Estou cá eu revisando alguns trabalhos para o artigo que estou escrevendo quando me deparo com um trabalho escrito em 2010 por Nijs e colaboradores e publicado em uma revista chamada Manual Therapy.
O artigo chamou minha atenção porque trata de um assunto que abordei muito por cima na postagem sobre alodínia aqui no blog: sensibilização central. Mas não é só definição e fisiopatologia, os autores realizaram uma revisão de literatura para mostrar aos profissionais a importância de se reconhecer a presença de sensibilização central e como realizar este reconhecimento em seus pacientes com dor musculoesquelética.
Conhecer e entender isso é importante porque a sensibilização central é o que praticamente separa um paciente com dor aguda de um com dor crônica.
Ocorre um aumento da atividade aferente, o que leva a um aumento da resposta dos neurônios localizados no sistema nervoso central (SNC) seja na medula ou, no caso da dor orofacial, no subnúcleo caudal do nervo trigêmeo localizado no tronco encefálico.
Com este processo há uma facilitação da passagem do sinal que virá depois a ser reconhecido como dor.
Imagine agora que a modulação da dor (que está ali para equilibrar os sinais) está prejudicada, defasada, cansada e simplesmente não atua. O quadro está montado: dor crônica.
Lógico que expliquei da maneira mais simples possível. É preciso estudar mais este processo. E por que? Oras, todo mundo quer tratar seus pacientes da melhor maneira. Conhecer os passos, e saber de que forma é possível revertê-los, é necessário para o controle da dor!
Mas voltando aqui ao trabalho, os autores então relatam que é preciso ao profissional primeiro ouvir o paciente. Existem condições como fibromialgia, síndrome da fadiga crônica e síndrome do intestino irritável onde a sensibilização central é característica da condição. Como diagnosticar sem conhecer, não é mesmo? Outras condições como a cefaleia, a disfunção temporomandibular (DTM), osteoartrite, dor lombar, etc, a sensibilização central pode fazer parte de um subgrupo de condições.
Os sintomas são os mais variados possíveis, mas em uma tabela os autores expõem alguns mais frequentemente citados pelos pacientes (tabela abaixo).
Cabe aqui dizer que pode-se usar aquele questionário sobre alodínia que citei em outra postagem.
Os autores escreveram também sobre os testes sensoriais que podem ser realizados e propuseram até um fluxograma para a identificação da sensibilização nos pacientes.
Quer saber mais sobre isso, olha a boa notícia, o artigo está disponível online! É só clicar: http://www.manuellterapi.net/intern/images/stories/pdf/recognition%20of%20central.pdf
Bem, agora acho que volto aqui só depois do carnaval!
Aproveitem para cair no samba! 🙂
Bom carnaval!