diagnóstico e consequentemente o correto tratamento.

No livro cada uma das condições é detalhada com seus critérios de diagnóstico.

Nem toda DTM segue o mesmo tratamento!

Segue abaixo a tradução livre.

DISFUNÇÕES ARTICULARES

1) Dor Articular (CID-10 M26.62, CID-9 524.62)

A) Artralgia

B) Artrite

2) Desordens Articulares

A) Desordens do Complexo Côndilo Disco (CID-10 M26.62, CID-9 524.63)

i. Deslocamento do Disco COM Redução

ii. Deslocamento do Disco COM Redução E Travamento intermitente

iii. Deslocamento do Disco SEM Redução e COM Limitação de Abertura

iiii. iii. Deslocamento do Disco SEM Redução e SEM Limitação de Abertura

B) Outras Desordens de Hipomobilidade (CID-10 M26.61, CID-9 524.61)

i.Adesão / Aderência

ii. Anquilose

a) Fibrosa

b) Óssea

C) Desordens de Hipermobilidade

i. Subluxação (CID-10 S03.0XXA, CID-9 830.0)

ii. Luxação (CID-10 S03.0XXA, CID-9 830.0)

a) Deslocamento Fechado (CID-10 S03.0XXA, CID-9 830.0)

b) Deslocamento Recorrente (CID-10 M26.69, CID-9 524.69)

c) Lascidão Ligamentar (CID-10 M24.20, CID-9 728.4)

3) Doenças Articulares

A) Doença Articular Degenerativa (CID-M19.91, CID-9 715.18 localizada / primária)

B) Condilose (CID-10 M26.69, CID-9 542.69)

C) Osteocondrose Disecante (CID-10 M93.20, CID-9 732.7)

D) Osteonecrose (CID-10 M87.08, CID-9 733.45)

E) Artrite Sistêmica  (Artrite Reumatóide : CID-10 M06.9 , CID-9 714.0)

F) Neoplasia (benigna: CID-10 D16.5, CID-9 213.1 – maligna: CID-10 C41.1, CID-9 170.1)

G) Condromatose Sinovial (CID-10 D48.0, CID-9 238.0)

4) Fratura

A) Fratura Fechada do Processo Condilar (CID-10 S02.61XA, CID-9 802.21)

B) Fratura Fechada do Processo Subcondilar (CID-10 S02.62XA, CID-9 802.22)

C) Fratura Aberta do Processo Condilar (CID-10 S02.61XB, CID-9 802.31)

D) Fratura Aberta do Processo Subcondilar (CID-10 S02.62XB, CID-9 802.32)

5) Desordens Congênitas ou de Desenvolvimento

A) Aplasia (CID-10 Q67.4, CID-9 754.0)

B) Hipoplasia (CID-10 M67.28, CID-9 526.89)

C) Hiperplasia (CID-10 M67.28, CID-9 526.89)

 

DISFUNÇÕES MUSCULARES

1) Dor Muscular limitada a região Orofacial

A) Mialgia (CID-10 M79.1, CID-9 729.1)

i) Mialagia localizada

ii) Dor Miofascial difusa

iii) Dor Miofascial com dor referida

B) Tendinite (CID-10 M67.90, CID-9 727.9)

C) Miosite

i) Não Infecciosa (CID-10 M60.9, CID-9 729.1)

ii) Infecciosa (CID-10 M60.009, CID-9 727.9)

D) Espasmo (CID-10 M62.838, CID-9 728.85)

2) Contratura

A) Muscular (CID-10 M62.40, CID-9 728.85)

B) Tendinosa (CID-9 727.81)

3) Hipertrofia (CID-10 M62.9, CID-9 728.9)

4) Neoplasia

A) Mandibular

i) Maligna (CID-10 C41.1, CID-9 170.1)

ii) Benigna (CID-10 D16.5, CID-9 213.1)

B) Tecidos Moles de Face, Cabeça e Pescoço

i) Maligna (CID-10 C49.0, CID-9 171.0)

ii) Benigna (CID-10 D21.0, CID-9 215.0)

5) Desordens de Movimento

A) Discinesia Orofacial

i) Movimentos Anormais Involuntários i) Maligna (CID-10 R25.1 <tremor não especificado>, R25.2 <câimbra ou espasmo>, R25.3 <fasciculação>, CID-9 781.0)

ii) Ataxia, não especificada (CID-10 R27.0, CID-9 781.3); Incoordenação Muscular (CID-10 R27.9, CID-9 781.3)

iii) Subaguda, devido a drogas; Discinesia Oral Tardia (CID-10 G24.1, CID-9 333.85

B) Distonia Oromandibular

i. Aguda, devido a drogas (CID-10 G24.02, CID-9 333.72)

ii. Deformante, familiar, Idiopática, de Torção (CID-10 G24.1, CID-9 333.6)

6) Mialgia Mastigatória atribuída a Desordens centrais ou Sistêmicas

A) Fibromialgia (CID-10 M79.7, CID-9 729.1)

B) Mialgia mediada centralmente (CID-10 M79.1, CID-9 729.1)

 

CEFALEIAS

1) Cefaleia atribuída a DTM (CID-10 G44-89, CID-9 339.89) ou (CID-10 R51, CID-9 784.0)

 

ESTRUTURAS ASSOCIADAS

1) Hiperplasia do Processo Coronóide (CID-10 M27, CID-9 526-89)

E esta tal felicidade…

Semana passada estive no Congresso Brasileiro de Cefaleia e Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe. Uma das palestras lá apresentadas foi realizada pelo Prof. Jorge von Zuben da ACDC de Campinas, sobre transtorno afetivo e dor crônica. O Jorge está hoje estudando psicanálise. Pedi a ele que então fizesse um texto para o blog.

Obrigada Jorge por pronto atender meu convite! Gosto muito desta colocação de Carlos Drummond de Andrade.

🙂

Prof. Jorge von Zuben
Prof. Jorge von Zuben em palestra durante o Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe

Felicidade – qual o remédio para a Felicidade?

Jorge von Zuben

Quando nos encontramos tristes, por vezes nos sentindo derrotados ou mesmo impacientes diante de situações desagradáveis sentimos uma Dor ou desconforto no peito – sim, isso é real e pode ser chamado de Angústia. Porem, numa situação diferente com alegria, sorridente, felizes e descontraídos sentimo-nos em Paz, tranquilos – este momento pode ser traduzido por Harmonia ou equilíbrio interior. Diante destes pensamentos temos duas situações bem diferentes, que ao serem questionadas normalmente nos remete a vivencias passadas, a momentos que preenchem nossas mentes para relembrar algo agradável ou desagradável. Será que somos felizes, ou vivemos disfarçando nossas mágoas, culpas, sentimentos de inferioridade, revoltas expondo uma mascara para aqueles com os quais convivemos. Relatam que certa vez Jung (Carl Jung) fora questionado por um Cientista se ele acredita em DEUS. E ele respondeu que SIM, mas foi imediatamente questionado pelo Cientista que o vez expor a seguinte situação: Jung – ¨ Você já maltratou alguém, hostilizou, e fez cara feia? – Cientista – sim, respondeu! Jung, pergunta: O que você sentiu? Cientista: senti-me mal, chateado, infeliz. Então Jung diz: isso é a ausência de DEUS em seu coração. Daí Jung pergunta: você já agradou alguém, sem interesse, ajudou e acolheu? Cientista: sim. Jung pergunta: E o que você sentiu? Cientista: Paz, Tranquilidade. Daí, Jung rebate: isso a manifestação de DEUS em seu coração. Analisando estas colocações o que se entende: quando estamos desarmonizados em DEUS nos permitimos estar Angustiados, expondo comportamentos agressivos, revoltas, mágoas e não nos damos conta disso. Porem ao contrario, nos mostrando alegres, ajudando ao próximo, sem pedir nada em troca – nos harmonizamos com DEUS!!! A FELICIDADE assim poderá ser manifestada, sentida em toda a sua plenitude quando estivermos ligados nas leis do AMOR, capazes de proporcionar felicidade aos outros, nos apaziguando interiormente. Não se busca a felicidade nos outros, nos sistemas (trabalho, casamento, emprego), nas pessoas (marido, esposa, filhos, parentais) ou nas coisas (carro, casa, dinheiro, títulos). Ao nos ligarmos a DEUS, seremos pessoas inteiras, não metades que esperam algo, ou tudo dos outros. Uma formula básica de Felicidade baseia-se em viver no que Real x Ilusório – onde quanto mais Real (valores empáticos, pensamentos no agora, vivendo a realidade dentro de seus limites), já no Ilusório colocamo-nos como vitimas do sistema, dependes de coisas e das coisas para sermos felizes. Daí, tornamo-nos metades, e incapazes de Amar. Em depoimento falado, o professor de Etica da GV – São Paulo, Prof. Clóvis de Barros Filho -relatou que Felicidade é aquilo que te faz sentir-se bem, com muita alegria, e que você gostaria de durasse uma eternidade. São momentos de pura energia positiva, e esta energia está dentro de você, e dependendo doas seus valores até então adquiridos, ela pode aumentar ou diminuir depende daquilo que você espera da vida. Procure ser feliz, e não buscar a Felicidade. Ela certamente esta dentro de você, basta que nos permitirmos aproximar das coisas boas, livrar-nos das mágoas do passado, angústia de futuro, medos, revoltas, ciúmes para possamos ter mais AMOR, pois esta é a única razão pela qual viemos a existir – para desenvolvermos a capacidade de AMAR.

“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”

Trecho do poema Viver não dói, de Carlos Drummond de Andrade