Xerostomia e Sono

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Ontem dei uma olhada no pubmed (www.pubmed.com) e vi que saiu um artigo recente na revista Clinical Oral Investigation.

Sempre colocamos a questão “você apresenta boca seca pela manhã?” no nosso questionário sobre bruxismo. E por que? Sabemos que o bruxismo pode estar associado a resistência a passagem do ar, hipopneia e apneia do sono, sendo neste caso um fator protetor. Há algum tempo escrevi sobre isso no blog (veja mais sobre isso aqui no link: https://julianadentista.com/2015/04/05/teorias-sobre-bruxismo-secundario-a-problemas-respiratorios/ e sobre crianças: https://julianadentista.com/2017/02/14/bruxismo-infantil-e-o-problema-respiratorio/). A sensação de boca seca seria relacionada a respiração oral realizada nestes casos.

Bem, o trabalho que encontrei ontem foi realizado em militares jovens da Grécia (não é bem uma ótima população para fazermos inferências mas vamos lá…). Nesta população os pesquisadores avaliaram uma serie de questionários sobre o sono como índice de qualidade do sono de Pittsburg, Escala de Sonolência de Epworth, Questionário de Berlim, Questionário para Bruxismo do Sono e o Inventário de Xerostomia. Ainda, avaliaram de forma objetiva a quantidade de saliva pela manhã.

Objetivamente, quem apresentou hiposalivação, apresentou pobre qualidade do sono. Mas para mim o dado interessante, que respalda a pergunta de nosso questionário, é a associação entre auto-relato de bruxismo do sono, alto risco para apneia obstrutiva do sono e sonolência excessiva diurna, o que mostra que estamos no caminho certo.

Claro, este foi um primeiro estudo, mas espero que inspirem pessoas a completarem esta pesquisa, inclusive mostrando o quanto de acurácia tem esta pergunta para nosso diagnóstico.

Fonte: Apessos et al. Investigation of the relationship between sleep disorders and xerostomia. Clin Oral Investig. 2019 Aug 2. doi: 10.1007/s00784-019-03029-1. link: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00784-019-03029-1

Falando nisso…

Já faz um tempo mas sempre bom recordar: há uma aula que montei sobre ardência bucal por xerostomia disponível no SlideShare e você pode ver clicando aqui.

Rapidinhas – Bruxismo em Vigília por Daniele Manfredini

Professor Daniele Manfredini, um dos autores do Consenso Internacional em Bruxismo, publicou há uns meses atrás um vídeo no Youtube em que esclarece os comportamentos em Bruxismo na Vigília.

Segue o vídeo abaixo:

Falando nisso…

Últimos dias para inscrição ao curso Dia do Bruxismo em São Paulo e Fortaleza!!

Confira nossa agenda:

05/07/2019 – São Paulo, SPClique aqui para fazer sua inscrição! 

02/08/2019 – Fortaleza, CE – Local: Seara Praia Hotel

Informações e inscrições: dbfortaleza2019@gmail.com Whatsapp: 85 985433910

01/11/2019 – Manaus, AM – Organização Odonto Starclass

07/12/2019 – Campinas, SPOrganização Imajon Cursos.

Toxina botulínica e bruxismo

A Professora Adriana Lira Ortega do blog Odontopediatria em Evidência fez uma lúcida postagem no Instagram esta semana.

Em tempos de falta de diagnóstico e logo uma terapia, acho que este texto cai bem.

Bruxismo não é DTM. Bruxismo apresenta manifestações diferentes, em momentos diferentes e pode até ser um sinal de outra condição mais deletéria e importante. Você só irá saber se estudar e realizar diagnóstico diferencial.

Segue a postagem!

 

Bibliometria em 2018

Olá pessoal!

Espero que as festas de final do ano tenham sido ótimas! Por aqui ainda estou no recesso. Volto para valer ao trabalho somente daqui uns dias. Mas para ir esquentando os motores e para fazer algo diferente este ano do que a retrospectiva dos posts mais visualizados (já que não produzi muitos em 2018), vou usar bibliometria.

Já ouviu falar sobre isso? Bibliometria é a estatística da informação científica. Basicamente dos artigos publicados.

Do wikipedia:

Dentre as diversas possibilidades de aplicação do uso da bibliometria, podem-se destacar as seguintes:

  • Identificar tendências e crescimento do conhecimento em uma determinada disciplina.
  • Estudar dispersão e obsolescências dos campos científicos.
  • Medir o impacto das publicações e dos serviços de disseminação da informação.
  • Estimar a cobertura das revistas científicas.
  • Identificar autores e instituições mais produtivos.
  • Identificar as revistas do núcleo de cada disciplina.
  • Estudar relações entre a ciência e a tecnologia[2].
  • Investigar relações entre disciplinas e áreas do conhecimento.
  • Monitorar o desenvolvimento de tecnologias.
  • Adaptar políticas de aquisição e descarte de publicações etc

Usei bastante  ferramentas de bibliometria no final de 2018, sobretudo a do site Web of Science e adorei a possibilidade de descobrir mais sobre as publicações realizadas no mundo todo. O Web of Science é uma base de dados que disponibiliza acesso a mais de 9.200 títulos de periódicos.

Daí, para fazer uma retrospectiva do ano de 2018, vou colocar abaixo algumas métricas!

Começando com Bruxismo. Em 2018, 166 artigos foram publicados com este tópico. Destes, 119 foram artigos completos e 20 revisões da literatura. 24 artigos foram produzidos no Brasil. E se você não sabe inglês, é difícil se manter atualizado… 162 artigos foram publicados neste idioma!

 

A ferramenta talvez mais conhecida deste site é a possibilidade de verificar quantas vezes o artigo foi citado por outras publicações. E o paper mais citado neste assunto foi, claro, a atualização do consenso internacional, que já citei aqui no blog. Mas ainda, como foram publicados em 2018, os artigos tem baixo índice de citação. Assim, resolvi separar os artigos com o número maior de uso nos últimos 180 dias, é o que chama de contagem de uso.

Do site Web of Science:

O Contagem de uso é uma medida do nível de interesse em um item específico da plataforma Web of Science. O total reflete o número de vezes que um artigo atendeu as necessidades de informação do usuário, conforme demonstrado pelos links clicados em toda a extensão do artigo no website do editor (através de link direto ou Open-Url) ou por ter salvo o artigo para uso em uma ferramenta de gerenciamento bibliográfico (através de exportação direta ou em um formato a ser importado posteriormente). O Contagem de uso é um registro de todas as atividades realizadas por todos os usuários do Web of Science, não apenas as atividades realizadas pelos usuários da sua instituição. O Contagem de uso para diferentes versões do mesmo item na plataforma Web of Science é unificado. Os Totais de uso são atualizados diariamente.

Agora que já expliquei direitinho, veja então os 5 artigos que foram mais utilizados que citam bruxismo no título (com link para resumo ou artigo completo):

  1. INTERNATIONAL DENTAL JOURNAL   Volume: 68   Edição: 2   Páginas: 97-104  Publicado: APR 2018 Link para artigo: clique aqui.
  2. JOURNAL OF ORAL REHABILITATION   Volume: 45   Edição: 6   Páginas: 423-429  Publicado: JUN 2018 Link para artigo: clique aqui.
  3. JOURNAL OF ORAL REHABILITATION   Volume: 45   Edição: 2   Páginas: 104-109  Publicado: FEB 2018 Link para artigo: clique aqui.
  4. ORAL AND MAXILLOFACIAL SURGERY CLINICS OF NORTH AMERICA   Volume: 30   Edição: 3   Páginas: 369-+   Publicado: AUG 2018 Link para o artigo: clique aqui.
  5. GASTROENTEROLOGY RESEARCH AND PRACTICE     Número do artigo: 7274318  Publicado: 2018 Link para o artigo: clique aqui (gratuito)

Só achei que o total de uso é bem baixo quando comparado a outros temas. Ainda, se destacou a revista Journal of Oral Rehabilitation. De fato, para quem quer ler mais sobre bruxismo, é a revista!

E agora sobre Disfunção Temporomandibular!

Foram 547 textos publicados! Destes, 441 foram artigos completos e 83 revisões. 122 dos Estados Unidos e 87 do Brasil! Realmente a produção brasileira aumentou na área da dor orofacial (o que é muito bacana) porém, ainda com pouca relevância em termos de citações. Muitos artigos são publicados em revistas de baixo impacto, infelizmente.

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O artigo mais citado que traz DTM no título foi sobre o sistema de classificação DC-TMD: “Reliability and Validity of the Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders Axis I in Clinical and Research Settings: A Critical Appraisal“.

O total de uso já é maior do que em bruxismo. E os top 5 artigos inéditos (exclui os editoriais) com DTM no título foram:

  1. JOURNAL OF ORAL & FACIAL PAIN AND HEADACHE   Volume: 32   Edição: 1  Páginas: 53-66   Publicado: WIN 2018 Link para artigo: clique aqui.
  2. JOURNAL OF ORAL & FACIAL PAIN AND HEADACHE   Volume: 32   Edição: 1  Páginas: 7-18   Publicado: WIN 2018 Link para artigo: clique aqui
  3. Acesso antecipado: MAR 2018 Link para artigo: clique aqui.
  4. INTERNATIONAL JOURNAL OF DENTAL HYGIENE   Volume: 16   Edição: 1   Páginas: 165-170   Publicado: FEB 2018 Link para artigo gratuito: clique aqui.
  5. JOURNAL OF ORAL REHABILITATION   Volume: 45   Edição: 5   Páginas: 414-422  Publicado: MAY 2018 Link para o artigo: clique aqui.

E olhem só, dentre os artigos que selecionei, somente um é do Brasil e exatamente um que participei a convite do pessoal do COBE-UFSC! 🙂 Para quem se interessar em fazer um curso de Revisão Sistemática, eles estão com as inscrições abertas!

Se considerarmos os editoriais, a revista que nada de braçada nas publicações em DTM é The Journal of Oral & Facial Pain Headache (a antiga Journal Orofacial Pain).

É isso… Para quem quiser acompanhar minhas leituras, seleções de artigos, sites, podcasts, etc etc etc, basta seguir o Instagram @dtmdororofacial ou participar da lista de transmissão do WhatsApp. Mande uma mensagem para +55 16 99132 3541 (grave o número em seus contatos para receber as mensagens!) ou do seu celular, clique no link: bit.ly/julianadentista

Falando nisso….

Restam poucas vagas para o curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial do Bauru Orofacial Pain Group, coordenado pelo Professor Paulo Conti no IEO-Bauru!

O curso é válido para quem quer atender pacientes em DTM e Dor Orofacial em seu consultório bem como para especialistas que gostariam de atualização e conhecer outros assuntos.

Para saber mais sobre o curso, você pode enviar uma mensagem para +55 14 996544386 ou clicar em bit.ly/cursoDTM no seu celular. Ainda no site www.ieobauru.com.br você pode ler mais sobre o curso.

E aguardem que teremos muitas novidades em cursos este ano!

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Novidade: podcast

Enfim chegou o dia de eu anunciar que finalmente consegui gravar um podcast para o blog!!

Faz muitos anos que sou ouvinte assídua de podcasts e até já escrevi sobre isso aqui.

Agora, com a facilidade dos novos aplicativos, consegui entrar para este mundo! Espero manter a frequência (quero que seja quinzenal).

Neste primeiro episódio falo sobre Bruxismo e o consenso de 2018.
Dá o play aí!!

Ou ouça no Spotify!

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Links:
Para saber mais sobre Bruxismo, venha estudar conosco no Dia do Bruxismo!
Próxima data: 08/12 em Campinas. Para se inscrever, clique aqui.

DTM e Bruxismo: mais um olhar na relação

🔴 Mais um artigo sobre a relação entre Bruxismo e DTM saiu! 

👉🏻Muzalev, van-Selms e Lobbezoo em artigo recentemente publicado.

🧐 Investigaram se existe uma relação dose-dependente entre a intensidade de dor relacionada a DTMs 🏧e a frequência do auto relato de bruxismo 😬 (do sono e da vigília) em um grupo de pacientes com DTM dolorosa. 

✔️Para isso selecionaram 768 pacientes onde, 293 que foram diagnosticados com pelo menos um tipo de DTM dolorosa. 

🤔Os resultados apontaram que  testes de correlação de Spearman não forneceram correlação significativa entre a frequência de bruxismo do sono e a intensidade de dor. 😱Por outro lado, o auto relato de bruxismo da vigília correlacionou-se positivamente 👍🏻com a intensidade da dor na DTM; no entanto, ❌ esta última correlação foi perdida quando o modelo foi controlado para os efeitos da depressão.🤯

👉🏻Assim, os autores concluíram que a suposição de que existe uma associação dose-dependente entre o bruxismo e a dor da DTM, onde quanto mais bruxismo, mais sobrecarga e, portanto,  mais dor, não poderia ser justificada. 👊🏻

🔺Parece que o caminho para entender a presença de uma DTM dolorosa vai mesmo além da hiperatividade muscular! 

💡Observem outros fatores sempre!

#ficaadica

🔺Quer saber mais sobre Bruxismo😬? 

👉🏻Estaremos em Campinas no dia 08/12 com o curso Dia do Bruxismo! 🍾🍾🍾

Inscrições e informações: www.diadobruxismo.com

🔺Quer estudar mais DTM, 🏧,Bruxismo e como estão relacionados? 

👉🏻Venha participar do curso de Atualização ou Especialização do Bauru Orofacial Pain Group, coordenado pelo professor Paulo Conti! Ministro a aula completa por lá! 😊 Link bit.ly/cursoDTM para mais informações! 

Referência: 

Muzalev K, van Selms MK, Lobbezoo F.J 

No Dose-Response Association Between Self-Reported Bruxism and Pain-Related Temporomandibular Disorders: A Retrospective Study. Oral Facial Pain Headache. 2018 Fall;32(4):375-380. 

Ah! Lembrando que a relação entre bruxismo e DTM é tema da palestra que irei ministrar no IV Congresso Brasileiro de Dor Orofacial em abril no ano que vem!!

Sim! Vou falar! \o/

Se você for participar, aproveite o desconto até 15/12/2018! Informações no site: www.sbdof2019.com.br

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Novo consenso sobre Bruxismo

Saiu hoje o novo consenso de especialistas sobre Bruxismo.

Convido a todos a lerem e refletirem sobre os conceitos ali apresentados.

Muitos aspectos interessantes: o papel da ferramenta de diagnóstico, o bruxismo como sinal de alguma condição ou fator de risco para outras, os métodos para diagnóstico de bruxismo da vigília.

Eu particularmente fiquei feliz que a definição agora separou de acordo com a atividade dos músculos realizadas e período circadiano, o bruxismo do sono do bruxismo da vigília.

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O consenso foi publicado no Journal Oral Rehabilitation e está aberto e gratuito para quem quiser ler.

Os autores são pesquisadores e clínicos que atuam na área.

#ficaadica

Falando nisso….

Claro que todas as novidades estarão no Dia do Bruxismo, curso teórico com 8 horas, comigo e com a professora Adriana Lira Ortega.

Estamos com inscrições abertas em Blumenau (11/11), São Paulo (18/08) e Salvador (01/09)!

Saiba mais em www.diadobruxismo.com

Ei doutor, silicone ou acrílico?

Por que tantos dentistas ainda prescrevem plaquinhas de silicone aos seus pacientes que apresentam bruxismo do sono?
Esta é a pergunta que martela a minha mente.
Eu não sei ainda a resposta certa.
Esta situação não é exclusividade nacional. Um estudo publicado em 2012 na Suécia perguntou aos dentistas qual tipo de placa os mesmos utilizavam para tratamento de DTM. Menos da metade utilizada placas de acrílico. Qual seria o motivo disso?

 

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Existem alguns fatos e mitos sobre placas que podem nos ajudar a entender

  1. A placa de silicone é mais fácil de confeccionar. FATO. Basta uma plastificadora, uma placa, um modelo e uma tesoura. Pronto! Já o dispositivo interoclusal liso de acrílico rígido (entendedores entenderão) exige enceramento e acrilização, até do registro bem feito, passos que demandam mais tempo e cuidado.
  2. A placa de acrílico é desconfortável.  MITO. Eu tenho a teoria que o protético te ensinou isso quando você ligou ao laboratório e ele te perguntou: de acrílico ou silicone (quando não, dura ou mole… rs). E ele te diz que a de silicone é mais confortável. Ou a vizinha disse isso ao paciente. Mas de fato, é mesmo? Não há um estudo sequer que relate isso. Então, vou usar da minha experiência para dizer a você leitor, NÃO. A placa de acrílico bem confeccionada e ajustada é sim confortável. Alguns pacientes relatam dificuldade inicial de uso, mas isso acontece com qualquer dispositivo e é preciso insistência. Também é possível trocar o arco. Além disso, há estudos que mostram melhora na qualidade do sono com o uso da placa de acrílico como este aqui.
  3. Placa de silicone é miorrelaxante. MITO. Nenhum dispositivo interoclusal é miorrelaxante. Não há estudos com a placa de silicone a longo prazo que indique que ela seria uma exceção. Há um estudo bem antigo do Prof. Okeson, em 1987 que indicou que entre 10 pacientes que iniciaram terapia com placa de silicone, 5 apresentaram aumento em atividade muscular e apenas 1 reduziu, quando a placa de acrílico mostrou redução de atividade em 8 dos 10 pacientes. Mas eu sinceramente acredito que este estudo não mostra o que realmente acontece. Sabemos que qualquer dispositivo (seja com cobertura oclusal, parcial ou nenhuma cobertura) a curto prazo pode reduzir mais frequentemente a atividade muscular (observada por eletromiografia de músculos mastigatórios durante o sono). Mas este efeito acontece a curto prazo (cerca de 1 a 2 semanas) e depois os valores voltam às médias basais. Além disso, não acontece em todos os pacientes. Há aqueles pacientes em que a introdução de um dispositivo, ao contrário do que se pensa, aumenta o número de eventos (veja este estudo aqui).
  4. A placa de silicone protege os dentes. MITO.   Não há nenhum estudo que comprove ou negue isso. Mas darei um depoimento meu como profissional que acompanha estes casos há anos, ou seja, nível de evidência científica ZERO. A placa de silicone não é resiliente. Com o uso ela deforma e se mostra friável. Com a pressão, chega a entrar em atrito com os dentes. Imagine isso em um ambiente de menor salivação. O que acontece com os dentes? Como eu já alertei, sem nenhuma evidência concreta, mas por observações, já vi placa de silicone marcar dentes de pacientes, ser desconfortável ao tocar a gengiva (ok, você pode cortar com uma tesoura…) e até chegarem totalmente rasgadas e furadas.
  5. A placa de silicone é estabilizadora. MITO. Não é possível ajustar a placa de silicone. Muitas vezes os toques são realizados apenas em alguns dentes. Ao contrário, na placa de acrílico, podemos realizar ajustes necessários ao longo do tempo para que possa ser um dispositivo utilizável a longo prazo. Ainda, pode-se acompanhar a atividade dos músculos mastigatórios pelas marcas eventuais que os dentes deixam no acrílico.
Por tudo acima e mais o fato de que não há um estudo sequer que indique esta terapia como superior ou, pelo menos, igual a terapia com placa de acrílico, acho estranha a indicação de uma plaquinha (“inha” mesmo) de silicone para bruxismo do sono a longo prazo.
E você? O que acha? Por que mesmo indica a placa de silicone?
Falando nisso…
Quer ver todas as referências que cito acima  e mais algumas? Venha participar do Dia do Bruxismo!
As inscrições estão abertas para:
– Belo Horizonte – 07/10/2017
– Florianópolis – 11/11/2017
– Aracaju – 02/12/2017
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#ficaadica

Entrevista sobre bruxismo

Há cerca de um mês atrás fui entrevistada pela Carina Dragone do Programa Adapt TV da TV local aqui de Franca sobre bruxismo.

Agradeço a Carina e sua equipe pela possibilidade de divulgar meu trabalho!

Segue o vídeo no Youtube! Nele mostro também um pouquinho do Neuroup (dispositivo que estou testando também para bruxismo na vigília) e sua aplicação na clínica.

O que vc achou? 🙂

Falando nisso…

Atenção!! Garanta sua vaga para o Dia do Bruxismo em Belo Horizonte (07/10) e Florianópolis (11/11). Vamos falar sobre as novidades na área!

Acessem www.diadobruxismo.com para todas as informações!

Siga-me no Instagram (veja os stories!): @dtmdororofacial

Também tenho canal no Youtube! 😉

 

Novidades sobre Bruxismo no IADR

Esta semana aconteceu em São Francisco na Califórnia a edição anual do Congresso Mundial de Pesquisa Odontológica promovido pela IADR (Associação Internacional de Pesquisa Odontológica). Infelizmente não pude comparecer.

Neste evento aconteceu uma reunião fechada entre os experts na pesquisa do Bruxismo. Prof. Daniele Manfredini foi um dos participantes e gentilmente fez um resumo do que aconteceu nesta reunião. Coloco abaixo seu texto:

Dear friends, 
as promised, here I am with a brief summary of the expert consensus meeting on bruxism at the IADR congress. Nice and lovely experience, without any real clashes between any of us…my special thanks to Frank Lobbezoo for the excellent coordination and to Karen Raphael and Peter Wetselaar, who co-chaired with me the working group on the definition of diagnostic cut-offs. The other groups provided summaries on the non-instrumental (ie, questionnaires, interviews, EMA [ecological momentary assessment], clinical assessment) and instrumental (ie, PSG and EMG) approaches to bruxism evaluation. 
At the end of the a very productive day, we all agreed that the new consensus paper should be based on some very clear concepts: 
1. a separate definition for sleep and awake bruxism – different etiology, clinical consequences, and management outcomes; 
2.bruxism is a behavior, which can be a risk factor for some clinical signs/symptoms (e.g., tooth wear, muscle fatigue, pain) or be associated with other conditions (e.g., OSA, other sleep disorders). Bruxism is not a “disorder” per se; 
3. being a risk factor, bruxism cannot be “diagnosed” in terms of yes/no, and the search for an ideal cut-point that discriminates between the presence or absence of clinical consequences might reveal unfruitful; 
4. as such, as far as sleep time is concerned, it is recommendable that masticatory muscle activity is measured in its continuum; 
5. as for awake bruxism, self-report via EMA is a promising strategy to approximate a correlation with patients’ experienced symptoms.  
All these summary points have to be refined after the manuscript will be drafted in full version and submitted for suggestions to the expert who were absent during the meeting.

Daniele Manfredini

Como eu já esperava, mais do que nunca é importante separar o Bruxismo do Sono do Bruxismo em Vigília, inclusive em definição, já que são condições distintas.

Bruxismo é um comportamento. Este fato traz um desafio ao clínico, pois há individualização do diagnóstico. Como comportamento sua ocorrência depende de vários fatores e ainda, pode ser que tragam ou não consequências ao organismo. O bruxismo nem sempre é vilão (leia sobre isso aqui).

Sobre o EMA citado no item 5, trata-se do uso de aplicativos para smartphone para potencializar o diagnóstico e controle do bruxismo em vigília. E isso já fazemos há anos, não é mesmo? O primeiro aplicativo foi o Desencoste seus Dentes e depois surgiu o Bruxapp. No Dia do Bruxismo demonstro sempre como uso este recurso na clínica!

Enfim, pensando em todos os aspectos, concordo com um comentário realizado pelo colega Ricardo Aranha e confirmado pela Profa. Karen Raphael em uma discussão no Facebook: existe muito sobre tratamento em relação ao Bruxismo.

Eu já estou ansiosa para ler as publicações que viram por aí no Journal Oral Rehabilitation. Vamos ficar de olho!!

 

Falando nisso…

A professora Adriana Lira Ortega também estava lá no IADR (#inveja) e mostrou tudo no Instagram do Dia do Bruxismo! Siga lá! @diadobruxismo Antes de ela embarcar ainda estivemos em Maringá na Dental Press, e foi muito bacana!

Agora o próximo DB acontecerá em Passo Fundo (vamos explicar direitinho as novidades sobre Bruxismo)! Clique aqui e saiba todos os detalhes!

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