Rapidinhas: novo vídeo de efeito placebo

Eu assino vários canais de YouTube. A maioria é sobre receitas e maquiagem (#mejulguem) e alguns relacionados aos podcasts que costumo ouvir. Entre os podcasts está o Nerdcast do portal do Jovem Nerd, que ouço às vezes (quando o tema não é game ou RPG, ou algo semelhante).

Dentre a variedade de canais no YouTube do Jovem Nerd, eu só assino um, o canal Nerdologia, feito para explicar cientificamente coisas nerds (imagino a cara da maioria dos meus leitores se perguntando: o que é isso?).

Os vídeos são muito bem feitos e quem é o cientista que produz o conteúdo é o biólogo Atila Iamarino.

Ontem o vídeo trouxe como titulo: Como funciona a homeopatia? Para explicar a homeopatia, Atila recorreu a explicação sobre efeito placebo, enfatizou inclusive o efeito na dor.

Por coincidência, ontem vi também um slide do André Porporatti sobre Placebo, aula que ele vai ministrar hoje a tarde para o pessoal do curso de Atualização em DTM e Dor Orofacial da ABO de Santa Catarina, Florianópolis!

Assista ao vídeo do Nerdologia e depois dê seu pitaco por aqui! 🙂

Eu ia escrever sobre Placebo aqui mas vi que já havia feito duas postagens sobre o tema bem parecidas com o conteúdo que ia expor novamente. Assim, sugiro que, para complementar e entender placebo na Dor Orofacial, clique nos links abaixo:

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Mais do mesmo: efeito placebo

Não quero ser repetitiva mas recebi um comentário no texto sobre efeitos não específicos do tratamento que gostaria de compartilhar com vocês porque sei que a maioria não lê os comentários.

O colega José Luiz Peixoto Filho postou um artigo também muito interessante, cujo autor principal é o Prof. Charles Greene, relator do texto da AADR sobre Disfunções Temporomandibulares (DTM)  publicado aqui no blog há tempos atrás.

Neste texto ele faz uma revisão sobre o efeito placebo em especial na analgesia e discutiu como ele funciona e como o paciente reagem a ele. Em particular gostei da parte em que fala sobre acupuntura e também das placas oclusais.

A boa notícia é que o artigo que foi publicado em 2009 no Journal Orofacial Pain está disponível para download! Não tem desculpas para não ler!

Aqui vai o link: http://www.quintpub.com/userhome/jop/jop_23_2_Greene_Mauro_2.pdf

Abaixo segue um quadro que retirei do texto com mecanismos responsáveis pela resposta positiva sobre três condições: tratamento (tx) ativo, placebo e nenhum tratamento.

E atenção! Várias pessoas me escrevem pedindo para que eu poste mais artigos em Português. Gente, hoje não há mais desculpas com relação à língua! Basta entrar no Google Tradutor, copiar e colar o texto e pedir para traduzir! Ontem li um artigo publicado em alemão assim. Claro que nem todos as frases saem perfeitamente mas dá para entender bem o contexto!

Como eu disse em uma aula recente de metodologia, só não estuda e não se atualiza hoje em dia quem não quer!

Tratamento da dor – efeitos não específicos

Nunca dá tempo de ler tudo o que gostaríamos. Somente hoje li o fascículo da Pain Clinical Uptades (uma publicação da IASP que comentei recentemente aqui) sobre os efeitos não específicos do tratamento da dor publicado em Janeiro de 2011.

O que é bem isso? Bem, nós profissionais da saúde vislumbramos sempre o sucesso da nossa terapia, mas sabemos que isso não depende somente da técnica e tecnologia empregada. Quando postei sobre efeito placebo, eu escrevi que deveríamos trazer o efeito placebo a nosso favor. Os efeitos não específicos do tratamento fariam parte disso, e dependem tanto da personalidade do paciente como também da relação entre o profissional e o paciente.

O colega Rodrigo Teixeira abordou o tema recentemente em um ótimo texto postado no blog do portal Odonto 1 que vale a pena ser lido!

Infelizmente conferências, congressos e cursos que envolvam dor focam seus temas em técnicas terapêuticas como protocolos de medicamentos, agulhamento e dispositivos orais e pouco espaço é dedicado a este tema tão importante quanto. E por que ensinar e discutir isso? Oras, como o próprio texto exemplifica muito da melhora do paciente com uma técnica provém destes efeitos.

O que acontece então?

O paciente procura atendimento com dor, que interfere na sua rotina, na sua vida social, no seu trabalho, leva a depressão e frustação. Normalmente o paciente que procura o especialista em dor orofacial já tentou pelo menos um tipo de terapia, sem sucesso.

E o que ele encontra pela frente?

Um profissional extremamente técnico, habilidoso, consciente mas que não consegue se comunicar com o paciente, simplesmente porque não recebeu treinamento para isso. Já foi sugerido que o profissional, que foca exclusivamente nas necessidades físicas e não nas emocionais do paciente, tendem a terem seu tratamento interpretado como inadequado pelo paciente.

Henry Beecher, um estudioso do efeito placebo, identificou a importância das características do paciente e também do profissional da saúde no prognóstico do tratamento. Ele  reconheceu que os pacientes com uma postura positiva frente o tratamento e também os profissionais que entusiasmados com sua técnica tendiam a relatarem os melhores resultados.

O texto segue com exemplos e dicas para que possamos refletir não só sobre a nossa atitude diária na clínica mas também sobre algo interessante, a própria eficácia das terapias utilizadas no campo da dor.

E por estas e por outras que é tão difícil a pesquisa neste campo!

Para não me alongar demais e contar tudo o que está no texto, termino com a tradução livre e sem autorização minha (rsrs…) de um dos quadros. São dicas extraídas do consenso do Institute for Healthcare Communication (www.healthcarecomm.org).

Para entender melhor, leia o texto todo na íntegra: clique aqui.

Abraços a todos!

Leia mais sobre efeito placebo: https://julianadentista.com/2010/11/02/efeito-placebo/

Vídeo excelente sobre efeito placebo: https://julianadentista.com/2011/03/01/video-sobre-terapia-com-placebo/

Texto sobre a relação dentista/paciente: http://www.odonto1.com/blogs/julianabarbosa/?p=595

Vídeo sobre terapia com placebo

Hoje pela manhã recebi um email do meu amigo e mestre Márcio Bittencourt sobre um blog fantástico de neurociências, de um psicólogo, Dr. Shock.

Passeando pelo blog encontrei uma postagem sobre efeito placebo com um vídeo fantástico! Assistam! Altamente recomendado!

Bem, esta semana o ritmo é de ansiedade! Se há algo no mundo que espero todo ano é o carnaval! Isso mesmo, vamos sambar e esquecer da dor! Agora é só planejamento da fantasia! 🙂

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Atualização!

O colega José Luiz Peixoto Filho deixou nos comentários o link para a versão legendada para o português do vídeo acima! Quem preferir está logo abaixo.

Obrigada José Luiz!!! 🙂

Quem fez a legenda do vídeo foi Felipe Epaminondas, mestre em psicologia e especialista em psicopatologia pela PUC-GO e professor do ILES/ULBRA de Itumbiara e da pós-graduação na PUC-GO.

O blog dele é: http://scienceblogs.com.br/psicologico/

Efeito placebo

Comecei a pensar nesta postagem há cerca de 15 dias quando li um artigo de março de 2007 publicado na revista Pain Clinial Uptades, uma publicação da IASP, uma revisão sobre efeito placebo e efeito nocebo.

Este artigo é bem resumido e direto ao explicar ambos os efeitos, mostrando que nos últimos 10 anos os avanços na metodologia e tecnologia da pesquisa começaram a elucidar as repostas psicobiológicas à administração do placebo, e mostrando que não há apenas uma resposta e sim várias. Mas ainda muita pesquisa deve ser realizada para entender melhor estes mecanismos e utilizar o efeito placebo a favor na clínica. Quando li esta frase me lembrei imediatamente do Dr. Speciali, que em um dia de ambulatório conversava com os residentes enfatizando que o efeito placebo deve jogar a favor dos profissionais da saúde.

O contrário do efeito placebo seria o efeito nocebo, o que ainda foi pouco investigado, principalmente por problemas éticos que limita as pesquisas para este fim, afinal, este efeito se mostra desfavorável ao paciente.

Mas voltando a falar sobre efeito placebo, os processos mais estudados e detalhados dentro deste efeito seriam o condicionamento e a expectativa.

É sobre a expectativa do paciente com relação ao tratamento que gostaria de refletir um pouco. Ao ler o texto pude comprovar que já me deparei com esta situação muitas vezes na prática clínica. Como relatam os autores, a expectativa é uma ferramenta poderosa para se obter o efeito placebo.

Eu percebo isso claramente quando o paciente chega ao atendimento com uma ideia prévia do que pode solucionar sua dor. O exemplo mais recente que tenho em mente é de uma paciente jovem, com dor muscular local em masseter (mialgia local), associada a apertamento em vigília. Introduzi uma terapia com orientações básicas, termoterapia, massagem, na qual sempre obtenho sucesso. Mas neste caso em particular a paciente desde o primeiro momento me questionava sobre a placa de mordida. Por mais que eu argumentasse que não haveria necessidade deste procedimento naquele momento, a paciente não se conformava. No retorno, houve melhora na palpação e função mandibular mas a paciente ainda não estava satisfeita, afinal estava condicionada por parentes e vizinhos que somente a placa traria uma melhora total. Depois do terceiro retorno cedi à sua vontade e nem preciso relatar aqui que a melhora em uma semana foi espetacular. Mas vem cá, o que realmente fez efeito? Isso se repete com vários pacientes, seja com placa, seja com medicação e até mesmo pedido de exames de imagens. Claro que a ideia não é ceder à todas as vontades dos pacientes, afinal de contas, é o profissional da saúde que está no comando do tratamento, é ele também que deve informar ao seu paciente o que há de melhor para seu tratamento, o que é realmente comprovado e executar o tratamento com o máximo de bom senso. Este caso que relatei é excessão e não regra.

“Pessoas com alta expectativa com relação à analgesia necessitam de menores doses de medicamentos analgésicos…”

Outro ponto citado no texto é o relacionamento profissional-paciente que podem influenciar este efeito de várias formas como os efeitos emocionais gerados pela simpatia do paciente com o profissional e até a forma com que é explicado o problema clínico ou a posologia da medicação ao paciente.

Sugiro que leiam o texto! Segue o link para o download: http://www.iasp-pain.org/AM/AMTemplate.cfm?Section=Home&TEMPLATE=/CM/ContentDisplay.cfm&CONTENTID=7623

Comentários agora se localizam ao lado do título da postagem, à direita. Mostre sua opinião!

Abraços a todos e bom feriado!

P.S.: Algumas curiosidades :

1. Ao fazer a postagem sempre busco imagens para “decorar” o blog. Adorei o site de cartoons! rs… segue abaixo dos de placebo!

2. Achei vários sites cujo tema é terapias onde o efeito é placebo mas o que mais me assustou é a terapia que utiliza velas para remover resíduos da orelha (inclusive relatam resíduos emocionais). Não conhece? Clica aqui.

3. Tem gente lucrando vendendo pastilhas de efeito placebo! O lema do site é experimente o efeito placebo em você. 15 dólares o vidrinho! Veja aqui.

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