Estava viajando domingo e assim não assisti TV.
Mas logo que cheguei em casa e chequei o email, me deparei com este abaixo:
Olá Juliana, fui a sua palestra em novembro de 2014 na ABO-ES e hoje estava passando no fantástico uma reportagem sobre a neuralgia do trigêmeo e percebi o quanto eu aprendi na sua palestra! Gostaria de te parabenizar pela sua excelente aula…eu não sei se você vai se lembrar de mim mas eu tentava responder quase tudo que você perguntava e você me perguntou se eu estava na graduação e eu falei que sim! Espero em ir em outras palestras.
Att. Mariana Reis
Puxa Mariana, obrigada por teu email! Me deixou feliz da vida! O objetivo é este: INFORMAR. E é disso que tanto os pacientes como os profissionais da saúde precisam, sobretudo sobre neuralgia do trigêmeo, informação.
E a gente tem que parabenizar a produção do programa Fantástico e à Tatiana que clamou pela reportagem.
A Neuralgia do Trigêmeo é uma condição há muito tempo conhecida entre os que estudam dor, que apresenta sinais e sintomas bem marcantes (o que facilita seu diagnóstico) mas completamente esquecida no ensino da Odontologia. Digo isso porque é, talvez, a condição onde mais iatrogenias são cometidas contra os pacientes.
Por acometer especialmente os segundo e terceiro ramos do nervo trigêmeo, muitas vezes a dor se manifesta na boca, em um dente e é facilmente confundida (apesar das características marcantes) com odontalgia. Se é neste local, o paciente irá procurar o dentista e não o médico para tratamento. E é aí o problema: sem formação adequada (não culpo os profissionais mas o ensino), muitos profissionais na tentativa de realizar algo para amenizar a dor tão grave (a pior do mundo), mesmo sem certeza absoluta, realiza procedimentos invasivos.
Não é incomum encontrar pacientes que já foram submetidos a tratamentos endodônticos, cirurgias paraendodônticas, exodontias, etc.
CONHEÇAM A NEURALGIA DO TRIGÊMEO!
Há algum tempo escrevi uma postagem sobre o assunto aqui no blog (em 2010, veja lá!)
Voltando a reportagem, vejam o que diz Tatiana, a paciente que incentivou o Fantástico a produzir a matéria:
Ela conta como foi a primeira dor: “Eu senti um choque. Na hora, eu não dei bola. Aí, a partir do terceiro, mais ou menos, eu pensei em procurar a dentista. Eu extraí o dente do siso e extraí mais um outro. E, claro, que não melhorou”, ela lembra.
As dores só aumentavam e a artesã não conseguia descobrir o que tinha. “Depois de um ano sofrendo, resolvi procurar na internet, até que chegou na neuralgia do trigêmeo”, ela conta.
Pois bem, ela perdeu dois dentes e levou um ano sofrendo.
É PRECISO FALAR SOBRE ISSO!
Contem a seus amigos, mostrem a reportagem, leiam sobre o assunto, não deixe isso acontecer! O papel do dentista é conhecer esta condição e encaminhar ao neurologista o mais rápido possível para que se inicie exames e tratamento adequados.
A propósito, o caso da Tatiana é realmente triste pois se trata de neuralgia do trigêmeo refratária ao tratamento, mas a maioria do caso responde bem ao tratamento medicamentoso. A classe farmacológica de primeira escolha recai nos anticonvulsivantes, especialmente a carbamazepina.
Tenho muitas histórias muito parecidas com esta. São casos onde até tratamento para DTM foi realizado por 2 anos! Isso só prolonga o sofrimento do paciente.
Vejam a reportagem do Fantástico. Leiam a postagem do blog. Vamos falar sobre isso! 🙂
Bom dia Juliana. Eu vi a reportagem no domingo, realmente comove eentristece ver alguém sofrendo com dor há 7 anos e clamando pelo alívio…pena que o Dr. Jacobsen falou pouco na edição que foi feita, queria ouvir um pouco mais sobre insucessos nesse tipo de cirurgia. E lembrei tb se a Tatiana está tendo o devido apoio com relação ao enfrentamento da doença, os 7 “realms”. Abraço.