Cinesiofobia

Estudos recentes apoiam a ideia de que a DTM crônica é uma condição multifatorial, em que os fatores psicológicos tem um papel importante tanto no início como perpetuação da condição.

Já escrevi aqui no blog e costumo comentar bastante em aulas que muitos dos pacientes com Disfunção Temporomandibular, após a experiência da dor ou mesmo por orientações (muitas vezes erradas) de que se abrir a boca pode travar, apresentam um comportamento em que restringe o movimento da mandíbula não por dor e sim por medo, a tal chamada cinesiofobia.

Este é um problema enorme. Hoje sabemos que para reabilitar um paciente com dor articular ou muscular, é preciso que ocorram movimentos dentro do limite indolor, com cautela, mas que proporcionem lubrificação articular e mobilidade muscular. Mas muitas vezes o paciente não executa estes movimentos e assim passa a não obter resultados significativos com a terapia ou até mesmo piorar.

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Em 2010 foi publicado na revista Pain um artigo da Holanda encabeçado pela professora Corinne Visscher com uma adaptação da escala Tampa de cinesiofobia para pacientes com DTM.  Visscher et al. mostrou que pacientes com DTM crônica que apresentavam mais problemas funcionais relacionados a Articulação Temporomandibular (ATM) relatavam também alto índice de medo do movimento.   Ainda, a cinesiofobia foi relacionada a problemas mecânicos da ATM, como ruídos e travamentos.

Após esta publicação, dois outros trabalhos foram publicados, no Journal Headache and Pain com validação da escala em pacientes com DTM dolorosa e seu uso em condições crônicas. Estes artigos são gratuitos e estão disponíveis aqui e aqui.

Semana passada foi publicado no Journal Oral Rehabilitation um artigo sobre a tradução, validação e adaptação da Escala Tampa de Cinesiofobia para DTM em Português Brasileiro! \o/ Isso é muito bacana pois permitirá o uso desta escala em nossos consultórios! O artigo é derivado da dissertação de Mestrado de Aroldo do Santos Aguiar, sob supervisão da Profa. Dra. Thaís Chaves da USP-Ribeirão Preto. A Thaís é uma amiga querida (já falei sobre o trabalho dela aqui) e eu que não sou boba nem nada, já mandei um email a ela que prontamente me respondeu dizendo que ainda está montando a página de seu laboratório, onde os questionários estarão disponíveis.

Mas…

Gentilmente cedeu a este blog o questionário traduzido que você pode acessar clicando neste link: Tampa TMD para divulgação 14.04.17.

Obrigada pela gentileza Thais!

E povo, vamos ler, estudar e aplicar esta escala!

Falando nisso…

E por falar em DTM, trabalhos e tal, devo lembrá-los que amanhã vence o prazo para submissão de trabalhos científicos ao III Congresso Brasileiro de Dor Orofacial, bem como o desconto para participação.

Acesse o site http://bit.ly/sbdof2017 e faça sua inscrição.

Toda a programação, valores, datas e horários estão no link.

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Sono e Disfunção Temporomandibular

Ter uma boa noite de sono é reconhecidamente necessário para a manutenção da saúde e bem estar físicos e mentais. A Associação Brasileira do Sono, Associação de Medicina do Sono e Associação de Odontologia do Sono promovem a Semana do Sono entre os dias 13 e 19 de março.

Esta iniciativa tem o intuito de levar até a população conhecimento sobre o sono, as últimas novidades na pesquisa e informações importantes. É primordial dormir bem para o bem estar geral!

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Toda a programação do evento e informações estão no site: http://www.semanadosono2017.com.br

Em média, um adulto dorme de 6 a 9 horas por noite. Dormir menos de 5 horas pode ser considerado uma privação de sono, levando a alterações de humor e disfunção social. Se constante e prolongada, a privação do sono pode levar a complicações mentais, cardiovasculares e aumentar a frequência e intensidade da dor. Entre 50 a 90% dos pacientes com dor aguda, a ocorrência da dor geralmente precede as queixas de uma noite de sono ruim. Entretanto, estudos com pacientes com dor crônica indicam uma influência bidirecional: uma noite de sono ruim ser seguida pelo aumento da dor no dia seguinte e, um dia com alta intensidade de dor é seguido por uma noite ruim de sono.

Distúrbios do sono, sobretudo insônia, podem contribuir para desregulação do sistema de modulação de dor e ocasionar aumento na intensidade de dor. Já mostrei aqui no blog um trabalho de Smith e colaboradores que demonstraram que a presença de insônia contribui para redução no limiar de dor em pacientes com dor na musculatura mastigatória.

Então, aproveitando a Semana do Sono fui verificar o que há de novo na literatura e encontrei um estudo recente (Rener-Sitar et al., 2016) que comparou pacientes com DTM com voluntários saudáveis com relação a qualidade do sono. Achei interessante porque eles não trabalharam apenas com um diagnóstico e sim com os 8 que englobam a classificação do RDC/TMD, além de usarem os questionários de eixo II (verificaram sintomas de ansiedade, depressão, somatização e grau de disfunção). Incluiram inclusive exames de imagem para comprovar os diagnósticos articulares.

Para verificar a qualidade do sono utilizaram o questionário de Pittsburg.

Os resultados do estudo demonstraram que os diagnósticos que curam com dor, ou seja, DTMs dolorosas são aquelas em que a qualidade do sono está significativamente prejudicada, bem como em pacientes que apresentavam sofrimento psicossocial e incapacidade à dor, particularmente dor disfuncional. Este fato só corrobora com o que sempre verificamos entre dor e sono, que embora pareça lógico, poucos estudos abordaram ainda esta questão.

Interessante relatar também que os pacientes com DTM não dolorosa (exemplo, deslocamento do disco com redução) apresentaram índices de qualidade do sono similares aos voluntários saudáveis.

Avaliar a qualidade do sono nessa população pode ajudar a caracterizar melhor esses pacientes e, o mais importante, abordar a sua deficiência de sono pode oferecer uma outra abordagem terapêutica para reduzir o sofrimento relacionado com a dor (Rener-Sitar et al., 2016).

Aproveite este momento e clique aqui para ler um post de 2010 que escrevi  sobre avaliação do sono em pacientes com dor orofacial. Nela há o link para alguns métodos de avaliação. É essencial que o clínico avalie os hábitos ao dormir do paciente e determine se ele apresenta sinais e sintomas de distúrbios do sono como insônia, Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, que muito mais do que o Bruxismo do Sono, parecem estar envolvidos na manutenção da dor do paciente com DTM!

É importante que o clínico esteja preparado não só para identificar problemas relacionados ao sono como também iniciar orientações ao paciente. O tratamento do sono pode incluir terapias comportamentais com ou sem uso de medicamentos que melhoram o sono.

Quando sinais e sintomas de um distúrbio do sono primário são encontrados, o cirurgião-dentista deve considerar encaminhar o paciente para o médico, especialmente os habilitados para a Medicina do Sono. Medidas de higiene do sono podem ser implementadas para melhorar a qualidade do sono do paciente.

Além de observar aspectos relacionados diretamente ao sono, é importante que o clínico identifique pensamentos catastróficos relacionados a dor e aprimore sua abordagem ao tentar reduzi-los. Isto pode levar a uma melhora no sono e consequentemente controle da dor do paciente.

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Onde eu atendo os pacientes com DTM?

Eu acho que nunca escrevi aqui no blog sobre meus locais de atendimento, apesar de sempre no menu estarem localizados estes endereços.

Mas sabe resolução de 2017? Então, resolvi que neste ano vou divulgar mais os locais onde recebo pacientes ansiosos para o controle de suas dores, disfunções e bruxismo.

Para isso ano passado fiz um site totalmente novo, voltado para o público leigo no endereço: www.dentistajuliana.com.br

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O site é informativo e aos poucos estou atualizando os textos.

Uma das coisas bacanas que resolvi colocar é um teste de sintomas de DTM. Assim, antes da visita, o paciente pode perceber dados relevantes sobre sua queixa.

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Ainda, acompanhando as novas tendências, intensificamos o contato via Whatsapp com números específicos para os dois consultórios. Hoje atendo em Ribeirão Preto e Franca.

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Além deste atendimento particular, faço parte do Bauru Orofacial Pain Group e auxilio atendimentos nas clínicas de DTM e Dor Orofacial no IEO-Bauru uma vez no mês. Lá o atendimento é de baixo custo (mais informações 14-3234 1919).

Assim, caso precisem ser atendidos ou mesmo encaminhar pacientes, estão aí meus contatos!

Falando nisso….

E por falar nos cursos de Bauru, o curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial coordenado pelo Prof. Paulo Conti está com vagas quase esgotadas! Corra! Início dia 16/02/2017 e com novidades! 🙂

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III Congresso Brasileiro de Dor Orofacial

A SBDOF (Sociedade Brasileira de DTM e Dor Orofacial) irá promover o III Congresso Brasileiro de Dor Orofacial em São Paulo, no Hotel Maksoud Plaza, entre os dias 2 e 3 de junho de 2017.

Eu estou ajudando na organização junto com a diretoria da SBDOF ( João Padula, Paulo Cunali e Rodrigo Teixeira), da empresa Interevent e das amigas Liete Zwir e Adriana Lira Ortega! Estamos preparando um evento recheado de palestras com novidades na área.

A notícia é: há valores promocionais para inscrição mas até dia 15/12!!

Assim, corram! A Interevent ainda avisa que o valor pode ser parcelado em 3 vezes e mais, os 150 primeiros inscritos receberão o livro “Disfunções Temporomandibulares: esclarecendo a confusão” de autoria de Reynaldo Leite Martins Junior.

Entre no site e confira!

http://bit.ly/sbdof2017

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Além de conferir todas as informações no site, é possível também submeter o seu trabalho científico! Devo lembro-los que existe um prêmio em dinheiro ao melhor trabalho!

Confira a lista de palestras:

Convidado Internacional:
Profa. Ambra Michelotti – Universidade de Nápoles

– DC/TMD – moving from research to clinic
– TMD and Orthodontics
– The management of TMD: evidence based treatment

Convidado Internacional Homenageado:

Prof. Sandro Palla
Sessão Ponto e Contra Ponto:

Toxina botulínica na DTM:
Moderação e apresentação do tema- Stephanie Teixeira; Ponto e contraponto: João Batista Macedo e Reynaldo Leite Martins Junior

Disfunções Articulares: até que ponto o tratamento é conservador?
Ponto e Conta Ponto: Paulo Conti e Fábio Sato

Palestras e temas: 

– André Porporatti: Dor neuropática pós tratamento odontológico: um problema comum?

– Antônio Sérgio Guimarães: DTM muscular: novos insights

– Bruno Furquim: Fatores genéticos e DTM: qual a importância clínica?

– Cibele Dal Fabbro: A importância do sono no tratamento da Dor Orofacial

– Cesar Waisberg: O movimento: além da anatomia e biomecânica.

– Daniel Bonotto: Dispositivos interoclusais em DTM articular: por que funcionam?

– Daniel Ciampi: Dores crônicas terapias atuais

– Daniela Franzen: Abordagem psicossocial na clínica de dor

– Daniela Godoi Gonçalves: Sensibilização central – como se explicam as dores crônicas

– Debora Bevilaqua Grossi: Mecanismos de dor cervical e sua relação com DTM

– Eduardo Januzzi: Viscossuplementação: quais os resultados clínicos?

– Giovana Fernandes: Bruxismo em Vigília: um novo capítulo na relação com DTM?

– Jorge von Zuben: Comportamento e Neurociência

– José Tadeu Tesseroli de Siqueira: Neuralgia do Trigêmeo: nova classificação, velho problema?

– Leonardo Bonjardim: Testes quantitativos sensoriais – já é possível utilizar na clínica de DTM ?

– Paulo Conti: Cefaléias atribuídas a DTM, contração muscular e dor: uma análise crítica

– Rafael Santos Silva: Farmacologia e DTM

– Ricardo Tanus Valle: Deslocamentos de discos: qual a melhor opção de controle?

– Ricardo Tesch: Reabsorções Condilares – Estratégias Terapêuticas Inovadoras

– Thais Villa: Cefaleias primárias: como reconhecer na clínica

– Vera Lucia Mestre Rosa: Exames de imagem em DTM: quais os avanços no últimos anos?

– Vitor Panhóca: Laserterapia em DTM: existe um protocolo?

E você vai perder? 

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Falando nisso…

Estamos com inscrições para as últimas vagas no curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial do Bauru Orofacial Pain Group.

Saiba mais pelo email contato@ieoabauru.com.br ou telefone (14) 32341919

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DTM e esportes de alto impacto

Eu já falei que sou uma pessoa de sorte aqui, não? Pois é, nestes anos todos trabalhando dentro da especialidade de DTM e Dor Orofacial pude conhecer pessoas bacanas que se tornaram amigos!

Uma destas pessoas é o Prof. Daniel Bonotto da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além de excelente profissional e meu amigo, Daniel é pai do fofíssimo João e esposo da querida Danielle Veiga Bonotto, também especialista em DTM e Dor Orofacial (não podia deixar de escrever isso, rs…).

Bem, o fato é que chegou até mim um artigo escrito pelo Daniel e colaboradores. Neste trabalho ele buscou conhecer o perfil de atletas de alto impacto em relação à presença de Disfunção Temporomandibular (DTM). Achei o tema tão interessante, este link entre a Odontologia no Esporte e a DTM, que pedi para ele que escrevesse um texto para o blog!

Logo abaixo do texto está o link para o artigo completo! Espero que a pesquisa avance nesta área Daniel! Muito obrigada pela gentileza de sempre!

Segue o texto!

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Prof. Dr. Daniel Bonotto

Fiquei muito feliz e agradecido com o convite da Juliana para escrever um post para este blog que há tanto tempo acompanho e divulgo como exemplo de informação de qualidade em Dor Orofacial na web.

Há alguns anos, comecei a receber muitos pacientes atletas com queixas de DTM encaminhados pelo prof. Eli Namba, coordenador da Especialização em Odontologia do Esporte da Universidade Positivo, em Curitiba-PR. As histórias eram sempre muito parecidas e envolviam traumas faciais, hábitos parafuncionais diurnos e muito desconhecimento das DTM por parte dos pacientes. A frequência desses encaminhamentos começou a ser tão grande que me chamou atenção e percebi que havia pouca informação na literatura sobre DTM nessa população.

Decidimos ir a campo, literalmente, e avaliar atletas de diferentes modalidades e com diferentes níveis de treinamento.  Utilizamos o RDC/TMD em sua versão em português por ser uma ferramenta reproduzível e usada no mundo inteiro para diagnosticar DTM em pesquisas clínicas.

Os achados da pesquisa confirmaram nossas hipóteses de que entre atletas de alta performance de esportes com alto risco de trauma facial observaríamos maior prevalência de DTM.

Por exemplo, 61% dos  lutadores profissionais de MMA avaliados apresentaram algum tipo de DTM sintomática (ou seja, com dor e/ou limitação funcional). Entre os atletas da seleção brasileira de Karatê, essa taxa foi de 54%. Para efeito de comparação, praticantes recreativos de karatê e um grupo de não-atletas apresentaram 17% e 14%, respectivamente.

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03 Oct 2014, Montreal, Quebec, Canada — Oct. 3, 2014 – Montreal, Quebec, Canada – CHAD “The Disciple†LAPRISE (black trunks) lands a right head kick to BRYAN BARBERENA (yellow trunks) during their Lightweight bout at UFC 186 at the Bell Centre in Montreal. (Credit Image: © Allan Zilkowsky/ZUMA Wire) — Image by © Allan Zilkowsky/ZUMA Press/Corbis

Procuramos também sair do universo das artes marciais e buscamos um esporte coletivo de alto impacto: o Rugby. Embora não seja profissional do Brasil, existe uma liga organizada de Rugby, com times estruturados, rotina diária de treinamentos e tudo mais que caracteriza as atividades de alto rendimento. Pois bem, entre jogadores de Rugby observamos frequências semelhantes àquelas encontradas em lutadores profissionais (esses últimos dados em breve serão publicados para apreciação de todos).

Sem dúvida a diferença de prevalência tão significativa entre atletas de alto rendimento dessas modalidades e “indivíduos comuns” nos chamou atenção. Mas talvez a maior surpresa foi o baixo grau de dor crônica associada à DTM entre os atletas quando comparados aos pacientes que geralmente buscam atendimento em ambulatórios de DTM e Dor Orofacial. Foi nítido e frequente durante a avaliação dos atletas que mesmo indivíduos com restrições funcionais pareciam não se importar muito com as limitações características de pacientes com DTM.

Por que essa população que está tão exposta a fatores causais e perpetuantes de DTM parece sofrer tão pouco com o problema? No que ela difere dos pacientes que nos procuram no dia-a-dia? É nisso que estamos trabalhando agora. Em um seguimento da pesquisa já publicada, estamos avaliando perfil emocional e características de catastrofização e hipervigilância de atletas com DTM. Esperamos em breve poder contribuir para o melhor entendimento dessas dúvidas.

Aproveito ainda para convidar todos os colegas a participar do II Encontro Paranaense da SBDOF em Curitiba-PR nos dias 20 e 21 de maio. O evento está sendo organizando com todo carinho e conta com uma programação imperdível!!!

Para ler o artigo completo: Bonotto_et_al-2015-Dental_Traumatology

Falando nisso…

Como escreveu Daniel, dias 20 e 21 de maio acontece em Curitiba o II Encontro Paranaense da SBDOF que contará com a presença internacional do Prof. Antoon de Laat, além de vários palestrantes nacionais, como eu e o Daniel!

Para saber mais, entre no site www.gapedor.com.br

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Rapidinhas: Dica de Webinário

A IASP (Associação Internacional de Estudo da Dor ) promove em 2016 o ano de combate a Dor Articular.

Pois bem, hoje recebi via email um convite para webinário que achei interessante e dentro desta temática: o papel dos anticorpos na dor articular por artrite reumatóide. O foco será a dor persistente.

Como sabemos a artrite reumatóide pode atingir as articulações temporomandibulares (ATM) e devemos conhecer o tratamento médico realizado pata esta condição para entender os casos que recebemos, sobretudo os crônicos.

Esta é uma ótima oportunidade!

A aula será pela internet e em seguida acontecerá um debate.

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Acontecerá na terça-feira, dia 19/04.

Seguem detalhes do evento:

Here is an abstract of Svensson’s talk:
Joint pain in rheumatoid arthritis (RA) often precedes joint inflammation and may persist even after successful anti-inflammatory treatment. RA is a chronic autoimmune disease, and one type of neuroimmune interaction that has recently received some attention is the potential pathogenic role of autoantibodies in maladaptive pain states. We have addressed the possibility that anti-collagen type II (CII) antibodies and anti-citrullinated protein antibodies (ACPAs), present in patients with RA, may be directly responsible for the induction of pain, independent of inflammation. For example, we found that mice injected with either human ACPA IgG purified from RA patients, or murinized monoclonal ACPAs generated from synovial B cells from RA patients, developed long-lasting, pronounced evoked and spontaneous pain-like behavior in the absence of visible and histological signs of inflammation. Non-ACPA IgG from RA patients or control monoclonal IgG were without pro-nociceptive effects. We coupled this to an ACPA-mediated increase in osteoclast activity and subsequent release of pro-nociceptive CXCL1 (IL-8) release. This presentation will highlight roles of autoantibodies in the patho­genesis of persistent pain states and focus on mechanisms by which CII antibodies and ACPAs activate sensory neurons in particular. The identification of novel contributions of autoantibodies to persistent pain may aid in the development of new treatment strategies, not only for pain in RA, but also for pain in other conditions associated with autoantibody production.

Audience participation is encouraged—get ready to submit your questions live to our panel of experts! 
During the live discussion, participants will be able to submit questions to the panel. You can also submit questions now, by emailing them to neil@painresearchforum.org.

The webinar is free but registration is required.
Register here.

Veja a página com mais explicações: http://www.painresearchforum.org/forums/webinar/65510-webinar-role-autoantibodies-rheumatoid-arthritis-joint-pain

 

Falando nisso…

A professora e pesquisadora Liete Zwir estará também no II Encontro Paranaense da SBDOF falando sobre degeneração em ATM.

Vale a pena assistir a aula da Liete! Eu garanto! 🙂

Inscrições em www.gapedor.com.br

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Rapidinhas: Ortodontia e DTM: até quando?

Dá uma tristeza ter que escrever ainda sobre este tema. Por que tanta gente ainda indica ortodontia para tratamento das mais diversas Disfunções Temporomandibulares (DTM)?

Vários pesquisas já mostraram que Ortodontia não trata, nem previne e nem causa DTM.

Figura: Doutor, tenho Dor - www.facebook.com/doutortenhodor

Figura: Doutor, tenho Dor – http://www.facebook.com/doutortenhodor

Entretanto, no mês passado mesmo recebi uma mensagem de um colega pedindo artigos sobre o tema para mostrar ao seu professor de Ortodontia que insistia no assunto. Alouuuu, você é professor? Que tal atualizar o conteúdo que você expõe em suas aulas?

Para isso, que tal ler o trabalho mais recente publicado pelo professor Danielle Manfredini e colaboradores? Há 6 dias foi publicado no  Angle Orthodontics: Orthodontics is temporomandibular disorder–neutral. Clique aqui para ler!

Quer ler tudo sobre Ortodontia X DTM que publicamos aqui? Segue o link: CLIQUE AQUI PARA ACESSAR

#ficaadica

Dor oncológica

Um assunto pouco abordado aqui no blog é sobre dor oncológica.
Como sei que muitos pacientes leem este blog, preciso comunicar algo a eles:  este tipo de dor não é comum (ainda bem). Então, se você apresenta dor na região da face ou boca, primeiro consulte um especialista em dor orofacial, que muito provavelmente sua condição não é esta.
Mas voltando ao assunto, na quarta feira um seminário sobre este assunto será apresentado no curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial em Bauru (ei, para quem quiser participar,  inscrições já estão abertas tanto para atualização quanto especialização!) e eu vou assistir. E então, estou fazendo a lição de casa e relendo um dos artigos.
Trata-se de uma revisão de literatura publicada este ano no Current Pain and Headache Reports pelos autores Marcela Romero-Reys, Antonia Teruel e Yi Ye. O título é Cancer and Reffered Facial Pain.
Os autores introduzem o assunto com a frase:
“The fundamental purpose of the pain experience is protection, and this is underscored when pain is related to cancer”.
 O diagnóstico nestas condições é o mais nebuloso. A dor apresenta-se com várias características e vários mecanismos (somáticos, viscerais, inflamatórios, neuropáticos) e pode ser consequência do tumor em si ou da sequela do próprio tratamento como de cirurgias, quimo e radioterapia. Ainda, pode ser devido a um tumor local ou uma dor referida a esta região.
De modo geral os autores destacam que a dor oncológica deve ser incluída no diagnóstico diferencial de pacientes com dor orofacial inexplicável ou intratável.
Isso me fez lembrar que ouço a todo momento sobre pacientes refratários. Minha opinião sobre eles: primeiro tenha certeza do diagnóstico, antes de propor outra terapia!
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Eu já atendi alguns pacientes com dores oncológicas, só este mês foram dois. Mas estes são casos raros no consultório de dor orofacial. Não esqueço nenhum deles pois sempre a investigação foi complexa e muitas vezes chegamos ao veredito por exclusão. Também atendi pacientes com sinais de dormência no queixo (já escrevi aqui sobre isso).
Recomendo a leitura do artigo completo para que possam ter uma ideia dos mecanismos envolvidos na dor orofacial oncológica e das características de cada tipo de câncer oral.
Mas duas coisas quero destacar:
  1. A dor pode ser referida a articulação temporomandibular (ATM) e ser descrita como dor pulsátil, apresentando limitação e desvio em abertura bucal, trismo, estalos e sintomas de otalgia, o que pode ser confundido com DTM.
  2. Sintomas de dor com características similares a neuralgia do trigêmeo, odontalgia atípica e DTM foram os três mais comuns associados a tumores intracranianos, especialmente tumores de fossa craniana posterior e média.
Acho importantíssimo não esquecermos disso!
Ainda, uma condição talvez mais rara mas que o amigo Reynaldo Leite Martins Jr. uma vez já havia comentado comigo e é citada no artigo, é a dor referida por câncer de pulmão. Este fato já foi descrito na literatura e foi sugerido que esta dor é mediada pelo nervo vago que quando comprimido pelo tumor pode causar convergência de impulsos periféricos ao subnúcleo caudal do nervo trigêmeo, gerando dor orofacial.
Então, parem e pensem sempre! Diagnóstico deve vir sempre antes do tratamento. Colegas: verifiquem e conheçam  os critérios de diagnóstico para cada tipo de disfunção temporomandibular (são vários!), dor neuropática ou outra condição. Cuidado ao oferecer terapia a pacientes “refratários” ao tratamento anterior, sem antes reavaliar o diagnóstico.
Os autores colocaram algumas importantes considerações clínicas para dor oncológica na região orofacial:
  • Para correto diagnóstico de qualquer dor na região orofacial, os clínicos deveriam tomar o histórico médico e odontológico e incluir os seguintes aspectos com relação a dor: início, localização, qualidade, padrão temporal, intensidade, padrão de referência e fatores modificadores. Estas informações podem indicar a etiologia da dor.
  • No exame físico, a área dolorida deve ser examinada, mas os clínicos sempre devem lembrar que a origem da dor pode estar localizada em uma área distante da relatada (dor referida).
  • Os clínicos devem lembrar que o diagnóstico de dor por câncer é realizado por exclusão e somente deve ser considerado quando todas as causas óbvias e comuns para a dor foram extensamente investigadas e excluídas.
  • Os descritores para dor oncológica são os mesmos para outras condições não oncológicas na região orofacial e a intensidade de dor pode variar de moderada a grave.
Falando nisso o Reynaldo que citei acima e alguns colaboradores publicaram o artigo Diagnóstico tardio de Neoplasia tratada como disfunção temporomandibular: Relato de caso e revisão de literatura” que tem tudo a ver com o tema desta postagem. Ele está disponível e sugiro a leitura! Só clicar no título!
Agora já estou preparada para assistir ao seminário quarta feira!! 🙂
Boa semana a todos!

Curso Aperfeiçoamento em DTM e Dor Orofacial – IEO Bauru

Semana intensa e quente por aqui! Não deu tempo nem de fazer um vídeo mais longo no Periscope (já me segue por lá? @dororofacial)!

Recebi a informação que a procura já começou pelo curso de Aperfeiçoamento em DTM e Dor Orofacial do IEO-Bauru!

Quem acompanha o blog há mais tempo já conhece este curso, não é? Com mais de 10 anos de tradição, professor Paulo Conti está na coordenação deste curso, teórico e clínico.

O curso tem como objetivo oferecer a todos os alunos atualidades com relação a meios de diagnóstico, critérios de classificação, comorbidades e as terapias mais conceituadas de tratamento dentro das disfunções temporomandibulares e dores orofaciais.

Na equipe, além de mim, estão presentes o professor Leonardo Bonjardim, da Fisiologia Oral da FOB-USP (junto com o prof. Paulo Conti, os dois maiores nomes na pesquisa em DTM/DOF do Brasil), Carolina Ortigosa CunhaAndré Porporatti, Yuri Costa, Naila Machado, Fernanda Araújo Sampaio, Dyna Mara FerreiraHenrique Quevedo e o fisioterapeuta César Waisberg, todos membros do Bauru Orofacial Pain Group, para suporte ao curso com aulas teóricas e acompanhamento na clínica.

Além disso sempre temos convidados especiais! Este módulo a professora querida Daniela Godói Gonçalves estará por lá! \o/

O curso tem 11 módulos, de fevereiro a dezembro e todas as datas já estão agendadas! Acontece uma vez por mês, às quintas (8:00 a mais ou menos 20:30 hs) e sextas feiras (8:00 às 18:00).

A quem se destina: cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. O bacana é que este curso também é voltado para a atualização do especialista em DTM e Dor Orofacial!

Quer saber mais?

Entre em contato com a Vivian no IEO-Bauru pelo telefone 14 32341919 ou site www.ieobauru.com.br

Espero encontrar vários leitores por lá!

Ah! E para quem quer saber sobre a Especialização: nova turma em Abril de 2016!

Conheça também nosso trabalho no Bauru Orofacial Pain Group através da página do Facebook: www.facebook.com/orofacialpain

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Novidade no blog: vídeo com transmissão via Periscope

Desta vez confesso que uni o útil ao agradável.

Estou adorando realizar as transmissões ao vivo via Periscope! A interação com as pessoas é muito bacana! Não me segue ainda por lá? Então siga! @dororofacial

Bem, mas o que aconteceu: segunda feira fiz uma transmissão de cerca de 30 minutos mostrando a aula que ministrei no Curso de Viscossuplementação em ATM, que foi realizado em Belo Horizonte semana passada.

Lá no curso, na mesa de discussões, me questionaram se todo o deslocamento do disco já apresentaria um processo degenerativo da ATM. Como tinha respondido na transmissão e no congresso, a ATM tem alta capacidade adaptativa e quando esta é excedida, os processos degenerativos se iniciam. Leiam as postagens do artigo do professor Charles Greene sobre isso aqui e aqui.

Então, além da aula, mostrei um artigo recente que respondeu bem a pergunta.

O agradável seria transmitir pelo Periscope. Mas e o útil? Bem, ao final da transmissão eu disse que iria transcrever tudo aquilo para o blog, mas confesso que uma preguicinha me pegou. Então, recebo pelo Whatsapp uma mensagem do amigo André Porporatti dizendo que tinha ficado bacana a transmissão e que era uma pena ficar 24 horas no ar. Assim, acendeu a lâmpada e tive a ideia de enviar o vídeo para o Youtube e colocar aqui (o que economizou um bom tempo de escrita!).

Claro que cortei algumas partes do vídeo em que respondia perguntas porque achei que ficou sem sentido (no vídeo salvo não tem os corações e comentários), mas para quem nunca viu uma transmissão via Periscope, tá aí a chance.

Me perdoem se estiver um pouco tosco: não faço (e nem vou fazer) roteiro, não me preparei e gravei assim, pá pum.

Abraços a todos e obrigada pela santa paciência! 🙂

Falando em vídeo…

Muito mais preparada e certeira foi a entrevista da querida professora Cibele Dal Fabbro à TV Gazeta sobre bruxismo. Vale a pena assistir.

E para quem quiser saber mais sobre Bruxismo, participe do Dia do Bruxismo! Próxima parada é sábado em Brasília (poucas vagas): www.diadobruxismo.com