Rapidinhas: Congresso Brasileiro de Cefaleia e do Comitê de Dor Orofacial da SBCe

Rapidinhas: Congresso Brasileiro de Cefaleia e do Comitê de Dor Orofacial da SBCe

O tempo passou tão rápido que quinta feira está aí e com ela começa o Congresso Brasileiro de Cefaleia e do Comitê de Dor Orofacial da SBCe em Goiânia!
Estarei por lá!
Aproveitem e vejam a programação pelo site: http://www.sbcefaleia.com/congresso/
Entrando no clima, segue tabela publicada pela Dra. Thaís Villa, médica cefaliatra que tem um ótimo site sobre o assunto, o Cefaleia Web (http://www.cefaleiaweb.com.br)
Nos vemos em Goiania?

Site do mês: Dr. Speciali

Depois de um longo e tenebroso inverno (?) estamos de volta com a coluna que deveria ser mensal, Site do Mês.

E para ressuscitar esta coluna um site mais do que especial, o site do Dr. Speciali! Para quem não o conhece, o Prof. Dr. José Geraldo Speciali é médico neurologista, livre-docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, onde no Hospital das Clínicas coordena o ambulatório de Cefaleia e Algias Craniofaciais (ACEF).

Há muito tempo conversei com o Dr. Speciali sobre a necessidade de fazer um site para que informações importantes sobre cefaleia e dores neuropáticas pudessem atingir a todo o público, seja paciente ou profissional. Foi uma grata surpresa ver que o site do professor atinge e bem estes objetivos.

Dentre as novidades, gostei do canal de comunicação com os seus pacientes, para verificação de exames e orientações.

Aos profissionais da saúde, o professor disponibilizou aulas completas no formato PowerPoint, além de um manual de enxaqueca que foi desenvolvido pelo ACEF e o Laboratório da Análise da Postura e Movimento Humano (LAPOMH) com apoio da CAPES e FAPESP.

É mesmo uma obra prima, esperando sua visitação! www.drspeciali.com.br

 

Aproveite e relembre a entrevista que o professor deu ao Por Dentro da Dor Orofacial sobre o uso da toxina botulínica na cefaleia.

Sobre dentistas e cefaleias…

Todos os dias recebo vários emails de pacientes com dúvidas a respeito de DTM (enviem mesmo! Eu respondo a todos!). Uma dúvida recorrente, especialmente por parte dos pacientes, é a questão: coloquei aparelho para corrigir minha oclusão na esperança de melhorar minha dor de cabeça e isso não aconteceu, ou melhorou por um tempo e depois voltou, ou melhorou e depois voltou quando tirei o aparelho (as combinações são muitas). Alguns relatam que o profissional que lhe atendeu informou que este tratamento era o adequado para a cefaleia. Claro que há o viés do paciente, mas eu acredito que isso realmente possa estar acontecendo.

Os problemas no parágrafo logo acima são muitos.

Primeiro o despreparo do profissional para atender um paciente com cefaleia. Salvo raras exceções, os dentistas de modo geral não são preparados para avaliar cefaleia. Não aprendem isso na graduação e, aí salvo raríssimas exceções, nem nos cursos de pós graduação, como já falamos aqui.

Segundo as cefaleias podem ser primárias e secundárias, e aquelas atribuídas à DTM ainda precisam ser esclarecidas. Normalmente, por exemplo, uma DTM do tipo muscular pode referir dor para a cabeça (no caso da dor miofascial) ou estar localizada na região temporal. Mas como demonstrado, por exemplo, no estudo da equipe da UNESP de Araraquara, a migranea foi a cefaleia mais associada à DTM em pacientes que procuraram atendimento para dor orofacial.

(Migranea é denominada popularmente enxaqueca e não é sinônimo de dor forte e sim uma condição neurológica!)

Claro que, como duas condições dolorosas associadas, uma pode ser fator perpetuante ou contribuinte para a outra. Assim é importante o diagnóstico e tratamento direcionado às duas condições!

Mas é muito comum mesmo o paciente apresentando migranea com todas as características que lhe são peculiares, receber um tratamento odontológico, seja ortodontia, próteses e implantes, visando não a reabilitação oral e sim a remissão da cefaleia.

Assim, quero aproveitar este espaço para mandar um recado aos meus colegas dentistas:

Primeiro, não proponham tratamento àquilo que vocês não conhecem ou não conseguiram diagnosticar, sobretudo tratamentos invasivos e irreversíveis. Segundo, tenham como melhor amigo o neurologista, especialmente o cefaliatra, com quem vocês possam discutir o caso, o diagnóstico e os tratamentos a serem adotados.  Terceiro, conheçam a Classificação Internacional das Cefaleias, que pode se consultada neste link.

Lembrei-me  agora de um caso que atendi há alguns anos já. O paciente, um senhor de aproximadamente 60 anos, me procurou por estar com cefaleia há alguns meses. Ele relacionou a cefaleia ao uso de prótese total. Quando chegou a mim relatou que já havia passado por alguns colegas. Um indicou o uso da prótese durante o sono, o outro solicitou que retirasse e nenhuma das condutas havia funcionado. Um terceiro solicitou que as trocasse, mesmo com as próteses em boas condições. Então, um amigo o indicou ao meu consultório. Bem, a característica da cefaleia lembrava uma cefaleia trigemino-autonomica. Encaminhei então ao neurologista, para avaliação e conduta do caso, que após alguns exames diagnosticou o paciente com um tumor intracraniano. Reflitam! Este foi um caso raro mas poderia estar no seu consultório como esteve no meu.

Para terminar este “texto desabafo”, vou postar novamente a frase do Prof. Charles Greene que citei na postagem sobre Ortodontia X DTM (para ler clique aqui) com uma modificação:

E o Prof. Charles Greene encerra esta parte do texto com o trecho mais importante na sua opinião: os ortodontistas devem dizer NÃO aos dentistas e pacientes que procuram a Ortodontia como solução para os problemas relacionados a DTM e a CEFALEIA.

Aos pacientes: ouçam sobre dor de cabeça

Eu recebo muitos emails de pacientes em busca de informação sobre Dor Orofacial e que entram aqui e relatam que se decepcionam pois as informações são muito técnicas. Na verdade, eu criei o blog para abrir um canal de comunicação com os profissionais da saúde que lidam com a dor na rotina clínica.

Enquanto não arrumo o tempo necessário para fazer uma página voltada aos pacientes, vou de tempos em tempos, e à medida em que encontrar informações bacanas, colocar alguma coisa aqui com a etiqueta Aos pacientes.

Ontem ouvi a entrevista na CBN concedida pelo médico neurologista Mario Peres , muito conhecido por sua atuação na área de dor de cabeça e achei esclarecedora. Para ouvi-la clique no link: http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/consultorio-cbn/2012/03/10/DOR-DE-CABECA-PODE-ESCONDER-PROBLEMAS-GRAVES-DE-SAUDE.htm

E aqui ele fala mais especificamente sobre a enxaqueca (migrânea), também para a CBN: http://cefaleias.com.br/enxaqueca/enxaqueca-dores-de-cabeca-tratamento-da-enxaqueca-na-cbn

Prato cheio para você se informar um pouco mais sobre cefaleia! 🙂

Textos de revisão sobre cefaleia – SBED

Olá pessoal!

Desculpe minha ausência nos últimos dias. Eu tenho um compromisso comigo mesma de manter este blog sempre atualizado mas há momentos que isso simplesmente se torna impossível e o mês de Dezembro, em todos os anos, é um caos. Parece que o mundo vai acabar! Ufa!

Há alguns dias eu vi que a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), através da equipe do Ambulatório de Cefaleia do HC da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP (Dr. José Geraldo Speciali / Dra. Fabíola Dach / Dr. Roberto Setlin / Dra. Karen Ferreira), fez a tradução dos textos referentes à campanha global da IASP, o ano contra a cefaleia, que eu havia citado aqui no blog. Muita gente reclamou que o texto estava em inglês. Agora não há o porquê não ler!

Os textos são revisões atuais. Para fazer download clique aqui.

Aproveitem! 🙂

 

 

Entrevista com o Prof. Marcelo Bigal

Certamente existem milhares de pessoas geniais no mundo, entretanto, nem sempre acessíveis a lhe ensinar o que sabem de melhor.

Ao ler a excelente entrevista com o Prof. Dr. Marcelo Bigal no jornal “Pulo do Gato” da Sociedade Brasileira de Cefaleia relembrei os poucos mas bons momentos em que estive com ele no Ambulatório de Cefaleia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP (ACEF-FMRP-USP), onde fiz meu mestrado.

O Bigal é brilhante! A primeira vez que o vi foi justamente em uma reunião em que discutíamos Síndrome da Ardência Bucal e ele lançou uma ideia que acabou resultando em um relato de caso clínico devidamente publicado. Depois disso, sempre que estava no Brasil, o Dr. Speciali  o chamava para discutir as pesquisas em andamento no grupo. Sabe quando uma nuvem de fumaça cobre seus olhos e você passa a não enxergar o que está na sua frente? Ao discutir a metodologia da pesquisa o Bigal simplesmente afasta esta nuvem de forma tão fácil que você até fica intrigado! Ainda, as ideias pipocam que fica difícil conter o entusiasmo. Parece fácil, mas ao ler sua entrevista e conhecê-lo você percebe que o caminho percorrido nem sempre foi simples.

Ao Bigal eu agradeço demais a generosidade em participar dos meus trabalhos, especialmente do meu mestrado, que espero que seja publicado em breve! 🙂

Sugiro que todos leiam a entrevista que está neste link: http://www.sbcefaleia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=241:o-pulo-do-gato-entrevista-marcelo-bigal&catid=190&Itemid=170

Da entrevista, uma frase aos profissionais que lidam com dor:

Tenha paciência! Diagnosticar requer tempo.

Prof. Dr. Marcelo Eduardo Bigal

Classificação Internacional das Cefaleias

Como todos sempre me perguntam onde conseguir a Classificação Internacional das Cefaleias e como o professor Paulo Conti acaba de falar sobre isso aqui na aula do curso de atualização em DTM e Dor Orofacial de Bauru, resolvi disponibilizar os arquivos aqui no blog! Eles estão também disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Cefaleia.

São 4 arquivos que compõe toda a classificação. Façam download e tenham sempre acesso a estes arquivos para ajudar seu paciente no diagnóstico!

Segue abaixo:

Primeira parte

Segunda parte

Terceira parte

Quarta parte

Ano global contra a cefaleia

Todo o ano a IASP (International Association for Study of Pain) promove uma campanha para chamar a atenção de um aspecto relacionado a dor. Até setembro de 2011, foi o ano global contra a dor aguda. Agora, de outubro de 2011 a outubro de 2012 será o ano global contra  a cefaleia.

Em breve a SBED (Sociedade Brasileira de Estudo da Dor) irá promover em seu site esta campanha, que no Brasil foi inaugurada com uma caminhada no dia 17 de outubro promovida pela SBED.

Devo lembrá-los que em Agosto de 2012 haverá o congresso mundial da IASP que será em Milão e cujo tema será cefaleia! Quem vai?

Toda a vez que sai uma campanha, textos de revisão sobre o assunto são diponibilizados. Você pode baixá-los clicando aqui.

Infiltrações em pontos gatilho

Já disse aqui que nem sempre há tempo de ler tudo o que gostaríamos. Hoje consegui dar uma olhada em um artigo publicado na revista Headache ano passado que relata o padrão de uso de infiltrações em ramos nervosos periféricos e pontos gatilho pelos médicos cefaliatras dos Estados Unidos.

Pela internet os autores enviaram um questionário com 17 perguntas a 1230 médicos associados a American Headache Society sobre o uso destes procedimentos.

O uso de procedimentos de infiltração em pontos gatilho ou mesmo agulhamento seco é também comum no tratamento da dor miofascial mastigatória, assim, achei interessante relatar aqui os resultados desta pesquisa.

A princípio foi destacado o porquê da infiltração dos pontos gatilhos. Como foram questionados médicos cefaliatras, claro que a indicação do procedimento esteve relacionado à presença de uma cefaleia. De fato, 81,7% das indicações foram para pacientes com cefaleia tipo tensional crônica e 67,7% em pacientes com migrânea crônica.

Para localizar os pontos gatilhos, os médicos utilizaram a palpação na musculatura em espasmo e dolorida.

E quanto às susbtâncias injetadas?

Anestésicos locais sem vasoconstritor foram os mais utilizados, e entre eles, a lidocaína e bupivacaína. Quando utilizados corticóides, foram selecionados dexametasona, metilprednisolona e triamcinolona em volumes que variaram de 0.5 a 4 mL. A taxa entre anestésico/corticóide é 2/1 ou 3/1.

O artigo: Blumenfeld A, Ashkenazi A, Grosberg B, Napchan U, Narouze S, Nett B, DePalma T, Rosenthal B, Tepper S, Lipton RB. Patterns of Use of Peripheral Nerve Blocks and Trigger Point Injections Among Headache Practitioners in the USA: Results of the American Headache Society Interventional Procedure Survey (AHS-IPS) Headache. 2010 Jun;50(6):937-42.

Fiquei curiosa em saber como o cirurgião dentista faz a indicação e o que ele usa para abordar este ponto gatilho em musculatura mastigatória.

Que tal vocês responderem a uma enquete rapidinha?

Vou manter por uns 15 dias esta votação e depois publico os resultados! 🙂

Falando nisso…

Ano passado também foi publicado no Journal Orofacial Pain um estudo clínico randomizado que demonstrou da técnica de agulhamento seco em masseter no limiar de dor à pressão (LDP) e amplitude de abertura bucal comparado com um falso agulhamento.

A amostra consistiu de 22 mulheres com dor miosfascial em masseter. Os resultados indicaram melhora significativa com relação ao LDP e abertura bucal em quem foi submetido ao agulhamento ativo.

E é o que observamos na clínica e no bate papo com amigos, parece que o uso do agulhamento seco é bem promisssor.

Resta surgirem mais estudos que comparem as técnicas de agulhamento em pontos gatilho, com ou sem infiltração de substâncias (anestésicos, corticóides, toxina botulínica) com acompanhamento a longo prazo! 🙂

Abaixo um vídeo que encontrei no You Tube sobre agulhamento seco. Reparem como o profissional identifica o ponto gatilho.

Abraços a todos!

Caminhada Pare a Dor

Os benefícios do exercício físico são inúmeros para os pacientes com dor crônica e também com distúrbios do sono.

A Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED) tem uma campanha muito bonita que é a Pare a Dor. Entre os eventos que compõe esta campanha há a caminhada para estimular pacientes e profissionais a realizar uma atividade gratuita com acompanhamento de fisioterapeuta e professor de educação física. Ela ocorre em São Paulo semanalmente no parque Villa Lobos e também no Ibirapuera.

A SBED convida a todos para participarem no domingo, dia 16 de outubro, às 9 horas, da caminhada da campanha mundial Dor/Cefaleia. Vejam abaixo: