Utilizar ou não a Internet e as Redes sociais, para preencher as lacunas de informação?

Eu sempre acreditei na comunicação via redes sociais, mas, acreditem, ainda há aqueles que são resistentes a utilizarem esta ferramenta.

Pedi para a querida Bruna Motta Minusculi, cirurgiã-dentista, aluna do curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial do Bauru Orofacial Pain Group/ IEO-Bauru, que escrevesse um texto sobre este assunto e compartilho com vocês! 🙂

 

Nos últimos dias tenho pensado e me questionado muito sobre como a Internet e as redes sociais influenciam as pessoas no dia-a-dia. Resolvi pesquisar mais sobre o assunto. Vamos lá…

Hoje vivemos em um mundo em que as pessoas estão o tempo todo conectadas, certo? Seja em seus computadores, seja em seus smartphones e tablets. Segundo dados de 2017 publicados pela We are Social, os brasileiros são a segunda nação a gastar mais tempo nas redes sociais, perdendo apenas para as Filipinas, permanecendo em média 3 horas e 43 minutos conectados por dia.

A rede social Facebook, englobando as outras plataformas da empresa, como Instagram, Messenger e Whattsapp, hoje contam com 4.37 bilhões de usuários, claro que nessa conta temos usuários duplicados, mas os números são impressionantes. Só no Brasil, o Facebook possui 120 milhões de contas ativas, isso significa que mais da metade da população brasileira está nessa mídia.  Já, segundo outro levantamento realizado pela Pew Research Center, oito em cada dez usuários da internet procuram informações sobre saúde na rede.

E qual a qualidade da informação que encontramos na internet hoje? Será que são informações baseadas em evidências científicas ou baseadas na opinião do dono da página/canal?

– Para os pacientes: Você tem o hábito de verificar as informações que recebe ou que busca na Internet? Ou aceita ela como verdadeira logo de cara?

– Para os profissionais de saúde: Você orienta seus pacientes sobre os cuidados nessas mídias? Publica informações nas redes, buscando levar informações atualizadas e com embasamento científico à população?

Keller et al. (2014) realizou uma pesquisa para verificar o engajamento dos profissionais da saúde com as tecnologias, segundo ele a maioria dos pesquisadores e professores da Johns Hopkins School of Public Health não tem interesse ou é contrário a utilização das redes sociais para o engajamento profissional.

No trabalho de Butler et al (2012) ele avaliou a qualidade das informações nos vídeos do YouTube em relação aos primeiros cuidados de queimaduras, e concluiu que a qualidade das informações foram insatisfatórias.

Outra pesquisa realizada por Merolli et al. (2015) que analisou o uso das redes sociais em pacientes com dor crônica, obteve um resultado (me impressionou) quanto a frequência do uso das redes sociais para a autogestão da dor crônica 35,5% dos entrevistados acessam diariamente e 41,4% pelo menos uma vez na semana. Também 35,1% dos pacientes valorizam as redes sociais para a autogestão da dor crônica.

Não podemos esquecer que esse ano a IASP, declarou o tema da campanha mundial de 2018: Excelência da Educação em Dor. Que como já publicado tudo sobre isso em outro post. Devemos fazer com que conceitos corretos sobre dor cheguem aos pacientes e a Internet é uma ótima forma de realizar isso.

Com isso, não temos como fugir dos avanços tecnológicos, nossos pacientes acessam com frequência, a informação está disponível e na maioria das vezes possui qualidade questionável.

Mas hoje, como profissionais da saúde possuímos o dever de orientar a população leiga, pois, para eles é muito mais difícil distinguira ciência da opinião. Assim para a promoção de saúde devemos buscar bases científicas atualizadas e sim, divulgarmos nas redes sociais! Faça a divulgação da informações de qualidade chegar a mais pessoas e como você achar melhor, através de posts, vídeos, mídias. Enfim a rede está disponível, basta usá-la!

E pra finalizar, a conclusão enfática de Thompson et al. (2012), para a área médica em geral “nossos pacientes estão fazendo isso, então é aí que precisamos estar.”

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Bruna Motta Minusculi

Referências:

 

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