Rapidinhas…. Sobre SAB

Voltando com as postagens “Rapidinhas…”* para privilegiar também que não tem Facebook. 

Tá aí uma condição complexa. Os pacientes e profissionais não a conhecem o que acaba prolongando o sofrimento do paciente: a Síndrome da Ardência Bucal.

Veja mais aqui:http://mdemulher.abril.com.br/blogs/karlinha/saude/entenda-o-que-e-sindrome-da-ardencia-bucal/

 

*Rapidinhas são postagens pequenas que reproduzi na página do Por Dentro da Dor Orofacial no Facebook.

Livro – Dores Orofaciais: diagnóstico e tratamento

Recentemente foi lançado o livro Dores Orofaciais: diagnóstico e tratamento dos professores José Tadeu Tesseroli de Siqueira e Manoel Jacobsen Teixeira. Comentei aqui no blog em outra postagem. Hoje vou falar um pouquinho sobre o livro em si.

Para mim teve um sabor especial receber esta segunda edição. A primeira edição lançada em 2001 foi um livro que li, reli, grifei e aprendi bastante pois até conhecê-lo eu praticamente desconhecia a dor orofacial. Meu conhecimento limitava-se às DTMs. E depois disso, em 2002 fui até um congresso para assistir a palestra sobre Síndrome da Ardência Bucal (SAB) com os professores Siqueira e Cibele Nasri. Nem preciso contar a história depois, não é?

É impossível não notar nesta segunda edição, com 816 páginas, a evolução, que cursa com a da própria especialidade de DTM e Dor Orofacial, criada em 2002.

O primeiro capítulo, assim como o abre alas de uma escola de samba, dá o tom e faz uma introdução do que vem por aí. Se em 2001 a introdução falava sobre a necessidade de retornar ao ponto zero e além de estudar as DTMs, deveríamos aprender sobre dor, seus mecanismos, consequências e como controlar, em 2012 os desafios são outros. Como está escrito em um subtítulo do primeiro capítulo: da Disfunção da ATM à Dor Crônica. Educação e treinamento em dor, inserção do cirurgião dentista em equipes multidisciplinares, na saúde pública e os desafios da Odontologia brasileira são alguns dos temas abordados neste primeiro capítulo e que permeiam por todos os outros.

De “breve histórico e perspectivas“agora passa a ser “evolução e desafios“. Este realmente é o momento da especialidade.

O número de capítulos e colaboradores também aumentou, como não podia deixar de ser. Na colaboração participam nomes importantes na área de dor de todo o mundo com também ex-alunos formados na Equipe de Dor Orofacial (EDOF/HC), hoje integrada ao Centro de Dor da Divisão de Neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. O avanço tanto no ensino como na pesquisa realizada por este grupo é relatado nas páginas do  livro de maneira leve, com o que sempre falamos aqui no blog também: a aproximação dos resultados de pesquisas clínicas e laboratoriais à rotina do consultório. A presença também de casos clínicos ao final de alguns capítulos auxiliam neste processo.

Como não podia deixar de ser, o primeiro capítulo que li quando recebi foi o de SAB. Fiquei feliz ao ler sua atualização, clara, de fácil entendimento! Neste capítulo é possível encontrar a ficha clínica utilizada para especificamente avaliar o paciente com queixa de ardência bucal. E é deste capítulo que subtrai a figura abaixo, com destaque à citação do médico oncologista Jerome Groopman.

Recomendo a todos que buscam compreender melhor este tema tão amplo que é a dor orofacial.

Especialmente gostaria de agradecer ao professor Siqueira pela dedicação, carinho e competência ao compartilhar seus conhecimentos e de seus colaboradores nesta nova edição!

Quem quiser adquirir o livro, cá está o link: http://www.grupoa.com.br/site/biociencias/1/42/47/5615/5616/0/dores-orofaciais.aspx

Entrevista com o Prof. Marcelo Bigal

Certamente existem milhares de pessoas geniais no mundo, entretanto, nem sempre acessíveis a lhe ensinar o que sabem de melhor.

Ao ler a excelente entrevista com o Prof. Dr. Marcelo Bigal no jornal “Pulo do Gato” da Sociedade Brasileira de Cefaleia relembrei os poucos mas bons momentos em que estive com ele no Ambulatório de Cefaleia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP (ACEF-FMRP-USP), onde fiz meu mestrado.

O Bigal é brilhante! A primeira vez que o vi foi justamente em uma reunião em que discutíamos Síndrome da Ardência Bucal e ele lançou uma ideia que acabou resultando em um relato de caso clínico devidamente publicado. Depois disso, sempre que estava no Brasil, o Dr. Speciali  o chamava para discutir as pesquisas em andamento no grupo. Sabe quando uma nuvem de fumaça cobre seus olhos e você passa a não enxergar o que está na sua frente? Ao discutir a metodologia da pesquisa o Bigal simplesmente afasta esta nuvem de forma tão fácil que você até fica intrigado! Ainda, as ideias pipocam que fica difícil conter o entusiasmo. Parece fácil, mas ao ler sua entrevista e conhecê-lo você percebe que o caminho percorrido nem sempre foi simples.

Ao Bigal eu agradeço demais a generosidade em participar dos meus trabalhos, especialmente do meu mestrado, que espero que seja publicado em breve! 🙂

Sugiro que todos leiam a entrevista que está neste link: http://www.sbcefaleia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=241:o-pulo-do-gato-entrevista-marcelo-bigal&catid=190&Itemid=170

Da entrevista, uma frase aos profissionais que lidam com dor:

Tenha paciência! Diagnosticar requer tempo.

Prof. Dr. Marcelo Eduardo Bigal

Slides sobre Síndrome da Ardencia Bucal

Quando comecei este blog sobre Dor Orofacial eu pensava que o assunto que iria atrair mais atenção seria a Disfunção Temporomandibular.

Mas tive uma surpresa! Uma das postagens mais lidas é sobre Síndrome da Ardencia Bucal (SAB) e este assunto é também o líder nos emails que recebo de pacientes. Talvez pela carência de informações na internet, ou pelo crescente interesse da classe odontológica pelo assunto…

Hoje preparando a aula que vou ministrar em Brasília na sexta (sobre dor neuropática) eu me deparei com alguns slides sobre SAB e resolvi separar alguns para compartilhar com vocês, uma pequena introdução sobre o assunto!

Para ver esta apresentação, basta clicar na imagem abaixo ou no link: http://www.slideboom.com/presentations/370921/S%C3%ADndrome-da-Ardencia-Bucal

Abraços a todos!!

Site do mês: Boletim Neuro Atual

E chegou fevereiro, sem carnaval, mas com a coluna Site do Mês presente!

E neste mês escolhi um site que já havia citado no facebook (coloco links toda a semana, curta e receba! http://www.facebook.com/dororofacial). Este site é o Boletim Neuro Atual.

Este boletim é uma publicação da Academia Brasileira de Neurologia e traz resenhas de artigos publicados em revistas indexadas.

No volume deste mês há uma sessão de cefaleia e uma de dor, onde o Prof. Dr. José Geraldo Speciali traz resenhas de 4 artigos e  uma resenha escrita por mim sobre um estudo piloto para tratamento da Síndrome da Ardência Bucal com sucralose.

As resenhas podem ser baixadas no formato PDF ou disponibilizadas no formato HTML. As edições anteriores também podem ser acessadas.

Entrem no site e leiam as resenhas!

 

Quem quiser enviar sugestões para a coluna Site do Mês, envie um email a juliana.dentista@gmail.com

Abraços a todos

 

Ardência bucal… Afinal o que pode ser?

Como ainda não arrumei aquele tempinho para começar a escrever para valer aqui neste blog, vou postar uns textos do meu antigo blog, que saiu do ar este ano. Este abaixo é um texto curtinho apresentando ardência bucal e SAB. Eu acho que dentre as condições que cursam com dor orofacial, esta talvez seja uma de mais difícil controle!

Ardência bucal é uma queixa comum nos consultórios odontológicos. Fatores sistêmicos e locais foram citados na literatura como possíveis causas para ardência bucal como: xerostomia, alergia a materiais odontológicos e corrente galvânica, candidíase, deficiências nutricionais (vitaminas B1, B2, B12, ácido fólico, zinco), diabete, mudanças hormonais e lesões orais (ulceras, língua geográfica, periodontite).

Entretanto, em alguns pacientes, observou-se que o tratamento para correção destes fatores não surtia efeito. Além disso, alguns pacientes não apresentavam nenhum fator causal possível.

Assim, houve a necessidade da distinção entre o sintoma ardência bucal e a síndrome da ardência bucal (SAB) propriamente dita.

A classificação da Associação Internacional para o Estudo da Dor para dor crônica define a glossodínia como ardência em língua ou em mucosa oral, mas não define se esta ardência é apenas um sintoma ou parte de uma síndrome. Esta distinção aconteceu em 2004, através da Segunda edição da Classificação Internacional de Cefaléias que realizou a descrição da SAB como ardência em boca sem causa dental ou médica, associado ou não a alterações gustativas e xerostomia.

A SAB é mais prevalente em mulheres na 6ª e 7ª década de vida, afetando 1,5 a 5,5% desta população.   A ardência tem intensidade moderada a forte e pode variar durante o dia. A ardência é bilateral na maior parte dos casos, não seguindo a trajetória anatômica dos nervos periféricos, sendo tipicamente relatada em mais de um local. A língua é o local mais afetado, seguido de lábios, palato e bochecha. O início dos sintomas é geralmente espontâneo, sem fatores precipitantes identificáveis. Em um terço dos pacientes, o início é relacionado a um procedimento odontológico, doença recente ou uso de medicações. Uma vez iniciada, a ardência pode se manter por anos.

A fisiopatologia da SAB ainda é desconhecida. Recentes estudos indicam que a SAB pode estar relacionada a mecanismos de dor neuropática, percebendo-se mudanças em sistema nervoso central e periférico. Na literatura encontram-se relatos de hipoestesia, alterações no limiar a dor, neuropatia de fibras nervosas finas em língua e hipofunção do sistema dopaminérgico, sendo que a dopamina é um neurotransmissor importante no sistema nervoso central. Depressão e ansiedade são doenças acompanham a SAB em muitos casos, mas não necessariamente fazem parte de sua fisiopatologia.

É importante o cirurgião-dentista conhecer esta patologia, realizar diagnóstico diferencial a outras causas de ardência bucal e, caso necessário, encaminhar o paciente ao profissional habilitado a realizar o tratamento da SAB.

 

Atenção!!! Devido ao grande número de comentários e busca de ajuda sobre ardência bucal, decidi retirar o espaço para comentários afim de não expor os problemas pessoais de cada um na internet. Assim, caso tenham alguma pergunta, entrem em contato pelo email: juliana.dentista@gmail.com

Abraços!!