Rapidinhas: novo vídeo de efeito placebo

Eu assino vários canais de YouTube. A maioria é sobre receitas e maquiagem (#mejulguem) e alguns relacionados aos podcasts que costumo ouvir. Entre os podcasts está o Nerdcast do portal do Jovem Nerd, que ouço às vezes (quando o tema não é game ou RPG, ou algo semelhante).

Dentre a variedade de canais no YouTube do Jovem Nerd, eu só assino um, o canal Nerdologia, feito para explicar cientificamente coisas nerds (imagino a cara da maioria dos meus leitores se perguntando: o que é isso?).

Os vídeos são muito bem feitos e quem é o cientista que produz o conteúdo é o biólogo Atila Iamarino.

Ontem o vídeo trouxe como titulo: Como funciona a homeopatia? Para explicar a homeopatia, Atila recorreu a explicação sobre efeito placebo, enfatizou inclusive o efeito na dor.

Por coincidência, ontem vi também um slide do André Porporatti sobre Placebo, aula que ele vai ministrar hoje a tarde para o pessoal do curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial da ABO de Santa Catarina, Florianópolis!

Assista ao vídeo do Nerdologia e depois dê seu pitaco por aqui! 🙂

Eu ia escrever sobre Placebo aqui mas vi que já havia feito duas postagens sobre o tema bem parecidas com o conteúdo que ia expor novamente. Assim, sugiro que, para complementar e entender placebo na Dor Orofacial, clique nos links abaixo:

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Bauru Orofacial Pain Group: as publicações de 2015

2016 já está a todo vapor mas eu ainda fiquei com a vontade de fazer mais um retrospectiva (já fiz duas aqui no blog: 10 artigos mais lidos em 2015 aqui no blog e no Journal of Dental Research).
Eu faço parte do Bauru Orofacial Pain Group. Fui aluna do curso de doutorado do Prof. Paulo Conti e hoje continuo ajudando em algumas das pesquisas.
O grupo todo produziu muito em 2015! Foram inúmeros trabalhos apresentados em congresso e ganhamos até um prêmio (melhor trabalho no congresso da AAOP!). Mas são os trabalhos de pesquisa publicados que merecem destaque!
Bauru Orofacial Pain Group-USP_02
Seguem abaixo alguns dos trabalhos publicados com link para o texto completo! Faça download!
  • Primary headaches interfere with the efficacy of temporomandibular disorders management. Link: http://goo.gl/CDd81J
  • Quantitative methods for somatosensory evaluation in atypical odontalgia. Link: http://goo.gl/ixu7D0
  • TMD and chronic pain: a current view. Link: http://goo.gl/TnUA8r
  • Neck disability is associated with masticatory myofascial pain and regional muscle sensitivity. Link: https://goo.gl/YfyRFC
  • Additional effect of occlusal splints on the improvement of psychological aspects in temporomandibular disorder subjects: A randomized controlled trial. Linkhttps://goo.gl/MtAH7l
  • Effect of topical anaesthesia in patients with persistent dentoalveolar pain disorders: A quantitative sensory testing evaluation. Link: https://goo.gl/JgHAnj
  • Management of painful temporomandibular joint clicking with different intraoral devices and counseling: a controlled study. Link: http://goo.gl/UpCwNt
  • Diagnostic Accuracy of Quantitative Sensory Testing to Discriminate Inflammatory Toothache and Intraoral Neuropathic Pain. Link: https://goo.gl/lQ7l7R
  • Headache attributed to masticatory myofascial pain: impact on facial pain and pressure pain threshold. Link: https://goo.gl/CChHig
  • Diagnostic validity of the use of a portable single-channel electromyography device for sleep bruxism. Link: https://goo.gl/EoXNsu
    E 2016 mal começou e o grupo já tem artigos publicados!
    Somatosensory evaluation in Dysfunctional Syndrome patients. Link: http://goo.gl/X2ibiK
    Can palpation-induced muscle pain pattern contribute to the differential diagnosis among temporomandibular disorders, primary headaches phenotypes and possible bruxism? Link: http://goo.gl/7zGWy9
    Parabéns ao Prof. Paulo Conti que coordena o BOFPG, ao Prof. Leonardo Bonjardim e a todo o grupo!! E que em 2016 a lista fique ainda mais longa!
    Falando nisso…
    Prof. Paulo Conti coordena dois cursos para formação de cirurgiões dentistas na área de Dor Orofacial: Especialização e Atualização em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial.
    A especialização inicia em Abril de 2016 e a atualização em 18 de fevereiro!
    A notícia é: as vagas estão quase esgotadas para os dois cursos!!! Então, se você tem interesse de estudar conosco, entre no site http://www.ieobauru.com.br ou entre em contato com a Vivian pelo telefone 14 3234 1919 ou email ieobauru@hotmail.com

Os 10 mais!

Nossa! Já acabou o ano! Como assim?

Eu prometi a mim mesma que seria mais ativa aqui no blog e que faria uma planilha no excel sobre as minhas finanças. Não fiz nem uma coisa, nem outra… #fail

Mas 2016 está aí para a gente começar de novo, não é mesmo?

E hoje fui conferir as estatísticas de 2015 para este blog e…. a visualização aumentou 40%! Fiquei super feliz!

Aproveitei e peguei a lista das postagens mais lidas do Por Dentro da Dor Orofacial. E com vocês, os 10 mais em ordem de visualização (para ver o artigo original, clique no título!):

 

10. Rapidinhas: Ortodontia e sua relação (ou não) com DTM

Postagem rápida sobre um artigo gratuito. Trechinho:

“Dá uma tristeza ter que escrever ainda sobre este tema. Por que tanta gente ainda indica ortodontia para tratamento das mais diversas Disfunções Temporomandibulares (DTM)?

Vários pesquisas já mostraram que Ortodontia não trata, nem previne e nem causa DTM.”

É… e acreditem que fiz uma outra postagem parecidíssima com esta (preciso escrever sobre o que já postei para não esquecer!).

 

09. Odontologia “metafísica”

Este artigo tem um texto muito bom do amigo Yuri Martins Costa. Ele ainda estava em Aarhus na Dinamarca! Yuri também faz parte do Bauru Orofacial Pain Group e tenho o maior orgulho em ter acompanhado seu desenvolvimento na pesquisa!

Trechinho:

“Com isso, a mensagem que gostaríamos de deixar é que cresce constantemente a quantidade de evidências que apontam para efeitos terapêuticos das placas oclusais que vão além da correção ou melhora dos aspectos mecânicos de arranjo oclusal/equilíbrio muscular e envolvem, pelo menos indiretamente, características psicológicas e comportamentais e, por isso, sendo um pouco amplo na definição e com certa dose de exagero proposital, podem ser considerados “efeitos metafísicos”.

 

08. Site bacana com vídeos sobre anatomia e fisiologia

Eu adorei compartilhar este site com vocês. O Armando Hasudungan rabiscava o que aprendia nas aulas de farmacologia. Uniu o talento do desenho ao conhecimento científico. Assistam seus vídeos! Vale a pena!

Trechinho:

“Em seu site encontrei vídeos das mais diversas áreas, divididos por assuntos! Destaco o vídeo sobre mecanismos básicos da dor e como funcionam os anestésicos locais, mas vejam os Neurologia, Farmacologia (há sobre inflamação), Sistema Muscular, ou seja, naveguem por lá que não irão se arrepender!”

 

07. Homeostase e posição mandibular

06. Reposicionar a mandíbula: artigo recente na literatura

Estas postagens foram sobre o artigo “Treating temporomandibular disorders with permanent mandibular repositioning: is it medically necessary? “.

Este foi um ano em que estudei bastante sobre processos degenerativos da articulação temporomandibular (ATM) e este trabalho chamou a minha atenção uma vez que abordou o processo de remodelação e adaptação. Vale a pena ler e reler!

Trechinho:

” Os autores enfatizam a necessidade de conhecermos a biologia do sistema mastigatória e como ele funciona ao longo do tempo, especialmente a sua capacidade de adaptação (processo de homeostase). Claro que não negam a existência da degeneração em alguns pacientes (quando o estímulo excede a capacidade adaptativa), e a necessidade de tratamento destes pacientes, mas relatam que de modo geral este sistema funciona de maneira equilibrada, mantendo a mandíbula em uma posição apropriada em relação à maxila (oclusão) e o crânio (ATM). Remodelação é o termo utilizado para falar sobre o equilíbrio entre a forma e a função.”

 

05. Rapidinhas: Ortodontia e DTM: até quando?

Até quando? Até quando?

Trechinho:

 “Dá uma tristeza ter que escrever ainda sobre este tema. Por que tanta gente ainda indica ortodontia para tratamento das mais diversas Disfunções Temporomandibulares (DTM)?”

 

04. Neuralgia do trigêmeo: podcast e vídeos

Uma lista extensa com vídeos que estão no Youtube e um podcast bem bacana! Material  para quem quer estudar um pouco mais sobre esta condição. Não tem trechinho a ser destacado mas sugiro que você visite a postagem e assista aos vídeos! Vale a pena!

 

03. Síndrome do queixo dormente

Tem certas postagens que me mostram que vale a pena escrever neste espaço. Atendi uma paciente, vi uma condição diferente, estudei, escrevi aqui e confesso que fiquei emocionada (por toda a história envolvida) em ter este artigo no top 3.

Trechinho:

“O profissional que trabalha com dor orofacial deve estar atento a todos os sintomas. Lembre-se das palavras do professor Pedro Moreira Filho, neurologista da Universidade Federal Fluminense: trate de forma típica, aquilo que lhe é típico. Não inicie um tratamento se não tiver diagnóstico.”

 

02. Uso da toxina botulínica nas cefaleias

Ah, esta postagem deu o que falar! Recebi várias mensagens e vários telefonemas e adorei. Pelo menos fiz as pessoas refletirem sobre a indicação correta da toxina!

Nunca inicie um tratamento sem o correto diagnóstico!

Trechinho:

“O Conselho Federal de Odontologia prevê o uso terapêutico da toxina botulínica em procedimentos odontológicos. E então tenho perguntas a você, colega dentista:

 
  1. Você sabe a diferença entre migrânea (enxaqueca), cefaleia tipo tensional e cefaleia por disfunção temporomandibular? Se sabe, diga agora todos os critérios de diagnóstico!
  2.  Você sabe diferenciar uma cefaleia primária de uma cefaleia secundária (causada por algo) que tenham as mesmas características, que podem ser migranosas?
  3. Você sabe o motivo da toxina botulínica ser indicada para o tratamento da migrânea crônica?
  4. E para terminar, você sabe que enxaqueca é sinônimo de migrânea e que não é apenas uma dor de cabeça forte, e sim uma cefaleia primária com fases distintas e fenômenos neurológicos marcantes?
E por fim…. a postagem que foi mais lida por apenas 95 leitores a mais:

01. Neuralgia do trigêmeo no Fantástico!

Saiu na Globo gente! rs… Pois é, aqui no blog vi duas postagens sobre uma mesma condição entre as 5 mais lidas! Eu acho ótimo.

Trechinho:

  “Pois bem, ela perdeu dois dentes e levou um ano sofrendo.

É PRECISO FALAR SOBRE ISSO!

Contem a seus amigos, mostrem a reportagem, leiam sobre o assunto, não deixe isso acontecer! O papel do dentista é conhecer esta condição e encaminhar ao neurologista o mais rápido possível para que se inicie exames e tratamento adequados.

A propósito, o caso da Tatiana é realmente triste pois se trata de neuralgia do trigêmeo refratária ao tratamento, mas a maioria do caso responde bem ao tratamento medicamentoso. A classe farmacológica de primeira escolha recai nos anticonvulsivantes, especialmente a carbamazepina.

Tenho muitas histórias muito parecidas com esta. São casos onde até tratamento para DTM foi realizado por 2 anos! Isso só prolonga o sofrimento do paciente.”

 

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E chegamos ao final de Dezembro, final do ano de 2015, ano de muitos encontros, aulas, estudos, reflexões.

Espero que 2016 seja um ano fantástico para todos e também para a especialidade de DTM e Dor Orofacial! Feliz Natal e um excelente Ano Novo!!!

🙂

 

Pacientes refratários

Há uma semana estive na Semana Acadêmica Odontológica (SAOJEM) da UFPR em Curitiba falando sobre Bruxismo (obrigada pelo convite pessoal, foi ótimo!) pela manhã e à tarde conversei com os alunos do curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial da UFPR (coordenado pelos professores Paulo Cunali e Daniel Bonotto – também foi ótimo pessoal!). O tema desta conversa foi: pacientes refratários.

E preparando o material para levar a Curitiba, eu me lembrei que sempre quis escrever aqui sobre isso. Ainda mais porque um tipo de frase me incomoda muito:

“fulano disse que fez este tratamento porque era a última esperança para sicrana já que ela não responde a nada”

Mas vamos raciocinar, antes de escolher uma técnica alternativa a este paciente, vamos entender: quem é o paciente refratário ao tratamento antes proposto?

Refletindo sobre este assunto, eu me lembrei que há muito tempo havia lido um artigo publicado em 2003 na Neurology com o título: “Why headache treatment fails”. O artigo foi escrito por pesquisadores conhecidos na área da cefaliatria: Lipton, Silberstein, Bigal, Saper, Goadsby.

Reli o artigo e adaptei os 5 quesitos citados por eles à dor orofacial e é sobre os itens deste artigo que escreverei hoje!

 1. O diagnóstico está incompleto ou equivocado

Este é o primeiro e fundamental passo a ser revisto e talvez o que mais acontece. Se o paciente não responde de maneira típica (claro que uns demoram mais do que outros a responderem ao tratamento), reveja seu diagnóstico.

Os autores no texto ressaltam que uma condição pode não ter sido diagnosticada ou ainda confundida com outra com manifestação semelhante. Por exemplo, no caso de Disfunção Temporomandibular (DTM) como os sintomas são muitas vezes flutuantes e são vários tipos de DTM, um tipo pode ficar sem diagnóstico em um primeiro momento.

Também pode acontecer do paciente apresentar outras condições como a neuralgia do auriculotemporal, que pela proximidade anatômica pode ser confundida. Já atendi pacientes que previamente receberam diagnóstico de DTM, foram submetidos a terapias sem respostas, quando na verdade apresentavam, por exemplo, cisto retrofaríngeo, carcinoma espinocelular, hemicrania paroxística, etc. Até necrose pulpar! 

Então, antes de propor qualquer terapia, pare, respire e revise. Repita toda anamnese, o exame físico e solicite exames complementares que achar adequado.

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2. Fatores contribuintes podem não ter recebido atenção

Conduzir uma boa anamnese, com destaque a pontos chave de sua investigação é essencial para identificar fatores que podem perpetuar ou exacerbar crises de dor. Mas muitas vezes ou, por uma falha na ficha clínica, não se pergunta ou o paciente não relata espontaneamente estes fatores.

Os autores no texto destacaram que o uso excessivo de medicação analgésica é um dos vilões para a cronificação da cefaleia. Ainda não há estudos indicando, mas percebe-se que provavelmente o mesmo aconteça com as dores musculoesqueléticas. Pergunte não só quais medicamentos seu paciente faz uso mas também quantos o faz por mês. Não é incomum na clínica de dor orofacial o paciente relatar que faz uso destes medicamentos pelo menos uma vez por dia, totalizando um mínimo de 30 comprimidos/mês, bem a mais do que é aceito pela Classificação Internacional das Cefaleias. Neste mesmo pensamento, o uso abusivo de cafeína também se destaca com relação à cefaleia.

Leve em consideração também o estilo de vida do paciente. Recentemente uma pesquisa realizada pela Paula Jordani e equipe da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP mostrou que obesidade está associada a presença de DTM dolorosa. A obesidade é uma doença crônica e extremamente prevalente. Não hesite em encaminhar seu paciente para acompanhamento nutricional.

Fatores emocionais e sociais influenciam também no prognóstico do tratamento. Como é a vida familiar e social do seu paciente? Ele está passando por momentos de estresse?

Considere encaminhar para avaliação com profissional habilitado.

Ele recebeu alguma informação equivocada? Sim, cuidado com a forma com que você explica a situação ao paciente. NUNCA diga que ele vai ficar sem abrir a boca ou que seu queixo vai cair. O paciente acredita em você, não se esqueça.  Coleciono histórias de pacientes que receberam esta informação e chegaram até mim passando por situações como ficar 6 meses sem abrir direito a boca ou até passando dias sem falar para que “seu queixo não caisse”. E pasmem, óbvio que não apresentavam quadro compatível com luxação. Apenas receberam esta informação e não seguiram corretamente as instruções do tratamento anterior por medo. O tal nocebo…

Outros fatores que não podemos esquecer são os relacionados ao sono! O estudo OPPERA mostrou que a presença de Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) está relacionada a ocorrência de DTM. Insônia é uma das condições que mais prejudicam a modulação de dor, o que pode fazer com que os pacientes com DTM, por exemplo, apresentem baixo limiar de dor até mesmo em regiões distantes da face. Não deixe de avaliar a qualidade do sono de seu paciente.

3. Farmacoterapia não adequada

Os autores pontuam que farmacoterapia não adequada pode acontecer se tratamentos inapropriados são selecionados, se uma dose inicial excessiva é utilizada (atenção aos efeitos colaterais), se a dose de tratamento é inadequada, se a duração do tratamento é muito curta, se politerapia é preciso e não foi observado, se o paciente não absorve a medicação e ainda, se o paciente não é colaborador.

Revise as medicações utilizadas (vale lembrar, veja se o seu paciente não faz uso de alguma medicação que não relatou ou mesmo se não abusa de analgésicos). Baseado não em protocolos mas na neurofisiologia da dor crônica, determine a dose e duração do tratamento medicamentoso que será adotado. Apesar da monoterapia ser recomendável, politerapia pode ser necessária. Assim, não se esqueça de revisar as interações medicamentosas, presença condições comórbidas e efeitos colaterais possíveis.

E muito importante: explique direitinho ao seu paciente como o medicamento irá ajudá-lo, quais possíveis efeitos colaterais (destacando que nem todos os pacientes apresentam efeitos colaterais), a segurança do uso do medicamento, que não é para sempre (diga o período previsto) e especialmente: que não existe medicamento forte, e sim medicamento adequado. Não sei se sou só eu mas acho incrível o preconceito que muitos, inclusive profissionais da saúde, tem com fármacos, o que faz o paciente muitas vezes não colaborar com o tratamento. Em algumas condições de dor orofacial, especialmente nas dores neuropáticas, o tratamento farmacológico é o apropriado.

4. Tratamento não farmacológico adequado

Pacientes podem precisar de fisioterapia e também mudar seus comportamentos muitas vezes.

No consultório odontológico orientamos muitas vezes a respeito de exercícios mandibulares, por exemplo. É comum a entrega de uma folha de papel com todos escritos. Mas destaco: faça o exercício junto ao seu paciente, verifique se ele entendeu as orientações e, super importante, nas consultas de retorno cheque tudo novamente. O seu paciente pode ter feito algo errado. Seja na instrução da termoterapia, seja na massagem, seja nos exercícios prescritos, etc.

Também, como colocarei abaixo, outras comorbidades musculoesqueléticas, como cervicalgias, podem contribuir para a refratariedade do paciente. Encaminhe sempre que necessário ao médico e fisioterapeuta para que medidas e orientações adequadas sejam conduzidas. O paciente pode perceber dor na face, mas a origem da dor pode ser no esternocleidomastoideo ou no trapézio (dor miofascial).

5. Outros fatores

É fundamental conhecer outros fatores que possam influenciar na percepção de dor do paciente. Já citei algumas no item 2.

É preciso conhecer as expectativas de seu paciente, se ele está ou não catastrófico ou hipervigilante (existem questionários para isso!).

Catastrofização é um dos fatores mais estudados hoje para se compreender a dor crônica e o que leva a sua perpetuação e, muito importante, qual o prognóstico da terapia adotada. Sugiro que estudem bastante estes fatores.

Além disso, as condições que podem ser comórbidas às condições de dores orofaciais também influenciam no resultado da terapia adotada, muito por compartilharem de passos neurofisiológicos e/ou serem afetadas pelo déficit de modulação de dor.

A presença de depressão e/ou transtornos relacionados a ansiedade sem tratamento adequado é um destes fatores.

Especialmente a DTM muscular pode coexistir em um mesmo paciente com outra condição do grupo das Síndromes Somáticas Funcionais. É importante conhecer quais as condições que participam deste grupo e que podem influenciar seu paciente. Fibromialgia, migrânea, cefaleia tipo tensional, dor lombar crônica, vulvodínia, síndrome da fadiga crônica e síndrome do intestino irritável são algumas destas condições. Nem sempre o paciente já comparece com o diagnóstico prévio destas condições, então cabe ao profissional conhecer os sinais e sintomas das mesmas e encaminhar para avaliação e terapia apropriada.

Lembre-se que DOR + DOR é = a muito mais DOR.

Para quem ficou curioso sobre o artigo, eu não consegui o PDF do mesmo, ele é um pouco antigo (2003 já é antigo, meu Deus!) mas está disponível clicando aqui.

(Queria escrever tantas outras coisas, mas acho que daria um livro! Tá aí um tema para livro não?)

Abraços a todos!!

Ah! Não deixem de me seguir no Periscope! Falei tudo isso e muito mais por lá semana passada! @dororofacial

Dor oncológica

Um assunto pouco abordado aqui no blog é sobre dor oncológica.
Como sei que muitos pacientes leem este blog, preciso comunicar algo a eles:  este tipo de dor não é comum (ainda bem). Então, se você apresenta dor na região da face ou boca, primeiro consulte um especialista em dor orofacial, que muito provavelmente sua condição não é esta.
Mas voltando ao assunto, na quarta feira um seminário sobre este assunto será apresentado no curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial em Bauru (ei, para quem quiser participar,  inscrições já estão abertas tanto para atualização quanto especialização!) e eu vou assistir. E então, estou fazendo a lição de casa e relendo um dos artigos.
Trata-se de uma revisão de literatura publicada este ano no Current Pain and Headache Reports pelos autores Marcela Romero-Reys, Antonia Teruel e Yi Ye. O título é Cancer and Reffered Facial Pain.
Os autores introduzem o assunto com a frase:
“The fundamental purpose of the pain experience is protection, and this is underscored when pain is related to cancer”.
 O diagnóstico nestas condições é o mais nebuloso. A dor apresenta-se com várias características e vários mecanismos (somáticos, viscerais, inflamatórios, neuropáticos) e pode ser consequência do tumor em si ou da sequela do próprio tratamento como de cirurgias, quimo e radioterapia. Ainda, pode ser devido a um tumor local ou uma dor referida a esta região.
De modo geral os autores destacam que a dor oncológica deve ser incluída no diagnóstico diferencial de pacientes com dor orofacial inexplicável ou intratável.
Isso me fez lembrar que ouço a todo momento sobre pacientes refratários. Minha opinião sobre eles: primeiro tenha certeza do diagnóstico, antes de propor outra terapia!
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Eu já atendi alguns pacientes com dores oncológicas, só este mês foram dois. Mas estes são casos raros no consultório de dor orofacial. Não esqueço nenhum deles pois sempre a investigação foi complexa e muitas vezes chegamos ao veredito por exclusão. Também atendi pacientes com sinais de dormência no queixo (já escrevi aqui sobre isso).
Recomendo a leitura do artigo completo para que possam ter uma ideia dos mecanismos envolvidos na dor orofacial oncológica e das características de cada tipo de câncer oral.
Mas duas coisas quero destacar:
  1. A dor pode ser referida a articulação temporomandibular (ATM) e ser descrita como dor pulsátil, apresentando limitação e desvio em abertura bucal, trismo, estalos e sintomas de otalgia, o que pode ser confundido com DTM.
  2. Sintomas de dor com características similares a neuralgia do trigêmeo, odontalgia atípica e DTM foram os três mais comuns associados a tumores intracranianos, especialmente tumores de fossa craniana posterior e média.
Acho importantíssimo não esquecermos disso!
Ainda, uma condição talvez mais rara mas que o amigo Reynaldo Leite Martins Jr. uma vez já havia comentado comigo e é citada no artigo, é a dor referida por câncer de pulmão. Este fato já foi descrito na literatura e foi sugerido que esta dor é mediada pelo nervo vago que quando comprimido pelo tumor pode causar convergência de impulsos periféricos ao subnúcleo caudal do nervo trigêmeo, gerando dor orofacial.
Então, parem e pensem sempre! Diagnóstico deve vir sempre antes do tratamento. Colegas: verifiquem e conheçam  os critérios de diagnóstico para cada tipo de disfunção temporomandibular (são vários!), dor neuropática ou outra condição. Cuidado ao oferecer terapia a pacientes “refratários” ao tratamento anterior, sem antes reavaliar o diagnóstico.
Os autores colocaram algumas importantes considerações clínicas para dor oncológica na região orofacial:
  • Para correto diagnóstico de qualquer dor na região orofacial, os clínicos deveriam tomar o histórico médico e odontológico e incluir os seguintes aspectos com relação a dor: início, localização, qualidade, padrão temporal, intensidade, padrão de referência e fatores modificadores. Estas informações podem indicar a etiologia da dor.
  • No exame físico, a área dolorida deve ser examinada, mas os clínicos sempre devem lembrar que a origem da dor pode estar localizada em uma área distante da relatada (dor referida).
  • Os clínicos devem lembrar que o diagnóstico de dor por câncer é realizado por exclusão e somente deve ser considerado quando todas as causas óbvias e comuns para a dor foram extensamente investigadas e excluídas.
  • Os descritores para dor oncológica são os mesmos para outras condições não oncológicas na região orofacial e a intensidade de dor pode variar de moderada a grave.
Falando nisso o Reynaldo que citei acima e alguns colaboradores publicaram o artigo Diagnóstico tardio de Neoplasia tratada como disfunção temporomandibular: Relato de caso e revisão de literatura” que tem tudo a ver com o tema desta postagem. Ele está disponível e sugiro a leitura! Só clicar no título!
Agora já estou preparada para assistir ao seminário quarta feira!! 🙂
Boa semana a todos!

Ideias para a coluna “5 PERGUNTAS PARA…”

Olá pessoal!

Quero voltar com a coluna “5 perguntas para…” mas estou passando por uma fase pouco criativa.

Então, vou pedir ajuda a vocês!

Por favor, dêem sugestões pelo formulário abaixo. Pode ser só sugestão de pergunta ou só de entrevistado.

Pretendo fazer algumas entrevistas em vídeo! Já tenho alguns nomes aqui em mente.

Enquanto isso, dê uma olhada nas que fizemos aqui no blog no passado:

Eventos em Outubro: AILDC, Jornada de Dor Neuropática e muito mais!

No começo de Outubro acontecerá o Congresso Brasileiro de Dor promovido pela SBED, conforme já relatei aqui no blog.

Mas não será apenas este evento! Dias 22, 23 e 24 de Outubro em Lima no Peru acontecerá a XIX Reunião da Academia Iberoamericana de Disfunção Craniomandibular e Dor Orofacial (AILDC).

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Vou destacar quatro palestrantes deste evento: Professores Gilles Lavigne, Charles Greene, Gary Heir e Paulo Conti! Quase não cito estes quatro em minhas aulas e aqui no blog, né? Entre aqui e saiba mais!

Pois é! É uma oportunidade de ouvi-los!

Fica o convite abaixo:

Outro evento que está agitando outubro é a Jornada de Dor Neuropática promovida pelo Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Organizado pelos professores José Geraldo Speciali e Fabíola Dach, o evento acontecerá no dia 17 de outubro de 2015, sábado, em Ribeirão Preto.

Vários aspectos serão abordados! Eu já fiz a minha inscrição! E quem é sócio da SBDOF ou SBCe tem desconto!

Mais informações no site do evento: http://www.oxfordeventos.com.br/dorneuropatica

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Falando nisso…

Também em Outubro, mais precisamente no dia 03 de outubro, eu e a professora Adriana Lira Ortega estaremos em Brasília para o já tradicional Dia do Bruxismo!

Saiba tudo sobre o evento e faça sua inscrição em www.diadobruxismo.com

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Meu protesto

Já que o dia de hoje foi eleito pelos brasileiros para protestar, vou aproveitar este espaço para fazer o meu protesto.

CFO: INFORME MELHOR OS DENTISTAS!

Explico:

Sexta feira um colega do Sul, Francisco Fronza, professor da UNOESC, postou no Facebook que havia recebido o informe do Conselho Federal de Odontologia, Odontologia em Revista, edição de Abril/Junho de 2015.

Nesta edição da revista há uma reportagem com o título “Quando o fator emocional interfere nos dentes”, tema bem próximo à nossa especialidade.

Porém, que decepção!

Não sei o que pode ter acontecido. Não entendi o que pode ter acontecido.

Esta revista tem uma tiragem de 425 mil exemplares, uma jornalista responsável e é uma publicação oficial do Conselho Federal de Odontologia. Será que ninguém supervisionou o conteúdo????

Copiando na cara dura a postagem do Facebook do colega Francisco Fronza (eu pedi né?, rs….), veja abaixo o motivo da minha indignação:

Sexta-feira, tomando um café no meu consultório depois do último paciente da manhã, lendo a revista bimestral do CFO (Conselho Federal de Odontologia) me deparo com uma reportagem sobre bruxismo…. Interessante não fosse pelo monte de asneira, erros absurdos mas justificáveis, afinal foi escrita por um médico, não especialista na área, Dr. Drauzio Varella, com citações de um colega dentista (especialista em Ortopedia funcional dos maxilares!!!) Me impressiona o fato de uma publicação oficial do Conselho Federal de Odontologia não tem um corpo editorial que consultasse um especialista em DTM para fazer as devidas correções. Acho muito interessante o intercâmbio entre especialidades e profissionais de outras áreas, desde que a informação passada seja correta.
Humildemente faço minhas considerações sobre o texto de autoria do Dr Varella.
1) Dr Varella confundiu ATM com DTM. ATM significa Articulação Temporomandibular. Uma articulação bilateral localizada próximo ao ouvido, responsável, juntamente com músculos e tendões, pelo fechamento e abertura da boca. DTM significa Disfunção Temporomandibular, e é uma expressão coletiva que engloba vários problemas que envolvem os músculos mastigatórios, a ATM e estruturas associadas.
2) Maloclusão não causa DTM… (Para encurtar o texto posso mandar referências bibliográficas “inbox”)
3) “plaquinha” na verdade se chama Placa oclusal, ou Placa de bruxismo e não é de silicone.
4) DOF é dor orofacial, e nós especialistas já chamamos assim há anos, não “pretendemos” chamar.
Sugiro ao CFO – Conselho Federal de Odontologia que valorize os colegas de profissão e escolha melhor os colaboradores da revista CFO. O texto pode ter tido um caráter explicativo com linguagem mais simples, porém o público ao qual essa revista se destina necessita de um texto mais técnico e com melhor qualidade científica.
Subscrevo-me com votos de elevada estima e consideração.
Francisco Fronza
Especialista em DTM-DO
Membro efetivo da SBDOF
CROSC 8934

É para rir ou para chorar? Tenho certeza que a jornalista responsável teve boa vontade ao montar o texto. Acredito que ela mesmo não conheça a nossa especialidade. Mas mesmo assim, por que a jornalista ao invés de se basear em dois links de sites leigos não foi orientada a consultar profissionais especialistas da área? Quem é que revisa esta revista antes de ela ser impressa? (só para lembrar 425 mil exemplares).

Nós precisamos muito que a nossa especialidade seja conhecida  pelos colegas, uma vez que ainda muitos nem sabem que ela existe (sim, isso acontece) e que é reconhecida desde 2002 pelo próprio CFO!

Não são só 20 centavos: BRUXISMO NÃO É DTM, ATM NÃO É DTM!

Desanima, viu? 😦

Seguem as fotos que o Francisco postou!

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Livros indicados em vídeo no Periscope

Já fazia mais de um mês que eu havia instalado o tal aplicativo da moda, o Periscope, no meu celular. Mas nem havia testado. Aí, uma aluna do curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial (Acho que foi a Daniele mas estou incerta! Foi Dani? 🙂 )do IEO-Bauru deu a ideia: fazer vídeos pelo Periscope e responder ao vivo as perguntas… hum.
Fiquei com isso na cabeça e resolvi testar e…. ADOREI! kkkk
Para quem ainda não sabe, não viu, o Periscope é um aplicativo da empresa do Twitter. Tem para Android e iOS. Com ele você pode fazer transmissões ao vivo. As pessoas que te seguem por lá assistem na hora, podem fazer perguntas, comentar ou mandar um coraçãozinho (versão fofa do Like do Facebook). Você pode seguir pessoas do seu interesse. Ativando as notificações o aplicativo te avisa das transmissões que estão acontecendo. O vídeo fica disponível por 24 horas! então quem perdeu pode voltar e assistir do começo.
Na quarta-feira assisti a um vídeo da Cris Barts do Mamilos, mostrando o preparo todo para gravar o podcast e pensei, vou fazer um para o blog!
Chamei pelo Whatsapp a turma toda de alunos do IEO, busquei meus livros e com cara de cansaço (tinha voltado de RP), falei por 23 minutos!!!Mostrei alguns dos livros de Dor Orofacial.
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Claro que problemas acontecem! A transmissão caiu 3 vezes por problemas com meu Wi-Fi. 😦
Ia também colocar no YouTube o vídeo mas ele ficou na vertical (acho que não há como filmar na horizontal ainda)…
Mesmo assim, gostei muito da experiência e vou repetir!
Mostrei alguns dos livros que tenho, os que mais leio e consulto. Ainda tenho uns que comprei em versão digital (ebooks) e em breve falarei sobre eles também!
Então, siga-me no Periscope para não perder um vídeo: @dororofacial
(adoro os comentários, mandem!)
Uma das próximas transmissões já tem data e hora: 15/08, a partir das 8:30 hs durante o Dia do Bruxismo em São Paulo! \o/
Vou transmitir a primeira parte (cerca de 15 minutos) em que a professora Adriana Lira Ortega fala sobre Odontologia baseada em Evidências! E claro, quem quiser assistir o curso todo e ainda receber acesso ao material online, entre no site e confira as informações sobre como fazer sua inscrição: www.diadobruxismo.com
periscope.001
E me pediram para citar aqui os nomes dos livros que mostrei no vídeo! As fotos estão com qualidade duvidosa porque copiei do vídeo! Clique na foto para ir direto ao link!
(links da Amazon, Google,  comprem onde quiserem, ninguém me patrocina, ainda!… hehehe)
Aproveitando: feliz dia dos Pais! 🙂
Boa semana a todos!
Livro mais recente lançado na área. A ideia dos autores foi que o livro atingisse o profissional através de uma linguagem e temática próxima a realidade do dia dia da clínica. O resultado é um livro com temas importantes. de leitura fácil, e com capricho excepcional. A qualidade das figuras é de cair o queixo!

Livro mais recente lançado na área. A ideia dos autores foi que o livro atingisse o profissional através de uma linguagem e temática próxima a realidade do dia dia da clínica. O resultado é um livro com temas importantes. de leitura fácil, e com capricho excepcional. A qualidade das figuras é de cair o queixo!

Amo este livro! Muito! Ele já está quase desmanchando. Não é para quem inicia os seus estudos em Dor Orofacial pois precisa de um conhecimento básico e ele não é específico da área. Assuntos atuais são abordados como genética, sistema autonômico, catastrofização, hipervigilância. Tenho outros livros ótimos da IASP. Vale a pena conhecer todos!

Amo este livro! Muito! Ele já está quase desmanchando. Não é para quem inicia os seus estudos em Dor Orofacial pois precisa de um conhecimento básico e ele não é específico da área. Assuntos atuais são abordados como genética, sistema autonômico, catastrofização, hipervigilância. Tenho outros livros ótimos da IASP. Vale a pena conhecer todos!

O livro começa com uma charge em que o dentista pergunta: "Professores, tenho muitos pacientes com queixas de dor orofacial. O que me aconselham estudar para resolver este tipo de problema?" Veja só, uma pergunta que gera tantos comentários que vira um livro! Todo o profissional interessado na área deveria ler!

O livro começa com uma charge em que o dentista pergunta: “Professores, tenho muitos pacientes com queixas de dor orofacial. O que me aconselham estudar para resolver este tipo de problema?” Veja só, uma pergunta que gera tantos comentários que vira um livro! Todo o profissional interessado na área deveria ler!

Dores Bucofaciais de Bell, livro esgotado. :( Um dos meus favoritos! A parte sobre neurofisiologia da dor é bem bacana!

Dores Bucofaciais de Bell, livro esgotado. 😦 Um dos meus favoritos! A parte sobre neurofisiologia da dor é bem bacana!

Versão em português recentemente lançada! Tradução do Prof. Antônio Sérgio. Livro muito bacana e atual!

Versão em português recentemente lançada! Tradução do Prof. Antônio Sérgio. Livro muito bacana e atual!

Escrevi uma resenha em 2012 sobre este livro no blog. A primeira edição lançada em 2001 foi um livro que li, reli, grifei e aprendi bastante pois até conhecê-lo eu praticamente desconhecia a dor orofacial. Meu conhecimento limitava-se às DTMs. Gosto muito, especialmente do capítulo de Síndrome da Ardência Bucal!

Escrevi uma resenha em 2012 sobre este livro no blog. A primeira edição lançada em 2001 foi um livro que li, reli, grifei e aprendi bastante pois até conhecê-lo eu praticamente desconhecia a dor orofacial. Meu conhecimento limitava-se às DTMs. Gosto muito, especialmente do capítulo de Síndrome da Ardência Bucal!

Mais um da categoria livro quase desmanchando de tanto que leio! É um livro ótimo, básico e objetivo sobre um dos meus assuntos favoritos! Também tenho o ótimo livro Odontologia na Medicina do Sono da professora Cibele Dal Fabbro, mas estava no consultório e não mostrei. Fica a dica!

Mais um da categoria livro quase desmanchando de tanto que leio! É um livro ótimo, básico e objetivo sobre um dos meus assuntos favoritos! Também tenho o ótimo livro Odontologia na Medicina do Sono da professora Cibele Dal Fabbro, mas estava no consultório e não mostrei. Fica a dica!

Este é o livro que indico a quem quer estudar Dor Orofacial. Costumo seguir esta classificação na clínica. Gosto e manuseio muito! Em inglês. Em português ainda somente a quarta edição!

Este é o livro que indico a quem quer estudar Dor Orofacial. Costumo seguir esta classificação na clínica. Gosto e manuseio muito! Em inglês. Em português ainda somente a quarta edição!

Primeiro livro citado, nele iniciei meus estudos! Livro do professor Okeson. Eu tenho a quarta edição, já tive a segunda e hoje está na sétima!!! Preciso atualizar...

Primeiro livro citado, nele iniciei meus estudos! Livro do professor Okeson. Eu tenho a quarta edição, já tive a segunda e hoje está na sétima!!! Preciso atualizar…

Neuralgia do trigêmeo no Fantástico!

Estava viajando domingo e assim não assisti TV.

Mas logo que cheguei em casa e chequei o email, me deparei com este abaixo:

Olá Juliana, fui a sua palestra em novembro de 2014 na ABO-ES e hoje estava passando no fantástico uma reportagem sobre a neuralgia do trigêmeo e percebi o quanto eu aprendi na sua palestra! Gostaria de te parabenizar pela sua excelente aula…eu não sei se você vai se lembrar de mim mas eu tentava responder quase tudo que você perguntava e você me perguntou se eu estava na graduação e eu falei que sim! Espero em ir em outras palestras.

Att. Mariana Reis

Puxa Mariana, obrigada por teu email! Me deixou feliz da vida! O objetivo é este: INFORMAR. E é disso que tanto os pacientes como os profissionais da saúde precisam, sobretudo sobre neuralgia do trigêmeo, informação.

E a gente tem que parabenizar a produção do programa Fantástico e à Tatiana que clamou pela reportagem.

A Neuralgia do Trigêmeo é uma condição há muito tempo conhecida entre os que estudam dor, que apresenta sinais e sintomas bem marcantes (o que facilita seu diagnóstico) mas completamente esquecida no ensino da Odontologia. Digo isso porque é, talvez, a condição onde mais iatrogenias são cometidas contra os pacientes.

Por acometer especialmente os segundo e terceiro ramos do nervo trigêmeo, muitas vezes a dor se manifesta na boca, em um dente e é facilmente confundida (apesar das características marcantes) com odontalgia. Se é neste local, o paciente irá procurar o dentista e não o médico para tratamento. E é aí o problema: sem formação adequada (não culpo os profissionais mas o ensino), muitos profissionais na tentativa de realizar algo para amenizar a dor tão grave (a pior do mundo), mesmo sem certeza absoluta, realiza procedimentos invasivos.

Não é incomum encontrar pacientes que já foram submetidos a tratamentos endodônticos, cirurgias paraendodônticas, exodontias, etc.

CONHEÇAM A NEURALGIA DO TRIGÊMEO!

Há algum tempo escrevi uma postagem sobre o assunto aqui no blog (em 2010, veja lá!)

Voltando a reportagem, vejam o que diz Tatiana, a paciente que incentivou o Fantástico a produzir a matéria:

Ela conta como foi a primeira dor: “Eu senti um choque. Na hora, eu não dei bola. Aí, a partir do terceiro, mais ou menos, eu pensei em procurar a dentista. Eu extraí o dente do siso e extraí mais um outro. E, claro, que não melhorou”, ela lembra.

As dores só aumentavam e a artesã não conseguia descobrir o que tinha. “Depois de um ano sofrendo, resolvi procurar na internet, até que chegou na neuralgia do trigêmeo”, ela conta.

Pois bem, ela perdeu dois dentes e levou um ano sofrendo.

É PRECISO FALAR SOBRE ISSO!

Contem a seus amigos, mostrem a reportagem, leiam sobre o assunto, não deixe isso acontecer! O papel do dentista é conhecer esta condição e encaminhar ao neurologista o mais rápido possível para que se inicie exames e tratamento adequados.

A propósito, o caso da Tatiana é realmente triste pois se trata de neuralgia do trigêmeo refratária ao tratamento, mas a maioria do caso responde bem ao tratamento medicamentoso. A classe farmacológica de primeira escolha recai nos anticonvulsivantes, especialmente a carbamazepina.

Tenho muitas histórias muito parecidas com esta. São casos onde até tratamento para DTM foi realizado por 2 anos! Isso só prolonga o sofrimento do paciente.

Vejam a reportagem do Fantástico. Leiam a postagem do blog. Vamos falar sobre isso! 🙂

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