-
Lancet Neurology – https://www.thelancet.com/journals/laneur/home
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Neurology – https://n.neurology.org
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Journal of Pain – https://www.jpain.org
-
Journal of Dental Research – https://journals.sagepub.com/home/jdr
-
Sleep – https://academic.oup.com/sleep
-
Cephalalgia – https://journals.sagepub.com/home/cep
-
European Journal of Pain – https://onlinelibrary.wiley.com/journal/15322149
-
Journal of Headache and Pain – https://thejournalofheadacheandpain.biomedcentral.com
-
Sleep Medicine – https://www.journals.elsevier.com/sleep-medicine
-
Clinical Journal of Pain: https://journals.lww.com/clinicalpain/pages/default.aspx
-
Current Pain and Headache Reports: https://link.springer.com/journal/11916
-
Pain Medicine: https://academic.oup.com/painmedicine
-
Journal of Oral Rehabilitation – https://onlinelibrary.wiley.com/journal/13652842
-
Brazilian Oral Research – http://www.scielo.br/bor
-
Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology Oral Radiology – https://www.oooojournal.net
-
Archives of Oral Biology – https://www.journals.elsevier.com/archives-of-oral-biology
-
Journal of Applied Oral Science – http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-7757&lng=en&nrm=iso
-
Journal of Oral & Facial Pain and Headache: http://www.quintpub.com/journals/ofph/full_txt_pdf_alert.php?article_id=18895
Arquivo da tag: sono
Sono e Disfunção Temporomandibular
Ter uma boa noite de sono é reconhecidamente necessário para a manutenção da saúde e bem estar físicos e mentais. A Associação Brasileira do Sono, Associação de Medicina do Sono e Associação de Odontologia do Sono promovem a Semana do Sono entre os dias 13 e 19 de março.
Esta iniciativa tem o intuito de levar até a população conhecimento sobre o sono, as últimas novidades na pesquisa e informações importantes. É primordial dormir bem para o bem estar geral!
Toda a programação do evento e informações estão no site: http://www.semanadosono2017.com.br
Em média, um adulto dorme de 6 a 9 horas por noite. Dormir menos de 5 horas pode ser considerado uma privação de sono, levando a alterações de humor e disfunção social. Se constante e prolongada, a privação do sono pode levar a complicações mentais, cardiovasculares e aumentar a frequência e intensidade da dor. Entre 50 a 90% dos pacientes com dor aguda, a ocorrência da dor geralmente precede as queixas de uma noite de sono ruim. Entretanto, estudos com pacientes com dor crônica indicam uma influência bidirecional: uma noite de sono ruim ser seguida pelo aumento da dor no dia seguinte e, um dia com alta intensidade de dor é seguido por uma noite ruim de sono.
Distúrbios do sono, sobretudo insônia, podem contribuir para desregulação do sistema de modulação de dor e ocasionar aumento na intensidade de dor. Já mostrei aqui no blog um trabalho de Smith e colaboradores que demonstraram que a presença de insônia contribui para redução no limiar de dor em pacientes com dor na musculatura mastigatória.
Então, aproveitando a Semana do Sono fui verificar o que há de novo na literatura e encontrei um estudo recente (Rener-Sitar et al., 2016) que comparou pacientes com DTM com voluntários saudáveis com relação a qualidade do sono. Achei interessante porque eles não trabalharam apenas com um diagnóstico e sim com os 8 que englobam a classificação do RDC/TMD, além de usarem os questionários de eixo II (verificaram sintomas de ansiedade, depressão, somatização e grau de disfunção). Incluiram inclusive exames de imagem para comprovar os diagnósticos articulares.
Para verificar a qualidade do sono utilizaram o questionário de Pittsburg.
Os resultados do estudo demonstraram que os diagnósticos que curam com dor, ou seja, DTMs dolorosas são aquelas em que a qualidade do sono está significativamente prejudicada, bem como em pacientes que apresentavam sofrimento psicossocial e incapacidade à dor, particularmente dor disfuncional. Este fato só corrobora com o que sempre verificamos entre dor e sono, que embora pareça lógico, poucos estudos abordaram ainda esta questão.
Interessante relatar também que os pacientes com DTM não dolorosa (exemplo, deslocamento do disco com redução) apresentaram índices de qualidade do sono similares aos voluntários saudáveis.
Avaliar a qualidade do sono nessa população pode ajudar a caracterizar melhor esses pacientes e, o mais importante, abordar a sua deficiência de sono pode oferecer uma outra abordagem terapêutica para reduzir o sofrimento relacionado com a dor (Rener-Sitar et al., 2016).
Aproveite este momento e clique aqui para ler um post de 2010 que escrevi sobre avaliação do sono em pacientes com dor orofacial. Nela há o link para alguns métodos de avaliação. É essencial que o clínico avalie os hábitos ao dormir do paciente e determine se ele apresenta sinais e sintomas de distúrbios do sono como insônia, Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, que muito mais do que o Bruxismo do Sono, parecem estar envolvidos na manutenção da dor do paciente com DTM!
É importante que o clínico esteja preparado não só para identificar problemas relacionados ao sono como também iniciar orientações ao paciente. O tratamento do sono pode incluir terapias comportamentais com ou sem uso de medicamentos que melhoram o sono.
Quando sinais e sintomas de um distúrbio do sono primário são encontrados, o cirurgião-dentista deve considerar encaminhar o paciente para o médico, especialmente os habilitados para a Medicina do Sono. Medidas de higiene do sono podem ser implementadas para melhorar a qualidade do sono do paciente.
Além de observar aspectos relacionados diretamente ao sono, é importante que o clínico identifique pensamentos catastróficos relacionados a dor e aprimore sua abordagem ao tentar reduzi-los. Isto pode levar a uma melhora no sono e consequentemente controle da dor do paciente.
#ficaadica
Edição especial do Journal of Dental Research para Dor Orofacial
A revista científica Journal of Dental Research é uma das mais importantes na Odontologia, com fator de impacto 4.602.
No mês de Setembro o fascículo é dedicado a Dor Orofacial, destacando algumas revisões e pesquisas na área. Indico para os clínicos a leitura das revisões! Estão excelentes, especialmente gostei da de Sono e Dor Orofacial, reunindo dois craques no assunto: Gilles Lavigne e Barry Sessle.
Se vc é sócio da IADR – International Association of Dental Research – ou vinculado a uma instituição com acesso, você pode ter acesso a todo o fascículo. Caso contrário, infelizmente, nem todo conteúdo estará disponível. Vale escrever para os autores ou procurar no Research Gate para conseguir! A outra opção só conto para os espectadores do Periscope (siga lá: @dororofacial).
Entre os artigos gratuitos está a revisão assinada pelos pesquisadores envolvidos no estudo OPPERA, que completa uma década de publicações sobre fatores de risco para dor por Disfunção Temporomandibular. Esta revisão destaca os principais pontos e achados em todo este período.
Segue o resumo:
G.D. Slade, R. Ohrbach, J.D. Greenspan, R.B. Fillingim, E. Bair, A.E. Sanders, R. Dubner, L. Diatchenko, C.B. Meloto, S. Smith, and W. Maixner
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‘In 2006, the OPPERA project (Orofacial Pain: Prospective Evaluation and Risk Assessment) set out to identify risk factors for development of painful temporomandibular disorder (TMD). A decade later, this review summarizes its key findings. At 4 US study sites, OPPERA recruited and examined 3,258 community-based TMD-free adults assessing genetic and phenotypic measures of biological, psychosocial, clinical, and health status characteristics. During follow-up, 4% of participants per annum developed clinically verified TMD, although that was a “symptom iceberg” when compared with the 19% annual rate of facial pain symptoms. The most influential predictors of clinical TMD were simple checklists of comorbid health conditions and nonpainful orofacial symptoms. Self-reports of jaw parafunction were markedly stronger predictors than corresponding examiner assessments. The strongest psychosocial predictor was frequency of somatic symptoms, although not somatic reactivity. Pressure pain thresholds measured at cranial sites only weakly predicted incident TMD yet were strongly associated with chronic TMD, cross-sectionally, in OPPERA’s separate case-control study. The puzzle was resolved in OPPERA’s nested case-control study where repeated measures of pressure pain thresholds revealed fluctuation that coincided with TMD’s onset, persistence, and recovery but did not predict its incidence. The nested case-control study likewise furnished novel evidence that deteriorating sleep quality predicted TMD incidence. Three hundred genes were investigated, implicating 6 single-nucleotide polymorphisms (SNPs) as risk factors for chronic TMD, while another 6 SNPs were associated with intermediate phenotypes for TMD. One study identified a serotonergic pathway in which multiple SNPs influenced risk of chronic TMD. Two other studies investigating gene-environment interactions found that effects of stress on pain were modified by variation in the gene encoding catechol O-methyltransferase. Lessons learned from OPPERA have verified some implicated risk factors for TMD and refuted others, redirecting our thinking. Now it is time to apply those lessons to studies investigating treatment and prevention of TMD.”
É um dos estudos mais completos em se tratando de fator de risco. Entre os resultados, destaque para a importância da qualidade do sono que quando ruim pode predizer a incidência de DTM. Daí a leitura da outra revisão ser tão importante!
O link para o artigo gratuito está aqui: http://jdr.sagepub.com/content/95/10/1084.full.pdf+html
Vou dar um destaque pessoal também a revisão que tem entre os autores o Prof. Daniel Clauw sobre neurofisiologia da dor. Sou fã declarada dos trabalhos deste professor e se você ainda não leu sobre a aula dele que assisti no congresso da AAOP, clique aqui (na postagem tem um link para uma aula inteira no Youtube!).
Vejam todos os artigos deste fascículo:
G.D. Slade, R. Ohrbach, J.D. Greenspan, R.B. Fillingim, E. Bair, A.E. Sanders, R. Dubner, L. Diatchenko, C.B. Meloto, S. Smith, and W. Maixner
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R. Ohrbach and S.F. Dworkin
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D.E. Harper, A. Schrepf, and D.J. Clauw
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G.J. Lavigne and B.J Sessle
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K.M. Hargreaves and S. Ruparel
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T. Berta, Y.J. Qadri, G. Chen, and R.R. Ji
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C.L. Randall, D.W. McNeil, J.R. Shaffer, R.J. Crout, R.J. Weyant, and M.L. Marazita
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T. Shinozaki, Y. Imamura, R. Kohashi, K. Dezawa, Y. Nakaya, Y. Sato, K. Watanabe, Y. Morimoto, T. Shizukuishi, O. Abe, T. Haji, K. Tabei, and M. Taira
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J. Durham, J. Shen, M. Breckons, J.G. Steele, V. Araujo-Soares, C. Exley, and L. Vale
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B. Häggman-Henrikson, E. Lampa, S. Marklund, and A. Wänman
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T. Weber, I.A. Boggero, C.R. Carlson, E. Bertoli, J.P. Okeson, and R. de Leeuw
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H. Meng, Y. Gao, Y.F. Kang, Y.P. Zhao, G.J. Yang, Y. Wang, Y. Cao, Y.H. Gan, and Q.F. Xie
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T. Tamagawa, M. Shinoda, K. Honda, A. Furukawa, K. Kaji, H. Nagashima, R. Akasaka, J. Chen, B.J. Sessle, Y. Yonehara, and K. Iwata
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K.Y. Yang, M.J. Kim, J.S. Ju, S.K. Park, C.G. Lee, S.T. Kim, Y.C. Bae, and D.K. Ahn
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M. Yasuda, M. Shinoda, K. Honda, M. Fujita, A. Kawata, H. Nagashima, M. Watanabe, N. Shoji, O. Takahashi, S. Kimoto, and K. Iwata
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Falando nisso…
Quer estudar mais sobre Dor Orofacial? Confira os eventos vindouros (hehehe gostei desta palavra)!
- 01/09: Florianópolis – Curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial com 10 módulos coordenado pelo Prof. Paulo Conti e por mim e com participação dos professores Rafael Santos Silva e Roberto Garanhani. Só tem uma vaga!!! www.abosc.com.br
- 09/09: Joinville – Dia do Bruxismo! Saiba mais em www.diadobruxismo.com
- 16/09: Campinas – Curso de um dia sobre DTM. Irei abordar aspectos sobre diagnóstico e tratamento e mostrar um pouquinho do que fazemos em Bauru. O curso terá um material online dedicado e demonstração de atendimento. Mais detalhes em www.imajon.com.br
- 13 e 14/10: Ribeirão Preto: Congresso Brasileiro de Cefaleia e Congresso do Comitê de Dor Orofacial . Estarei lá para palestrar sobre a relação DTM e Bruxismo. www.sbcefaleia.com
- 27/10: Palmas: Meeting Internacional Odontológico do Tocantins – vou falar de um tema que gosto muito – as dores persistentes pós tratamento odontológico e quando são atribuídas a problemas neuropáticos. Mais informações: http://meeting.abo-to.org.br
- 05/11: Recife – Dia do Bruxismo! Saiba tudo sobre este dia em www.diadobruxismo.com
Dia Mundial do Sono
Acho que estou um pouco atrasada, mas acho também que ainda está valendo!
O Dia Mundial do Sono foi comemorado em 18 de março e vi várias entidades e associações participando.
A Associação Brasileira do Sono promoveu por aqui a Semana do Sono com entrevistas e informações em seu site, redes sociais e mídia. Confira aqui.
Achei muito bacana todas as iniciativas que acompanhei. É fundamental para nós, clínicos que trabalhamos diretamente com dor e bruxismo, conhecer também todos os distúrbios do sono e orientar os pacientes da melhor maneira possível para que possam apresentar melhora na sua qualidade do sono.
Algumas ações foram realizadas mundialmente para comemorar a data.
A revista CHEST, do Colégio Americano de Pneumologia, avisou por email sobre a disponibilidade de alguns artigos até junho! Há vários interessantes, como sobre fisiopatologia da insônia e efeitos dos exercícios orofaríngeos sobre o ronco. Segue a lista para vocês:
Contemporary Reviews in Sleep Medicine:
Intermittent Hypoxemia and OSA: Implications for Comorbidities
The Pathophysiology of Insomnia
Perioperative Assessment and Management for Sleep Apnea in the Ambulatory Surgical Patient
Relationship Between OSA and Hypertension
Original Research:
Exercise End-Tidal CO2 Predicts Central Sleep Apnea in Patients With Heart Failure
Effects of Oropharyngeal Exercises on Snoring: A Randomized Trial
Prognosis for Spontaneous Resolution of OSA in Children
A Randomized Controlled Study to Examine the Effect of a Lifestyle Modification Program in OSA
Exercise End-Tidal CO2 Predicts Central Sleep Apnea in Patients With Heart Failure
The Effect of OSA on Work Disability and Work-Related Injuries
Misclassification of OSA Severity With Automated Scoring of Home Sleep Recordings
Também vi no site do Dia Mundial do Sono uma rádio da Nova Zelândia, Sleep Radio, que transmite via internet sua programação ao vivo. As playlists são compostas por música suave instrumental para ajudar pessoas que tem insônia a dormirem!
A estação tem um aplicativo para smartphones que vem com alarme! Vou testar! 🙂
Website: www.sleepradio.co.nz
No site oficial do Dia Mundial do Sono (http://worldsleepday.org) você pode encontrar todas as atividades realizadas por todo o mundo.
Foi neste site que encontrei o vídeo abaixo sobre apneia do sono!
Falando nisso….
Eu sei que você já sabe mas não custa lembrar: as próximas datas do Dia do Bruxismo!
Saiba como se inscrever em www.diadobruxismo.com
Teorias sobre Bruxismo secundário a problemas respiratórios
Esta semana li um artigo sobre a teoria da relação causa-efeito entre Bruxismo do Sono e Distúrbios do Sono relacionados a problemas respiratórios. Trata-se do artigo: “Theories on possible temporal relationships between sleep bruxism and obstructive sleep apnea events. An expert opinion” publicado na revista Sleep Breath e que traz como autores Daniele Manfredini, Luca Guarda-Nardini, Rosario Marchese-Ragona e Frank Lobbezoo.
Pelo título já percebemos que se trata de uma revisão livre e com opinião de alguns dos maiores pesquisadores na área de Bruxismo (se estivesse na sala de aula já estava fazendo meu tradicional gesto de que é um artigo da base da pirâmide de evidência, rs…).
A discussão sobre este assunto é necessária e interessante do ponto de vista clínico. Os dados clínicos apontam para este tipo de Bruxismo, classificado como secundário, apesar de sabermos que Bruxismo primário pode apresentar aumento no número de eventos por um fator secundário. Entretanto, como os autores citaram, recentemente uma revisão sistemática sugeriu que ainda não é possível afirmar ou negar a relação entre as duas condições.
Para não ficar confuso, vamos usar a tática encontrada pelos autores e dividir a associação em alguns possíveis cenários, de acordo com o caráter temporal. Observem que será um texto mais de caráter reflexivo do que prático!
A chave para entender o pensamentos dos autores parece estar ligada a fisiopatologia do Bruxismo do Sono (BS), sobretudo a cascata de eventos que ocorrem em sequência (microdespertar – taquicardia – contração muscular em músculos mastigatórios).
Para quem não está familiarizado com isso, sugiro a leitura do texto neste link: http://goo.gl/ClBdnR Observem a tabela 3!
Cenário 1 – os dois eventos não são relacionados.
Neste cenário os autores apontaram que os dados obtidos através do exame de polissonografia (PSG) não mostra uma relação temporal entre os dois eventos, ou seja, os eventos se relacionem com microdespertares diferentes. Entretanto, é um cenário discutível já que não se sabe qual seria o período de tempo exato para se dizer que as duas ocorrências (evento de BS e evento de hipopneia ou apneia) não estão relacionadas. Complicado imaginar e verificar nos exames este cenário.
Cenário 2 – Um evento de hipopneia/apneia precede um evento de BS
Me parece ser o cenário mais comum (pelo menos o que mais observo nas PSG que recebo). Também é o cenário em que conseguimos explicar com mais facilidade. Neste cenário o evento de hipopneia/apneia precede o evento de BS. O que acontece é que a obstrução da passagem do ar parece ser interrompida pela contração da musculatura mastigatória, o que na PSG aparece como um evento de BS após o evento de hipopneia/apneia.
Os autores descrevem estes eventos e sua relação com a contração dos músculos suprahioides (mais uma vez, vejam a tabela 3 do atrigue está neste link: http://goo.gl/ClBdnR). Esta contração acontece um segundo antes do chamado movimento ritmico da musculatura mastigatória (RMMA) e parece estar envolvida com a restauração da passagem do ar. O BS teria um papel protetor ao organismo neste caso.
Também pensando nisso, deve-se observar que a obstrução a passagem do ar apresenta tipos e locais diferentes. Possivelmente a obstrução deve ser solucionada com o avanço mandibular.
A contração dos músculos mastigatórios pode também ser uma reação não específica à Síndrome da Resistência das Vias Aéreas Superiores (SRVAS) caracterizada por uma obstrução das vias aéreas superiores (VAS) insuficiente para criar apnéias francas, hipopnéias e dessaturações (queda na oxigenação do sangue), mas suficiente para perturbar a microestrutura do sono e aumentar o esforço respiratório. Neste caso há uma aumento de microdespertares, o que poderia ser a ligação com os eventos de BS.
Cenário 3 – Um evento de BS precede um evento de apneia/hipopneia
Este cenário é raramente descrito na literatura e pode ser explicado uma vez que há a sugestão de que durante o sono REM as mucosas das vias aéreas superiores poderiam secretar muco suficiente para causar uma congestão nasal que por sua vez seria o gatilho para o aparecimento do microdespertar. O natural seria imaginar um quadro como no cenário 2, mas os autores também descrevem algumas teorias que suportam este cenário 3. Primeiro que o BS poderia ocorrer como reflexo trigeminal frente a uma bradicardia. Neste caso, este reflexo cardíaco trigeminal poderia induzir à congestão nasal. Os autores ainda destacam no texto que possivelmente este cenário incomum acontecesse também na fase REM, onde eventos de BS são igualmente menos comuns de ocorrerem.
Cenário 4 – Um evento de apneia/hipopneia ocorre ao mesmo tempo que o evento de BS
Na teoria este cenário pode ser plausível, na prática ainda não foi descrito.
Você pode ter chegado até esta parte do texto questionando-se porque é que eu resolvi escrever sobre este texto tão teórico ainda. Bem, eu acho que devemos abrir nossa mente aos diferentes pacientes com diferentes tipos de bruxismo que recebemos diariamente em nossa clínica. O cenário 2 é mais frequente, mais fácil de ser explicado mas devemos saber que outros cenários podem existir.
Lembro que o artigo refere-se a opinião de autores. Ainda, não reproduzi na íntegra todo o texto e cabe a observação que estudos comprovando cada um dos cenários são citados. Sugiro a leitura integral do texto que está neste link: http://goo.gl/8X0iE9
Conheçam Bruxismo, mas também conheçam outros distúrbios do sono que possam estar relacionados a ele! 🙂
Falando nisso…
Já estão abertas as inscrições para o Dia do Bruxismo em Belo Horizonte e São Paulo! Em breve: Florianópolis, João Pessoa, Curitiba e Uberaba! Conheça o projeto, o programa, as palestrantes e faça sua inscrição pelo site www.diadobruxismo.com Falaremos mais sobre as associações ao Bruxismo por lá! 🙂
Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono – Terceira Edição
Este ano a Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono foi atualizada.
Eu sabia disso. Mas quando entrei no site da American Academy of Sleep Medicine (AASM) fiquei sabendo que teria que desembolsar 60 dólares para adquirir a classificação. Não o fiz no momento e acabei esquecendo.
Sorte a minha.
Dias desses o professor e meu colega de doutorado Yuri Martins Costa me questionou sobre a classificação. Disse a ele que tinha visto e ia adquirir via site.
Mas…
Yuri sempre atualizado avisou: baixe o aplicativo para tablets da AASM e você terá acesso a classificação, sem necessidade de login, nem nada!
\o/
E foi o que eu fiz!
O aplicativo se chama AASM Library. O acesso e leitura do texto só pode ser através do aplicativo para smartphones e tablets em iOS e Android.
Seguem algumas imagens do aplicativo!
#ficaadica
Valeu mestre Yuri!
Pain Trek e SleepGenius: aplicativos que estou testando…
Eu adoro tecnologia, isso todo mundo que me acompanha há algum tempo já percebeu. Sou entusiasta de como as novas ferramentas como aplicativos desenvolvidos para smartphones podem seguramente nos auxiliar no diagnóstico, acompanhamento e tratamento de nossos pacientes. Já uso com freqüência o Desencoste (aplicativo desenvolvido para diagnóstico e controle do bruxismo em vigília), já escrevi aqui sobre o app Trigger Points e até sobre diários de dor digitais. Hoje gostaria de citar duas outras ferramentas: Pain Trek e SleepGenius.

Falando nisso...
Sorteio imperdível!
No final do mês de junho tive a felicidade de participar como palestrante em um curso sobre odontologia e sono (obrigada Marcelo Quintela e Cinthia pela recepção) e lá encontrei a querida professora e amiga Cibele Dal Fabbro que me contou que o livro A Odontologia na Medicina do Sono, citado por diversas vezes por mim aqui no blog e também em palestras, que estava esgotado foi reimpresso pela editora Dental Press.
Este livro vem ao encontro de uma fase importantíssima da medicina odontológica do sono, na qual inúmeros profissionais se juntaram para estudar o tratamento de pacientes portadores de um distúrbio tão debilitante como a SAOS. • Cabe salientar que, com o aumento de publicações sobre esse assunto, médicos esperam que cirurgiões-dentistas tenham um conhecimento aprofundado em várias áreas da medicina do sono. • O objetivo deste livro é apresentar, de forma sucinta e prática, o conhecimento necessário para cirurgiões-dentistas que irão reconhecer s intomas de apneia em seus pacientes, podendo indicar o diagnóstico correto e acompanhar o tratamento, seja por CPAP, cirurgia ou aparelhos intra-orais.
• Histórico da Medicina do Sono no mundo• Bases neurais e fisiologia do sono• Classificação dos distúrbios do sono• Polissonografia• Fisiopatologia dos distúrbios respiratórios do sono• Diagnóstico e abordagem clínica do paciente com distúrbios respiratórios do sono
• Consequencias clínicas e morbidades associadas
• Tratamento clínico e CPAP
• Tratamento Cirúrgico
• Tratamento com aparelhos intra-orais (AIO)
• Adesão, preditores de sucesso e efeitos colaterais do tratamento com AIO
• Protocolo clínico, médico e odontológico
• Padrão de crescimento e distúrbios respiratórios do sono
• Abordagem precoce dos distúrbios respiratórios do sono
• Morfologia craniofacial nos distúrbios respiratórios do sono
• Bruxismo no sono
E olhem a surpresa, a professora Cibele gentilmente cedeu um exemplar para ser sorteado aqui no blog! Notícia mais do que boa não? Acho que todos deveriam ter um deste. Se você não quer esperar o resultado do sorteio e já quiser adquirir seu exemplar, clique aqui.
E como faz para participar????
As regras são simples! Basta deixar preencher com nome, email e endereço completo o formulário ao final desta postagem.
Cada comentário recebe um número e é através deste número que você irá concorrer.
Não se preocupe, o endereço de email aparece apenas para mim e é através dele que entrarei em contato com o sorteado e enviarei o livro pelos correios.
Cada pessoa pode participar apenas uma vez.
Mas ATENÇÃO, desta vez o prazo é curto e o sorteios erá realizado no dia 15 de julho!
Boa sorte!!!!!
Controle do bruxismo infantil
Chegou a hora de escrever algumas palavras sobre o tratamento!
Não devemos esquecer que, para um controle eficaz, investigar e realizar um diagnóstico preciso é indispensável!
Assim, separar o bruxismo do sono do de vigília, o primário do secundário é fundamental também em crianças.
Infelizmente não há evidências sobre o que funciona ou não no controle do bruxismo na infância.
Eu proponho três etapas então:
- Informar
- Controlar
- Proteger
Informar
Devemos explicar claramente aos pais e/ou responsáveis o que é bruxismo, os fatores contribuintes e como podemos ajudar. Lembre-se que no Brasil o bruxismo infantil não é tão incomum. Na idade escolar já foi detectada a prevalência de 30%.
Acalmar também, uma vez que os ruídos produzidos durante o ranger dos dentes assustam a quem está por perto.
Explique sobre higiene do sono e técnicas de relaxamento que podem auxiliar, sobretudo antes de dormir.
Cuidado com o bruxismo em vigília, sobretudo em crianças que realizam atividades que requerem concentração como jogar video game, usar computador, estudar, etc. As mesmas orientações para o adulto podem e devem ser repassadas às crianças como evitar encostar os dentes, manter a língua em contato com palato, evitar outros hábitos como roer unhas, morder objetos, etc.
O conhecimento é o primeiro degrau para o controle!
Controlar
Agora é momento de dar atenção aos fatores que possam desencadear ou contribuir para a perpetuação do bruxismo infantil. Para encontrá-los a anamnese deve ser muito bem realizada.
Lembre-se que a resistência a passagem do ar é um dos principais fatores causais de bruxismo secundário em crianças. Identifique problemas respiratórios e esqueléticos e encaminhe o paciente ao otorrino e/ou ortodontista/ortopedista para avaliação quando necessário. Nestes casos basta o controle destes fatores para que o bruxismo desapareça.
Lembre-se que outros distúrbios do sono como sonilóquio, enurese e sonambulismo parecem estar associados ao bruxismo em crianças, bem como o uso de alguns medicamentos como inibidores seletivos da recaptação de serotonina e ritalina.
Proteger
Nos casos de bruxismo do sono primário muitas vezes não há um fator a ser controlado.
Quando o desgaste dentário é intenso, os danos aos dentes e periodonto são inevitáveis. Nestes casos pode ser prudente utilizar um protetor para os dentes. As crianças estão em crescimento e desenvolvimento e qualquer dispositivo interoclusal não pode atrapalhar. Apenas um estudo foi publicado, utilizando placa de acrílico, trocados conforme a criança crescia. Mas o foco do artigo foram sinais e sintomas de DTM, que não foram diferentes em quem usou ou não a placa, e não sobre desgaste dentário ou eventos de bruxismo.
Imersão em Odontologia do Sono
Mais uma oportunidade para nos atualizarmos! 3 dias sobre conceitos básicos dos Distúrbios do Sono com o objetivo de atualizar e aperfeiçoar a prática clínica.
A IMERSÃO EM ODONTOLOGIA DO SONO (www.capacitacaosono.com) será realizada nos dias 28, 29 e 30 de Junho próximo, num hotel no bairro de Higienópolis em São Paulo.
Estarei por lá para falar sobre as últimas descobertas sobre Bruxismo do Sono, no diagnóstico e tratamento.
Sendo assim, até o curso, vou me segurar e não vou postar nada sobre o tema!! rs…
Boa semana a todos!
Falando nisso….
ATENÇÃO PESSOAL DE CUIABÁ:
Sexta-feira, dia 11 de maio, às 19 horas farei uma palestra no Instituto de Pesquisa e Ensino – IPE de Cuiabá. O tema: contexto atual da Disfunção Temporomandibular. Mais informações aqui: http://www.ipeodonto.com.br/ipeodonto2010/conteudo/esquenta/id-350/cronograma_do_ciclo_de_palestra_de_2012