O assunto é importante: cada dia mais verificamos na clínica de dor que os pacientes abusam de medicamentos analgésicos, muitas vezes sem indicação profissional, na tentativa desesperada de controlar sua dor, ingerindo em doses desproporcionais e em alta frequência.
Além dos problemas relacionados aos efeitos colaterais das drogas como os efeitos deletérios ao sistema gastrointestinal, sangramentos, etc, o uso excessivo destas medicações podem auxiliar na perpetuação da dor crônica, provocando um efeito que não é esperado por muitos dos pacientes.
Uma das condições conhecidamente agravada pelo uso abusivo dos medicamentos é a cefaleia primária.
Ainda se discute se a cefaleia por uso excessivo de medicamentos seria uma cefaleia secundária ou um fator relacionado a cronificação da cefaleia primária.
O fato é que um problema de saúde mundial, que afeta cerca de 0,5 a 7,6% da população. Em estudos realizados na Escandinávia, a prevalência deste tipo de cefaleia chega a 1 a 2%, contabilizando em torno de 50% dos pacientes com cefaleia crônica diária (mais de 15 dias por mês de dor de cabeça), com prevalência maior entre as mulheres.
Alguns fatos:
- Mais comum em mulheres (3-4:1)
- Diagnóstico de migrânea entre 60 a 80% dos pacientes
- Histórico de cefaleia frequente é um dos fatores de risco
- Nos EUA, os analgésicos mais consumidos nestes casos são os que contém cafeína, triptanos e opióides.
- Pacientes que usam a medicação de forma preemptiva (antes da dor realmente acontecer) merecem atenção uma vez que aumenta o risco do abuso.
Esta cefaleia pode ser prevenida e tratada. Sugiro a leitura do texto: “Preventing and treating medication overuse headache” publicado recentemente na revista Pain Reports sobre este assunto. Clique aqui para ir direto ao link.
Falando nisso…
A revista Pain Reports é uma publicação da IASP – Associação internacional de Estudo da Dor – e está gratuita online para todos.
Coloque aí na sua lista de leitura! Vale a pena acompanhar.
#ficaadica