10 anos….

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10 anos!

Passaram voando. Frase clichê mas que reflete a pura realidade!

Quanta coisa aconteceu! Especialização, mestrado, doutorado, dois consultórios, inúmeras aulas, parcerias importantes, congressos organizados, livros devorados, pesquisas publicadas, artigos lidos, dicas dadas…. 10 anos.

E sabe, nada faria sentido se não houvessem os leitores, os fiéis leitores, que após cada postagem mandavam mensagens, emails, telefonemas. Obrigada a todos vocês que leram cada frase. Obrigada especial àqueles que lêem desde o post #1.

Mas obrigada também ao blog. É. Obrigada Por Dentro da Dor Orofacial. Sem você talvez não teria ministrado uma aula sequer. Sem você talvez eu não teria a relevância que tive em alguns momentos. Sem você não teria onde desabafar, contar o que vi.

Mas você se desdobrou, se recriou… primeiro numa página de Facebook, depois em um perfil noInstagram e mais recentemente numa lista de transmissão no Whatsapp, perfil no Telegram, na minha nova paixão, em um Podcast.

Mas sempre é você. Meu blog. Meu espaço. Minha voz.

E seguimos em frente….

#10anos

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Podcast -Como ter informações de qualidade – Parte1 – Revistas Científicas

Depois de um longo e tenebroso inverno , estou de volta ao podcast!
E neste episódio vou responder aos colegas que me questionaram no Instagram sobre como me mantinha atualizada em artigos científicos. Pois é, eu fiz alguns vídeos por lá, mostrando a minha rotina, e muitos se interessaram pelos métodos que uso. Assim, resolvi fazer um episódio com algumas dicas para vocês.
Olha, eu não faço milagres! meu dia também tem 24 horas e divido meu tempo entre vida profissional, pessoal, social e dormir (eu preciso de 7 horas de sono gente). Quem acompanha minha rotina sabe que trabalho em 2 consultórios, um em Franca e outro em Ribeirão Preto, ministro aulas em Bauru, reviso artigos para revistas científicas, às vezes escrevo no blog e alguns outros artigos científicos viajo muito para pregar a palavra, ou melhor, para ministrar aulas sobre dor orofacial e bruxismo.
Ufa! E sobra tempo? Sempre sobra. Mas eu precisei buscar algumas ferramentas para me ajudar a ficar sempre atualizada e, principalmente, fazer meu cérebro funcionar para aprimorar o atendimento dos meus pacientes.
Mas antes de começar é preciso falar sobre algumas coisas. Eu acho que precisamos sempre trabalhar dentro da melhor evidência possível e fazer uma ponte entre o que o conhecimento científico revela e como aplicar isso no consultório. Adoro andar nesta ponte. Para isso é preciso entender como ler um artigo científico. É claro que o mestrado e depois o doutorado me ajudaram muito nisso. Entender um pouquinho de metodologia científica ajuda muito. Mas se você não teve esta possibilidade, não quer dizer que não possa ir atrás! Eu mesma comprei um livro tempos atrás para entender melhor. O nome do livro era inclusive: Como ler um artigo científico.
Aqui vai o link para versão: https://amzn.to/2MK8UCO ou na versão para Kindle: https://amzn.to/2MHH4qI
E por que precisamos disso gente? Olha, o papel aceita tudo. Já li muito artigos ruins publicados por ai… É preciso separar o joio do trigo. E o que faz com que muitas vezes eu critique o trabalho é seu delineamento, os métodos que muitas vezes estão ali cheios de vieses. Se o delineamento do estudo é inaceitável, o trabalho é inaceitável. Se o delineamento está correto, então você deve verificar se os dados foram coletados com metodologia adequada e se a análise está certa. Se isso acontecer, verifique se a interpretação dos dados e e a discussão fizeram jus ao trabalho. E só então se as conclusões são aceitáveis. Parece simples mas eu sei que não é. Mas depois de muito treino, você acaba pescando algumas coisas até no resumo.
Mas tudo bem, você não teve uma preparação sobre isso e nem quer correr atrás disso agora. Então, eu acho que um método interessante seria buscar ler trabalhos publicados em revistas com fator de impacto alto. Talvez até lendo revisões sobre determinado assunto.
E o que é Fator de Impacto?
É  um método bibliométrico que avalia a importância de periódicos científicos em suas respectivas áreas. E esta medida utilizada hoje pelas bases de dados é geralmente pelo número de citações que os artigos que foram publicados na revista tem. Por exemplo: eu publico um artigo numa revista X, depois vários pesquisadores em revistas e artigos diferentes usam o meu trabalho como referência, ou seja, meu trabalho teve um impacto no meio acadêmico. Este fator de impacto é calculado anualmente, e o mais famoso mundialmente é aquele das revistas indexadas ao “Instituto de Informação Científica” e, depois, publicado no “Relatório de Citações de Periódico” cuja sigla em inglês é JCR que é da empresa Thomson Reuters.
Revistas que cumprem estes requisitos são alvo dos pesquisadores: todo mundo que publicar seu trabalho lá e quem sabe ser notícia no Jornal Nacional, não é? Veja que William Bonner sempre ao citar algum trabalho que tem impacto na humanidade cita alguma destas revistas: Science, Nature, Lancet… Estas são as revistas com maior impacto! E dentre os assuntos na área da saúde cujo artigos apresentam mais impacto, está a oncologia. As revistas dedicadas ao câncer são as que apresentam o maior impacto.
No Brasil, a CAPES desenvolveu um critério próprio para classificar os periódicos, o QUALIS, que surgiu entre 1996 e 1997. Este oferece uma classificação das revistas que retratam o produto intelectual dos programas de pós graduação no Brasil. O método utilizado para a classificação do QUALIS não é o mesmo do fator de impacto, apesar que revistas de excelência são geralmente aquelas com mais alto fator de impacto. Mas às vezes, na ânsia de auxiliar uma revista brasileira, uma revista com fator de impacto baixo internacionalmente pode apresentar um Qualis alto porque está segmentado por área.
Eu particularmente prefiro procurar as novidades nas revistas que possuem bom fator de impacto internacional, mesmo sabendo que o método não é tão preciso assim para indicar qualidade, uma vez que nem sempre leva em conta fatores importantes como pontualidade, revisão por pares, etc. O que significa isso: não é só o número de citações deveria ser considerado para uma  revista ter impacto, mas ela deve ser pontual, deve ter rapidez ao analisar e revisar um trabalho e ainda, esta revisão deve ser realizada em pares ou até num número maior de revisores que buscam analisar o rigor científico de cada trabalho, ou seja, já fazem o trabalho por você.
Bem, e na Odontologia. A odontologia é uma área específica da saúde e assim, as revistas específicas a ela não apresentam fatores de impacto tão expressivos quanto às da saúde ou medicina de forma geral.
Por exemplo, a revista New England Journal of Medicine tem fator de impacto 70.670 e a Lancet, também bem conhecida, 59.102. Eu dei uma olhada nas revistas de Odontologia e é o Periodontology 2000 com o maior fator de impacto que é 7.861, depois Journal of Dental Research que aparece com  5,125. Dentre as top 5, duas de periodontia e 1 de implantodontia. A revista de prótese mais bem colocada é a JPD, Journal of Prosthestic Dentistry, em 13 lugar (onde eu publiquei meu artigo do doutorado por sinal) com 2.787.  Veja só, a minha queridinha, uma das que mais visito está 22 posição, a Journal of Oral Rehabilitation com 2,341. A diferença entre as revistas depois do 10 lugar é pequena. Para vocês terem uma ideia, a revista de ortodontia mais bem posicionada está em 32o. lugar, ou seja, talvez quanto mais específica a área, a tendência é reduzir o fator. Então não dá para comparar a Lancet com as de odontologia. e nem uma que publica somente sobre ortodontia com uma que publica pesquisa sobre toda a área de odontologia.
Todas as revistas com fator de impacto alto estão publicadas na lingua inglesa. Ou seja, se você não sabe ingles, a chance de ficar desatualizado ou de depender de outras pessoas para adquirir o conhecimento é alta.
Das brasileiras, entram no ranking a Brazilian Oral Research que é da SBPqO e está na 39 posição e tem fator de impacto 1,773 e a JAOS, Journal Applied of Oral Sciences na 50, aqui da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP, que tem fator de impacto 1.506.
Muitas revistas não tem sequer fator de impacto internacional. Para ver então o impacto delas você pode verificar no QUALIS, elas estarão nas categorias B, C e D.
E então o que eu faço?
Eu entro nas revistas com maior impacto na minha área, de dor orofacial, e cadastro meu email na newsletter deles. Com isso, assim que os artigos que foram aceitos nestas revistas são publicados no site, eu recebo um email com o título deles, e abro aqueles que me interessam. Baixo aqueles em que no resumo achei algo que quero ler mais! Hoje mesmo pela manhã recebi um email do Journal of Oral Rehabilitation, que é uma revista importante, tanto para DTM quanto para bruxismo, com os artigos aceitos da semana e lá estava um do nosso grupo aqui, o Bauru Orofacial Pain Group. Inclusive é um artigo do mesmo tema que o professor Yuri Costa ganhou o prêmio no IADR este ano.
Isso me ajuda também a ter ideias de pesquisa, ler revisões sobre os mais variados assuntos, e sempre contar para vocês uma novidade!
Para quem está curioso em saber quais são as revistas com maior impacto na dor orofacial, ou seja, as que eu consulto, vou agora colocar aqui abaixo a minha listinha, mas você pode criar a sua, baseado no que está afim de estudar.
Segue a lista (organizada por fator de impacto e abrangendo dor orofacial, DTM, cefaleia, sono e bruxismo):
  1. Journal of Pain – https://www.jpain.org
  2. Journal of Dental Research – https://journals.sagepub.com/home/jdr
  3. Current Pain and Headache Reports: https://link.springer.com/journal/11916
  4. Journal of Oral Rehabilitation – https://onlinelibrary.wiley.com/journal/13652842
  5. Brazilian Oral Research – http://www.scielo.br/bor
  6. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology Oral Radiology – https://www.oooojournal.net
Pessoal, fazendo a lista vi que deixei um monte de revistas que chegam no meu email de fora (especialmente as de odontologia em geral,  neurociências e sono), mas acho que a lista já está bem extensa.  E das revistas de maior impacto nem sempre tem artigos que me interessam, mas aí é só passar os olhos e deletar o email. O fato é que quando tiver (como o de neurofisiologia da migrânea publicado na Lancet Neurology), serão ótimos, com certeza.
Para assinar com seu email o boletim de notícias destas revistas tem que procurar no site delas. Vou fazer um vídeo pois algumas editoras deixam isso no site da editora mesmo (você marca numa caixa de seleção os que você quer). Procurem!
Abraços a todos.
Para ouvir o podcast você pode procurar no seu tocador preferido ou nos links abaixo:

Os vídeos da vez para estudar Neurofisiologia da Dor

 

Lá no IEO-Bauru, onde há o curso de especialização em DTM e Dor Orofacial coordenado pelo Professor Paulo Conti, estamos  todo o módulo realizando uma reunião científica, o Journal Club, onde sempre escolhemos temas interessantes para estudar. Num deles estudamos como  facilitar o estudo dos processos relacionados a dor. Escolhi mostrar alguns dos vídeos que gosto no youtube!

Como já faz um tempo que fiz uma postagem com estes vídeos do Youtube que gostei para estudar neurofisiologia da dor, acho que está mais do que na hora de atualizar a lista né? Quanto tiver um tempinho sobrando, veja um deles. Ver vídeos ajuda bastante no conhecimento!

Aproveite e conheça o meu canal por lá. Tem poucos vídeos meus mas tem as listas que crio com vídeos que gosto! 🙂

Segue a sequência de vídeos que enviei aos alunos:
1. Aula TED-Ed sobre dor

2. As fases da nocicepção

3. Caminhos da dor

4. Condução:

5. Transmissão (sinapse):

6. Modulação de dor:

  • Teoria do portão:
  • Modulação endógena:
  •  Papel do opióide:

7. Percepção de dor:

E mais uns extras que sugeri que assistissem:

* O mistério da dor crônica:


* Neurônio:


* Como os nervos funcionam?


* Potencial de ação:


* Potencial da membrana:


* Inibidores seletivos de recaptacao de serotonina:

 

#ficaadica

Quer se inscrever na próxima turma do curso de DTM e Dor Orofacial e também participar do Journal Club? Clique aqui!

Falando nisso…

No dia 03 de agosto de 2018 irei ministrar novamente a minha aula favorita: Odontalgias não Odontogênicas em Campinas. Esta aula tem duração de 8 horas e apresentou alguns casos clínicos de interesse aos colegas dentistas para que o conhecimento evite as iatrogenias!

Assim, se quiser participar, entre em contato com a Imajon Cursos. Link para conteúdo programático aqui.

Abraços!!

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Cefaleia hípnica – rara mas pode ocorrer

Nos últimos tempos venho acompanhando o movimento de esclarecimento da população que dor de cabeça pode ser um sintoma ligado a Disfunção Temporomandibular. Acho positiva a divulgação mas creio que para lidar com este sintoma o dentista deve estar preparado.

Por que?

Bem, primeiro porque a cefaleia atribuída única e exclusivamente a uma DTM não é tão comum assim. Os pacientes com DTM que procuram a clínica de Dor Orofacial apresentam comumente cefaleia primária como comorbidade, sobretudo a Migrânea (vulgarmente denominada enxaqueca). Leia o texto Cefaleia e DTM que publiquei aqui!

Nestes casos é importante o diagnóstico diferencial e encaminhar o paciente aos cuidados do neurologista, especialmente, cefaliatras (conheça a Sociedade Brasileira de Cefaleia).

Mas o que também acontece quando divulgamos que somos especialistas em DTM e Dor Orofacial é que aumentam o número de pacientes com outras cefaleias que buscam entender se esta é atribuída a DTM e de profissionais que querem entender mais sobre isso. É de suma importância que o profissional conheça a Classificação Internacional das Cefaleias e os tipos de cefaleia primária e secundária.

Foi assim que auxiliamos no diagnóstico de alguns casos incomuns em nossa clínica, entre eles, o caso de Cefaleia Hípnica atendido no curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial do Bauru Orofacial Pain Group e  recentemente apresentado no III Congresso Brasileiro de Dor Orofacial, onde recebeu Menção Honrosa como trabalho de Relato de  Caso.

(Aproveito para parabenizar todos os alunos e membros do Bauru Orofacial Pain Group que apresentaram seus trabalhos brilhantemente. Para quem quiser ler os trabalhos, clique aqui e acesse os Anais.)

O que trouxe a paciente a clínica?

Ora, ela também achou que poderia ser uma cefaleia atribuída a DTM. A queixa era uma cefaleia cefaleia frontal, bilateral,com eventual presença de náusea. As crises de cefaleia eram recorrentes há 2 meses. A dor ocorria somente durante o sono, o que fazia a paciente levantar,  em pressão, forte e com duração de 1 hora, se repetindo quase todas as noites. A ingestão de antinflamatórios,que resultaram em melhora mas não remissão total da dor. Não havia relato de outros sintomas.

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E apresentava DTM?

Não! Nada em Articulação Temporomandibular (ATM) ou em musculatura que justificasse ou reproduzisse a cefaleia.

E como desconfiamos desta cefaleia?

Pois conhecemos a classificação e logo contatamos o Prof. Dr. José Geraldo Speciali, neurologista e professor senior da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, que nos auxiliou no diagnóstico diferencial. A paciente foi orientada e encaminhada.

E o controle da dor?

A cefaleia neste caso foi controlada através do uso de cafeína antes de dormir.

 

Este não foi o primeiro e creio que não será o último caso em que a cefaleia primária e incomum é confundida com DTM. No último módulo atendemos uma paciente com provável cefaleia por esforço físico, por exemplo e já até publicamos um relato de caso de hemicrania paroxística coexistindo  com DTM.

Peço cuidado a você colega, que pensa em intervir em alguma cefaleia: é preciso conhecer mais.

A Classificação Internacional de Cefaleias é acessível a qualquer profissional e sua leitura e consulta obrigatória aos especialistas em Dor Orofacial.

A cefaleia hípnica está descrita no capítulo 4 no item 4.9 das cefaleias primárias:

4.9 Cefaleia hípnica

Termos previamente utilizados:

Síndrome da cefaleia hípnica, cefaleia do despertador.

Descrição:

Episódios de cefaleia que recorrem frequentemente eapenas durante o sono, levando ao despertar, que duramaté 4 horas, sem sintomas acompanhantes característicose que não se atribuem a outra patologia.

Critérios de diagnóstico:

  1. Episódios de cefaleia recorrente preenchendo os crité-rios de B a E
  2. Só aparece durante o sono e acorda o doente
  3. Ocorre ≥ 10 dias por mês durante> 3 meses
  4. Dura ≥ 15 minutos e até um máximo de 4 horas após o

acordar

  1. Não há sintomas autonómicos cranianos nem agitaçãoD. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3

beta.

Comentários:

A 4.9 Cefaleia hípnica em geral começa depois dos 50 anos, mas pode ocorrer em pessoas mais jovens. A dor égeralmente ligeira a moderada, mas pode ser intensa emcerca de um quinto dos doentes. A dor é bilateral, em cerca de dois terços dos casos. As crises duram habitualmente entre 15 e 180 minutos, mas têm sido descritos casos com maior duração. A maioria dos casos é persistente, com cefaleias diárias ou quase diárias, mas pode ocorrer uma subforma episódica (inferior a 15 dias por mês). Embora se pensasse que a 4.9 Cefaleia hípnica tinha as características da cefaleia tipo tensão, estudos mais recentes mostraram que estes doentes podem ter caraterísticas tipo migranosas e alguns podem ter náuseas durante as crises.

O início da 4.9 Cefaleia hípnica provavelmente não se relaciona com a fase do sono. Um estudo de ressonância magnética mostrou uma redução da substância cinzenta no hipotâlamo em doentes com 4.9 Cefaleia hípnica.

Em vários casos descritos, o lítio, a cafeína, a melatonina e a indometacina foram terapêuticas eficazes. Para uma intervenção eficaz é necessário fazer a distinção entre esta cefaleia e um dos subtipos da 3. Cefaleias Trigêmino-Autonômicas, especialmente 3.1 Cefaleia em salvas. Outras causas de cefaleia, que ocorrem e levam ao despertar, durante a noite, devem ser excluídas, particularmente, a apneia do sono, a hipertensão noturna, a hipoglicemia e a por abuso medicamentoso; a patologia intracraniana deve ser também excluída. Contudo, a presença de apneia do sono não exclui necessariamente o diagnóstico de 4.9 Cefaleia hípnica.

Fonte: Classificação Internacional das Cefaleias, 2013, versão Portuguesa.

A prevalência desta cefaleia é desconhecida. Estima-se que no ambulatório especializado em cefaleias, os casos de cefaleia hípnica seja em torno de 0,07 a 0,35%. A cefaleia acontece durante estritamente durante o sono, entre 2 e 4 horas da manhã. Quando acordam com a cefaleia, o comportamento é levantar e fazer alguma atividade como beber água, ler ou ver TV (diferente da migrânea, onde pacientes buscam repouso, e cefaleia em salvas, onde ficam muito agitados).

A hipótese neurofisiológica mostra que pode haver envolvimento do hipotálamo, uma vez que segue o ritmo circadiano, o que foi demostrado em estudo de imagem onde o hipotálamo posterior apresenta redução em substância cinzenta. Há estudos que mostram estar ligados a fase REM do sono, onde atividade no núcleo dorsal da rafe e locus coerulei foi ligada ao inicio da cefaleia, o que pode ser associado a um distúrbio ligado a modulação de dor. Mas também há estudos relatando que a cefaleia poderia ser associada a fase 2 de sono NREM. Ainda há muita especulação sobre a forma de ocorrência.

Leia mais sobre isso aqui.

Sobre o uso da cafeína  na dor, sugiro a leitura desta revisão gratuita: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/27642573/

É isso! Querendo estudar com a gente, venha fazer especialização em DTM e Dor Orofacial em Bauru. Clique aqui e leia as informações!

Falando nisso…

É importante evitar sobre tratamento. Sempre buscar o diagnóstico correto para as dores apresentadas pelo paciente. Iatrogenias são comuns em clínicas odontológicas quando o diagnóstico não é preciso.

Falando nisso, estarei em Campinas, dia 11/08 para o curso Odontalgias não Odontogênicas. Entre elas falaremos das dores neuropáticas pós procedimentos odontológicos.

Afinal, você já viu um caso de dor no dente cujo diagnóstico foi complicado? Já atendeu pacientes que mesmo após endodontia persistem percebendo dor em dente, mesmo após cicatrização? Já atendeu pacientes que desenvolveram dores após implantodontia, mesmo osseointegrados e com imagem satisfatória?

Este curso de imersão traz casos clínicos que podem surgir na clínica e que além de trazerem dúvidas para os clínicos, infelizmente, caem em iatrogenia!

Venha estudar conosco! Todos os trabalhos citados estarão disponíveis para download.

😷 Odontalgias não Odontogênicas

💡Curso de Imersão

⏰8 horas de duração

📅 11/08/2017

📍Campinas, SP

💻 www.imajon.com.br

📧curso.flavia@imajon.com.br

☎️ (19) 99118 2962 – WhatsApp

Site Bacana

Antigamente havia uma sessão aqui no blog chamada Site do Mês.

Mas como deixei de atualizar sempre, perdeu um pouco o sentido. Assim, quando eu ver algo interessante, vou chamar de Site Bacana.

O Site Bacana de hoje é o Pesquisa em Dor. Este foi fundado por um grupo de pesquisadores que incluem fisioterapeutas, psicólogos, físicos, entre outros e é um local muito bacana para buscar informações que podem contribuir para o atendimento clínico ao paciente com dor. O lema é “entender para modificar a dor” e é algo que acho fundamental.

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No dia dia do consultório percebo o quanto explicar ao paciente detalhadamente os motivos pelo qual ele está percebendo dor, baseado na neurofisiologia, numa linguagem simples porém nem por isso incompleta, faz a diferença.

As sessões do site incluem o blog, onde você pode ler recentes resultados de pesquisa sobre dor, área para os pacientes e área para profissionais.

Na área de pacientes as explicações aparecem de forma lúdica e didática, o que atiça a curiosidade e facilita o entendimento. Veja por exemplo Caminho da Recuperação.

A área para profissionais reunem ferramentas que podemos utilizar na nossa rotina clínica (inclusive a escala de cinesiofobia que já falamos aqui), manual para utilizar o caminho da recuperação com seu paciente e algo que acho essencial: estratégias para educar seu paciente com relação a dor.

Não deixem de visitar o site!

Aproveite e leia também sobre o site Pain in Motion.

 

 

Sites com teses sobre dor orofacial

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Hoje estava navegando na rede social Research Gate quando me deparei com alguns projetos de pesquisa na área de DTM e Dor Orofacial.

Dentre estes projetos estava a pesquisa que gerou a tese de Doutorado de Mohammad Al-Harthy, orientado pelo professor Thomas List e que teve como co orientadores Ambra Michelotti (que estará aqui no Brasil em Junho no Congresso Brasileiro de Dor Orofacial! Saiba mais em http://bit.ly/sbdof2017),  Richard Ohrbach,  Ewacarin Ekberg

Mohammad Al-Harthy escreveu sobre as diferenças culturais em pacientes com DTM e realizou um estudo multicêntrico. Clique aqui e leia o trabalho que rendeu 4 artigos (a tese é em formato de artigo).

Além desta é possível vasculhar todo o acervo de teses desta Universidade (clique aqui) e buscar especificamente o assunto que lhe interessa pelas palavras chave (temporomandibular e orofacial, por exemplo).

 

Esta tese me fez lembrar que há uma outra fonte de trabalhos gratuitos para quem quiser estudar DTM e Dor Orofacial: as teses e dissertações que ficam disponíveis online!

Isso me fez lembrar que em  2010 escrevi no blog sobre este assunto mostrando os sites de Universidades Brasileiras que disponibilizavam as teses para leitura.

Estes são os links que citei na época.

http://www.teses.usp.br

http://cutter.unicamp.br/

http://www.athena.biblioteca.unesp.br

http://www.bdtd.unifesp.br

O site do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia também dá acesso a teses e dissertações de todo o Brasil, mas para que você encontre as abertas, você deve clicar em openacess depois da busca (está no menu do lado esquerdo!). É bacana porque reune várias instituições do Brasil! Fiz uma busca e encontrei 360 trabalhos com a palavra temporomandibular no título. É coisa pra caramba!

Segue o link: http://bdtd.ibict.br/vufind/

Na Faculdade de Odontologia de Bauru – USP, professor Paulo Conti já orientou vários trabalhos interessantes e 25 deles estão disponíveis para download gratuito no site Teses USP (em português, gratuito… imagine que é como ler 25 livros sobre o assunto!). 

Não perca a chance de ampliar seu conhecimento sobre DTM e Dor Orofacial!

Boa semana a todos!

Falando nisso….

Recebi a informação que poucas vagas estão disponíveis para o curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial do Bauru Orofacial Pain Group, coordenado pelo Prof. Paulo Conti.

Se você está interessado, corra e aguarde sua vaga! 🙂

Informações com Tamires no 14 32341919 ou contato@ieobauru.com.br

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Onde eu atendo os pacientes com DTM?

Eu acho que nunca escrevi aqui no blog sobre meus locais de atendimento, apesar de sempre no menu estarem localizados estes endereços.

Mas sabe resolução de 2017? Então, resolvi que neste ano vou divulgar mais os locais onde recebo pacientes ansiosos para o controle de suas dores, disfunções e bruxismo.

Para isso ano passado fiz um site totalmente novo, voltado para o público leigo no endereço: www.dentistajuliana.com.br

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O site é informativo e aos poucos estou atualizando os textos.

Uma das coisas bacanas que resolvi colocar é um teste de sintomas de DTM. Assim, antes da visita, o paciente pode perceber dados relevantes sobre sua queixa.

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Ainda, acompanhando as novas tendências, intensificamos o contato via Whatsapp com números específicos para os dois consultórios. Hoje atendo em Ribeirão Preto e Franca.

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Além deste atendimento particular, faço parte do Bauru Orofacial Pain Group e auxilio atendimentos nas clínicas de DTM e Dor Orofacial no IEO-Bauru uma vez no mês. Lá o atendimento é de baixo custo (mais informações 14-3234 1919).

Assim, caso precisem ser atendidos ou mesmo encaminhar pacientes, estão aí meus contatos!

Falando nisso….

E por falar nos cursos de Bauru, o curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial coordenado pelo Prof. Paulo Conti está com vagas quase esgotadas! Corra! Início dia 16/02/2017 e com novidades! 🙂

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Rapidinhas: webinar sobre exercícios físicos e dor

Assisti esta aula no Congresso Mundial de Dor e achei muito bacana!

Agora acontecerá dia 18/11 um Webinar (se você não sabe é tipo um seminário via internet).

É gratuito mas você precisa registrar-se. Aproveite que tanto a palestrante como os debatedores são de primeira linha!  Link aqui!

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É preciso falar sobre Mamilos!

Hoje o tema não tem relação com Dor Orofacial (quem sabe no futuro terá não?). O negócio é colocar o Mamilos para fora!
Mamilos é o nome simpático de um podcast capitaneado por Cris Bartis e Juliana Wallauer,   que integra o site B9.
Podcasts são programas de rádio feitos para a internet (juro que tentei alguma definição melhor e não consegui, alguém quer opinar?). Ouvir podcast é uma das coisas que mais gosto de fazer atualmente. Isso porque consigo organizar algumas ideias, conhecer coisas novas, ter assunto para a mesa do bar!
Adoro o Mamilos primeiro porque o formato me faz pensar, treinar meu pensamento crítico. Toda a semana as apresentadoras buscam temas polêmicos e relevantes para discutir. É o que elas chamam de “Teta da Semana”. Esta teta já foi a maioridade penal, violência, pena de morte, aborto, cotas raciais, educação… Para conversar sobre este assunto, além de uma pesquisa, elas convidam pessoas que sejam pro ou contra um argumento ou que sejam especialistas no assunto. Nem sempre, por exigir a disponibilidade para estar em um estúdio de gravação, os dois lados são contemplados mas, mesmo assim, você pode até ouvir algo que não concorde mas é aí que está a beleza da coisa! Como elas mesmas disseram em um dos programas recentes, conhecer um argumento contrário ao seu pensamento faz com que você argumente a favor com mais embasamento! Precisamos falar, mas precisamos ouvir!
E não é só de “Teta da Semana”que vive o Mamilos. Antes de entrar no assunto principal há o Trending Topics, onde as meninas falam sobre os assuntos mais discutidos nas redes sociais durante a semana e ainda, um quadro que adoro, bem no finalzinho do programa o “Farol Acesso”, onde as apresentadoras e seus convidados deixam dicas de livros, séries, música etc…
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Mas eu também preciso contar como entrei neste mundo de Podcasts!
Quem me conhece de perto sabe que me tornei fã de Podcasts há alguns anos, desde que comecei a dirigir entre Franca, Ribeirão Preto e Bauru. Passo até 3 horas dirigindo e chegou uma hora em que conseguia ouvir 30 segundos de uma música e logo enjoava e pulava para frente. Foi quando estes “programinhas” de rádio me conquistaram. Baixei um aplicativo para smartphone para ouvir o podcast da Bia Kunze, a Garota sem Fio. Dele já na navegação encontrei outros de tecnologia (assunto que também adoro). O hábito já estava instalado. Um dia, lendo o meu blog favorito de viagem (Viaje na Viagem) vi que o Ricardo Freire havia gravado uma participação no podcast Braincast do B9. E pronto! Paixão a primeira ouvida! Já perdi as contas para quantas pessoas indiquei o Braincast, rs….
Depois vieram tantos outros! Hoje dirijo dando risada sozinha (para isso ouvir o Nerdcast é certeiro, fã do Azaghal), me imaginando dentro de um filme com o Escriba Café (melhor produção de podcast, na minha opinião), ou só contando os minutos para ouvir o Qual é a Boa? (se o Cris Dias estiver na mesa a ansiedade aumenta!).
Enfim, escolhi o Mamilos para divulgar mas acho que tenho que agradecer a todos que fazem estes programinhas pela quantidade de informação, diversão e cultura que nos passam!
 Claro que não dá para ouvir todos que saem, então escolho pelo tema abordado! Baixem um aplicativo para seu smartphone ou ouça pelo soundcloud. E para quem quer começar a ouvir, segue uma pequena lista com links (clique no nome para acesso)! Explorem!! 🙂
  • Mamilos: os memes, trending topics e polêmicas.
  • Braincast: discussão sobre comunicação, cultura, entretenimento. Muito bom! Ouça! Ah! e veja depois no Youtube os vídeos do quadro “Qual é a boa?”. Ótimas dicas!
  • Escriba Café: podcast impressionante pela qualidade! Quando escuto parece que estou dentro de um filme! Sobre história. Ouvi recentemente três episódios sobre o Império Romano e foram de cair o queixo.
  • Nerdcast: o mundo pop vira piada no Jovem Nerd. Adoro os episódios Nerdtour! De rolar de rir. E os de história como da Guerra dos Rosas ou sobre a Revolução Francesa.
  • Diário de um elefante: dicas bem rápidas sobre o uso do Evernote (meu caderno para tudo, inclusive para escrever este post)
  • Dama do vinho: podcast da Alessandra Esteves que tem como propósito ensinar sobre vinhos, aromas e sabores em programas com  cerca de 10 minutos de duração.
  • Anticast: sobre design, comunicação, filosofia e cultura. Por Ivan Mizanzuk, Rafael Ancara e Marcos Beccari.
  • Zing!: com os jornalistas Alexandre Maron e Luciana Obniski discutindo cultura pop. Foi uma série de 10 programas que com certeza terá continuação!
  • Osmozzy: novo podcast capitaneado por Saulo Mileti que busca discutir vários temas sobre comunicação e cultura.
  • Mupoca: podcast de filosofia de boteco (como eles definem), rs… Bem, o grande segredo é descobrir o que é na verdade Mupoca.
  • MacMagazine no Ar: ouço quando quero saber das novidades do mundo Apple. Rafael Fishmann, Eduardo Marques e Breno Mais são fanboys sempre antenados!
  • HappyHourTech: mais um de tecnologia, mas como toque de descontração.
  • Serial: podcast americano que mexeu com a cabeça dos ouvintes. Foi uma série de programas investigativos sobre uma história real de uma pessoa aprisionada.  Será que ele mesmo que cometeu este crime?
Ei! Escuta um podcast e gosta muito? Me conta qual é! Deixe seu comentário!
(Às vezes é bom sair do mundo da Dor Orofacial, não?! Volto em breve!).