Resultados iniciais do maior estudo envolvendo DTM, o estudo OPPERA

A postagem de hoje será dedicada a apresentar resultados iniciais do maior estudo envolvendo a Disfunção Temporomandibular (DTM), o estudo OPPERA.

Este é um estudo prospectivo que envolve a avaliação de fatores de risco para o desenvolvimento da DTM e teve início em 2005 com apoio e alto financiamento (cerca de 19 milhões de dólares) do National Institutes of Health (NIH) na divisão National Institute of Dental and Craniofacial Research (NIDCR). No fórum do site DTM e Dor Orofacial você poderá encontrar mais informações sobre este estudo.

Por ser um estudo prospectivo, para avaliar fatores de risco, o estudo envolveu no início 3263 pessoas sem DTM e 185 pessoas com DTM crônica. Estas foram acompanhadas pelo período de 3 a 5 anos.

Os objetivos iniciais deste estudo foram determinar se características sócio-demográficas, resposta a estímulo nocivo, perfil psicossocial e variações genéticas estariam associados ao risco elevado de desenvolvimento de DTM e aumento da chance da pessoa apresentar DTM crônica.

Os resultados iniciais desta pesquisa foram apresentados no congresso da International Association of Dental Research (IADR) que foi realizado este ano em San Diego na Califórnia. O arquivo completo da apresentação, com a metodologia utilizada, você pode encontrar no site do consórcio do RDC/TMD. Sugiro que todos façam o download e leiam este arquivo!

Abaixo segue algumas das conclusões iniciais das apresentações:

  • Quanto maior a idade, ser do gênero feminino, ser caucasiano, maior a chance de apresentar DTM.
  • Muitas das variáveis psicossociais estavam envolvidos com a chance de apresentar DTM, porém de forma modesta em magnitude.
  • Analisando o grupo com DTM crônica em relação ao grupo controle pode-se verificar que estes indivíduos apresentaram mais relatos de injúria, tratamento ortodôntico, cefaleia, dor lombar, síndrome do intestino irritável, ruídos na ATM, travamento aberto ou fechado, e hábitos orais.
  • Foi identificado um conjunto genético que pode distinguir casos de controles, mas este estudo está no início.

Eu esperava que os resultados do estudo prospectivo estivessem prontos e liberados a todos, mas isso ainda não aconteceu… 😦

Estes resultados iniciais trazem algumas considerações realizadas no baseline e são igualmente importantes para se verficar se serão mantidos ao longo do período de análise prospectiva.

Àqueles que estudam DTM, seja na epidemiologia, seja nos testes sensoriais quantitativos (QST) ou genética, reforço o convite a leitura deste arquivo. Toda a metodologia foi descrita.

5 pensamentos sobre “Resultados iniciais do maior estudo envolvendo DTM, o estudo OPPERA

  1. Acredito que o estudo por achar envolvimento genético, acrescenta importante contribuição indicando necessidade de estudos de polimorfismos genéticos entre outros.

    • Isso mesmo! Inclusive eles citam no artigo a questão de que indivíduos predispostos a sensibilidade ao aumento de catecolaminas parecem ter um aumento no risco em desenvolverem DTM.Mas ainda não são resultados do próprio OPPERA que devem sair em breve.

  2. “A dor é um processo complexo influenciado por uma variedade de fatores comportamentais, ambientais e genéticos(SNPs). A Disfunção Temporomandibular (DTM) é uma condição musculoesqueletal com etiologia multifatorial que inclui fatores locais, sistêmicos e genéticos, fazendo com que os indivíduos respondam diferentemente quanto ao desenvolvimento e progressão da doença. Assim, condições genéticas inerentes ao indivíduo podem estar relacionadas à sensibilidade dolorosa e ao risco de desenvolvimento de DTM. A Catecolamina -0- metiltransferase (COMT) é uma enzima que metaboliza as catecolaminas endógenas, cuja atividade influencia a modulação de alguns neurotransmissores à sensibilidade dolorosa. O polimorfismo genético de nucleotídeo único (SNP: rs 4680) no códon 158 (Val 158 Met) do gene responsável pela codificação da COMT parece estar relacionado à sensibilidade dolorosa e ao risco de desenvolvimento de DTM.” Priscila de Oliveira Serrano

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