E esta tal felicidade…

Semana passada estive no Congresso Brasileiro de Cefaleia e Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe. Uma das palestras lá apresentadas foi realizada pelo Prof. Jorge von Zuben da ACDC de Campinas, sobre transtorno afetivo e dor crônica. O Jorge está hoje estudando psicanálise. Pedi a ele que então fizesse um texto para o blog.

Obrigada Jorge por pronto atender meu convite! Gosto muito desta colocação de Carlos Drummond de Andrade.

🙂

Prof. Jorge von Zuben
Prof. Jorge von Zuben em palestra durante o Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe

Felicidade – qual o remédio para a Felicidade?

Jorge von Zuben

Quando nos encontramos tristes, por vezes nos sentindo derrotados ou mesmo impacientes diante de situações desagradáveis sentimos uma Dor ou desconforto no peito – sim, isso é real e pode ser chamado de Angústia. Porem, numa situação diferente com alegria, sorridente, felizes e descontraídos sentimo-nos em Paz, tranquilos – este momento pode ser traduzido por Harmonia ou equilíbrio interior. Diante destes pensamentos temos duas situações bem diferentes, que ao serem questionadas normalmente nos remete a vivencias passadas, a momentos que preenchem nossas mentes para relembrar algo agradável ou desagradável. Será que somos felizes, ou vivemos disfarçando nossas mágoas, culpas, sentimentos de inferioridade, revoltas expondo uma mascara para aqueles com os quais convivemos. Relatam que certa vez Jung (Carl Jung) fora questionado por um Cientista se ele acredita em DEUS. E ele respondeu que SIM, mas foi imediatamente questionado pelo Cientista que o vez expor a seguinte situação: Jung – ¨ Você já maltratou alguém, hostilizou, e fez cara feia? – Cientista – sim, respondeu! Jung, pergunta: O que você sentiu? Cientista: senti-me mal, chateado, infeliz. Então Jung diz: isso é a ausência de DEUS em seu coração. Daí Jung pergunta: você já agradou alguém, sem interesse, ajudou e acolheu? Cientista: sim. Jung pergunta: E o que você sentiu? Cientista: Paz, Tranquilidade. Daí, Jung rebate: isso a manifestação de DEUS em seu coração. Analisando estas colocações o que se entende: quando estamos desarmonizados em DEUS nos permitimos estar Angustiados, expondo comportamentos agressivos, revoltas, mágoas e não nos damos conta disso. Porem ao contrario, nos mostrando alegres, ajudando ao próximo, sem pedir nada em troca – nos harmonizamos com DEUS!!! A FELICIDADE assim poderá ser manifestada, sentida em toda a sua plenitude quando estivermos ligados nas leis do AMOR, capazes de proporcionar felicidade aos outros, nos apaziguando interiormente. Não se busca a felicidade nos outros, nos sistemas (trabalho, casamento, emprego), nas pessoas (marido, esposa, filhos, parentais) ou nas coisas (carro, casa, dinheiro, títulos). Ao nos ligarmos a DEUS, seremos pessoas inteiras, não metades que esperam algo, ou tudo dos outros. Uma formula básica de Felicidade baseia-se em viver no que Real x Ilusório – onde quanto mais Real (valores empáticos, pensamentos no agora, vivendo a realidade dentro de seus limites), já no Ilusório colocamo-nos como vitimas do sistema, dependes de coisas e das coisas para sermos felizes. Daí, tornamo-nos metades, e incapazes de Amar. Em depoimento falado, o professor de Etica da GV – São Paulo, Prof. Clóvis de Barros Filho -relatou que Felicidade é aquilo que te faz sentir-se bem, com muita alegria, e que você gostaria de durasse uma eternidade. São momentos de pura energia positiva, e esta energia está dentro de você, e dependendo doas seus valores até então adquiridos, ela pode aumentar ou diminuir depende daquilo que você espera da vida. Procure ser feliz, e não buscar a Felicidade. Ela certamente esta dentro de você, basta que nos permitirmos aproximar das coisas boas, livrar-nos das mágoas do passado, angústia de futuro, medos, revoltas, ciúmes para possamos ter mais AMOR, pois esta é a única razão pela qual viemos a existir – para desenvolvermos a capacidade de AMAR.

“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”

Trecho do poema Viver não dói, de Carlos Drummond de Andrade

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